Iraque

Resistência afecta economia

«O custo total de perdas directas e indirectas induzidas pelos ataques contra as infra-estruturas petrolíferas e eléctricas no Iraque ultrapassam hoje os 10 mil milhões de dólares (7,6 mil milhões de euros)», afirmou na terça-feira o primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allawi, à televisão oficial Al-Iraqiya.
A contabilidade reporta-se ao período decorrido desde Abril de 2003, data oficial do «fim da guerra» no Iraque, e segundo Allawi algumas dessas perdas «são consequência de ataques contra os oleodutos que conduzem às zonas de armazenamento ou contra petroleiros que importam combustível».
O chefe do governo interino designado por Washington não contabilizou os prejuízos causados pelas forças estrangeiras que ocupam o país.
Preocupado com a reconstrução do Iraque está o presidente russo, Vladimir Putin, que ao receber anteontem no Kremlin o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan,
manifestou o seu interesse em cooperar com a Turquia na reconstrução daquele país após o fim da guerra.
«Estamos preocupados com a situação no Iraque, onde o estado de emergência foi instaurado há dois meses e apesar da data das eleições estar marcada para 30 de Janeiro, a situação é complicada», disse Putin, sublinhando que a situação na Rússia «depende muito da prosperidade nesta região do mundo».
«A Rússia está disposta a participar na reconstrução do Iraque por sua conta e unindo esforços com os seus parceiros turcos», afirmou Putin.

Debandada geral

Entretanto, as baixas entre os soldados das forças ocupantes continuam a aumentar, o que está a levar vários países à retirada. É o caso da Ucrânia, cujo presidente cessante, Leonid Kutchma, deu ordem para se iniciar a retirada dos cerca de 1600 militares do país ali estacionados, na sequência da morte de oito dos seus homens.
A Ucrânia junta-se assim à Polónia, Holanda, Moldova, Cazaquistão e Noruega, que anunciaram estar a planear reduzir ou retirar os seus contingentes. Oito outros países (Republicana Dominicana, Honduras, Hungria, Nova Zelândia, Nicarágua, Filipinas, Espanha e Tailândia) também já retiraram as tropas que tinham no Iraque.
Analistas militares norte-americanos citados pela Lusa consideram que esta debandada geral «terá mais impacto nas aparências do que na eficácia das forças no terreno».
«A verdade é que, além dos Estados Unidos, a única força de peso no Iraque é a do Reino Unido», disse Anthony Cordesman do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. A presença britânica é de 8400 soldados, devendo em breve ser elevada para cerca de nove mil.


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