Desbloquear o conflito
O voto favorável dos deputados do grupo Sozialista Abertzaleak (SA) ao plano Ibarretxe (ver edição anterior do Avante!) foi determinado pela vontade de encontrar um solução para o conflito e não deve ser interpretado como um apoio à proposta de estatuto autonómico apresentada pelo presidente do governo.
Numa entrevista à Rádio Euskadi na quarta-feira, dia 5, citada pela Agência Efe, o porta-voz daquele grupo parlamentar, Arnaldo Otegi, manifestou a sua convicção de que o presidente do executivo basco «compreendeu o sentido do nosso voto», acrescentando que não existe de momento nenhum plano que reúna o consenso suficiente. Por isso, prosseguiu, «o que temos de fazer primeiro é elaborar um projecto entre todos que fixe as regras do jogo».
Referindo-se ainda à posição assumida no parlamento de Vitória, no passado dia 30 de Dezembro, Otegi sublinhou que ela não foi fruto de qualquer improvisação, mas que se insere na estratégia anunciada em 14 de Novembro, no comício do Velódramo de Anoeta, onde a izquierda abertzale (esquerda independentista) apontou como prioridade a resolução política do conflito basco.
Na opinião deste dirigente do ilegalizado Batasuna, os partidos políticos têm duas opções: «ou continuarem a insistir em dinâmicas eleitorais, tentação que podem ter o PNV (Partido Nacionalista Basco) e o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), ou apostar na solução do conflito».
Num documento divulgado em 31 de Dezembro, a Mesa Nacional do Batasuna considera que o plano Ibarratxe visava não «a superação do conflito», mas a aposta «no desgaste e na absorção da base eleitoral e social da izquierda abertzale».
O chumbo do plano «era a cartada perfeita para a obtenção da maioria absoluta nas próximas eleições autónomas, conseguida à custa da nossa ilegalização, para de seguida, negociar com Madrid a reforma estatutária. Esta jogada foi desmontada pela izquierda abertzaleno no plenário de ontem».
O Batasuna, que rejeita qualquer possibilidade de um novo estatuto, defende «um diálogo político multilateral cujo objectivo deve ser a construção consensualizada de um cenário que possibilite a transição para um novo marco democrático, onde sejam garantidos todos os direitos ao conjunto do povo basco. O referido acordo deve ser referendado, inevitavelmente, pelos cidadãos do País Basco. Os subscritores do acordo deverão também constituir-se como interlocutores do nosso povo, abrindo um processo de diálogo e negociação com o Estado espanhol e o Estado francês, para fazer respeitar o conteúdo do acordo».
Para que este processo se materialize, sublinha o texto, «é indispensável que o Batasuna tenha garantidos todos os seus direitos de representação e acção política, anulando a Lei dos Partidos, cuja responsabilidade é do PSOE e do PP, da qual no entanto tentaram aproveitar-se politicamente os mesmo partidos que bombardearam a sociedade basca com a necessidade de uma nova maioria absoluta à custa, precisamente, da ilegalização».
Numa entrevista à Rádio Euskadi na quarta-feira, dia 5, citada pela Agência Efe, o porta-voz daquele grupo parlamentar, Arnaldo Otegi, manifestou a sua convicção de que o presidente do executivo basco «compreendeu o sentido do nosso voto», acrescentando que não existe de momento nenhum plano que reúna o consenso suficiente. Por isso, prosseguiu, «o que temos de fazer primeiro é elaborar um projecto entre todos que fixe as regras do jogo».
Referindo-se ainda à posição assumida no parlamento de Vitória, no passado dia 30 de Dezembro, Otegi sublinhou que ela não foi fruto de qualquer improvisação, mas que se insere na estratégia anunciada em 14 de Novembro, no comício do Velódramo de Anoeta, onde a izquierda abertzale (esquerda independentista) apontou como prioridade a resolução política do conflito basco.
Na opinião deste dirigente do ilegalizado Batasuna, os partidos políticos têm duas opções: «ou continuarem a insistir em dinâmicas eleitorais, tentação que podem ter o PNV (Partido Nacionalista Basco) e o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), ou apostar na solução do conflito».
Num documento divulgado em 31 de Dezembro, a Mesa Nacional do Batasuna considera que o plano Ibarratxe visava não «a superação do conflito», mas a aposta «no desgaste e na absorção da base eleitoral e social da izquierda abertzale».
O chumbo do plano «era a cartada perfeita para a obtenção da maioria absoluta nas próximas eleições autónomas, conseguida à custa da nossa ilegalização, para de seguida, negociar com Madrid a reforma estatutária. Esta jogada foi desmontada pela izquierda abertzaleno no plenário de ontem».
O Batasuna, que rejeita qualquer possibilidade de um novo estatuto, defende «um diálogo político multilateral cujo objectivo deve ser a construção consensualizada de um cenário que possibilite a transição para um novo marco democrático, onde sejam garantidos todos os direitos ao conjunto do povo basco. O referido acordo deve ser referendado, inevitavelmente, pelos cidadãos do País Basco. Os subscritores do acordo deverão também constituir-se como interlocutores do nosso povo, abrindo um processo de diálogo e negociação com o Estado espanhol e o Estado francês, para fazer respeitar o conteúdo do acordo».
Para que este processo se materialize, sublinha o texto, «é indispensável que o Batasuna tenha garantidos todos os seus direitos de representação e acção política, anulando a Lei dos Partidos, cuja responsabilidade é do PSOE e do PP, da qual no entanto tentaram aproveitar-se politicamente os mesmo partidos que bombardearam a sociedade basca com a necessidade de uma nova maioria absoluta à custa, precisamente, da ilegalização».