Eleições nos EUA
A Humanidade tem perante si o espectro de enormes tragédias
A vitória de Bush nas eleições presidenciais norte-americanas é um acontecimento sombrio e carregado de perigos para a Humanidade. Os sectores mais reaccionários do grande capital norte-americano, empenhados numa ofensiva para impor o seu domínio sobre o planeta, viram confirmado, e até reforçado, o seu controlo sobre os centros de poder na maior potência imperialista dos nossos dias.
A ofensiva global do imperialismo norte-americano pela hegemonia mundial, lançada gradualmente após a derrocada do sistema socialista mundial, foi relativamente consensual no seio da classe dirigente dos EUA, sobretudo após a Primeira Guerra do Golfo. Mesmo durante toda a fase conturbada que conduziu, em 2003, à guerra contra o Iraque. Reflectindo esse consenso, a maioria dos parlamentares do Partido Democrata – incluindo os seus candidatos presidenciais agora derrotados, Kerry e Edwards – votaram a favor dessa agressão criminosa. Mas no ano e meio decorrido desde a ocupação de Bagdade, tornou-se claro que a política de Bush atolou os EUA numa guerra de desfecho incerto no Iraque, isolou e enfraqueceu a posição norte-americana no mundo e agravou ainda mais os seus gigantescos deficits económicos. Perante este quadro, que levou a conservadora revista britânica The Economist a chamar «incompetente» a Bush na capa da sua edição pré-eleitoral (e a pedir o voto em Kerry), é legítimo perguntar porque é que um sector tão significativo do grande capital dos EUA (sem cujo apoio Bush não teria sido proclamado vencedor) insistiu na mesma equipa dirigente. Para além das evidentes questões ligadas aos lucros, muitas vezes abertamente corruptos, de sectores directamente representados nas cúpulas do poder, é legítima a suspeita de que tenha havido outra preocupação política mais geral: a de que uma eventual derrota de Bush fosse vista pelos trabalhadores e povos do mundo (independentemente do seu real significado) como uma derrota da ofensiva do imperialismo norte-americano, e que esse facto reforçasse as dinâmicas de resistência, em todos os campos, às políticas do imperialismo. Nesse sentido, a recondução de Bush é um sinal da fraqueza, e não da força, da classe dirigente norte-americana.
É uma evidência que, se o novo governo dos EUA persistir – ou intensificar, como já se anuncia na comunicação social e como as notícias destes dias fazem prever – a sua política de belicismo global e de agressão sem limites, todos os problemas do nosso tempo tornar-se-ão mais graves. A Humanidade tem perante si o espectro de enormes tragédias. A morte de 100 000 civis iraquianos neste ano e meio de guerra, a maioria dos quais vítimas dos bombardeamentos aéreos da aviação dos EUA (a afirmação é da prestigiada revista médica britânica The Lancet, e é anterior à destruição total de um hospital em Faluja, noticiado pela BBC em 6.11.04) seria apenas um princípio. Importa não subestimar os perigos, não subestimar a violência assassina de que é capaz o capitalismo (demonstrada em numerosas ocasiões ao longo da História do último Século) quando procura resolver pela força as suas contradições, nem subestimar a barbárie da classe dirigente dos EUA (vista, em todo o seu terror, nas bombas atómicas de Hiroxima e Nagasaqui).
Mas se se confirmar uma tal política aventureirista, é também seguro que crescerá a resistência em todo o planeta à ofensiva do imperialismo dos EUA. Como afirmam as Teses para o nosso XVII Congresso, tal «como noutros períodos de transição histórica, grandes dificuldades e perigos coexistem com grandes potencialidades para o desenvolvimento da luta e o crescimento das forças revolucionárias». A agressividade imperialista, e o reaccionarismo intolerante e retrógrado que lhe serve de suporte ideológico, põem a nu a verdadeira essência do capitalismo dos nossos dias. E ao fazê-lo, tornam os nossos tempos «tempos de reais possibilidades revolucionárias».
A ofensiva global do imperialismo norte-americano pela hegemonia mundial, lançada gradualmente após a derrocada do sistema socialista mundial, foi relativamente consensual no seio da classe dirigente dos EUA, sobretudo após a Primeira Guerra do Golfo. Mesmo durante toda a fase conturbada que conduziu, em 2003, à guerra contra o Iraque. Reflectindo esse consenso, a maioria dos parlamentares do Partido Democrata – incluindo os seus candidatos presidenciais agora derrotados, Kerry e Edwards – votaram a favor dessa agressão criminosa. Mas no ano e meio decorrido desde a ocupação de Bagdade, tornou-se claro que a política de Bush atolou os EUA numa guerra de desfecho incerto no Iraque, isolou e enfraqueceu a posição norte-americana no mundo e agravou ainda mais os seus gigantescos deficits económicos. Perante este quadro, que levou a conservadora revista britânica The Economist a chamar «incompetente» a Bush na capa da sua edição pré-eleitoral (e a pedir o voto em Kerry), é legítimo perguntar porque é que um sector tão significativo do grande capital dos EUA (sem cujo apoio Bush não teria sido proclamado vencedor) insistiu na mesma equipa dirigente. Para além das evidentes questões ligadas aos lucros, muitas vezes abertamente corruptos, de sectores directamente representados nas cúpulas do poder, é legítima a suspeita de que tenha havido outra preocupação política mais geral: a de que uma eventual derrota de Bush fosse vista pelos trabalhadores e povos do mundo (independentemente do seu real significado) como uma derrota da ofensiva do imperialismo norte-americano, e que esse facto reforçasse as dinâmicas de resistência, em todos os campos, às políticas do imperialismo. Nesse sentido, a recondução de Bush é um sinal da fraqueza, e não da força, da classe dirigente norte-americana.
É uma evidência que, se o novo governo dos EUA persistir – ou intensificar, como já se anuncia na comunicação social e como as notícias destes dias fazem prever – a sua política de belicismo global e de agressão sem limites, todos os problemas do nosso tempo tornar-se-ão mais graves. A Humanidade tem perante si o espectro de enormes tragédias. A morte de 100 000 civis iraquianos neste ano e meio de guerra, a maioria dos quais vítimas dos bombardeamentos aéreos da aviação dos EUA (a afirmação é da prestigiada revista médica britânica The Lancet, e é anterior à destruição total de um hospital em Faluja, noticiado pela BBC em 6.11.04) seria apenas um princípio. Importa não subestimar os perigos, não subestimar a violência assassina de que é capaz o capitalismo (demonstrada em numerosas ocasiões ao longo da História do último Século) quando procura resolver pela força as suas contradições, nem subestimar a barbárie da classe dirigente dos EUA (vista, em todo o seu terror, nas bombas atómicas de Hiroxima e Nagasaqui).
Mas se se confirmar uma tal política aventureirista, é também seguro que crescerá a resistência em todo o planeta à ofensiva do imperialismo dos EUA. Como afirmam as Teses para o nosso XVII Congresso, tal «como noutros períodos de transição histórica, grandes dificuldades e perigos coexistem com grandes potencialidades para o desenvolvimento da luta e o crescimento das forças revolucionárias». A agressividade imperialista, e o reaccionarismo intolerante e retrógrado que lhe serve de suporte ideológico, põem a nu a verdadeira essência do capitalismo dos nossos dias. E ao fazê-lo, tornam os nossos tempos «tempos de reais possibilidades revolucionárias».