Felicidade(s)
Para já não falar de outras coisas, parece indiscutível que, em matéria de Europa, o pensamento político do Presidente da República ou anda um bocadinho desgovernado ou então anda a assumir um intervencionismo que certamente muitos portugueses preferiam fosse antes exercido face ao desgraçado governo que temos.
Recapitulando, registe-se a este respeito que o Presidente da República anunciou há tempos o estranho e singular propósito de intervir activamente em defesa do «sim» num provável referendo sobre a dita «Constituição europeia», o que, para além de questionáveis aspectos do domínio legal e ético, parece sinalizar uma encenação de «dramatização» que consideramos muito reprovável.
Depois, num texto (que não queremos adjectivar) publicado no «Público» a propósito da assinatura da chamada «Constituição europeia» – dia que considerou insuperavelmente de «festiva responsabilidade» –, veio explicar que com o aventado referendo «poderemos assim reafirmar claramente que ele (o projecto europeu) continua a fazer parte das opções fundamentais da nossa democracia e que o nosso futuro passa por esta Europa, em contínuo aperfeiçoamento». Acontecendo que, com esta afirmação, o Presidente da República não só atribui um sentido e finalidade unívocos ao referendo como, de caminho, dá a sua própria contribuição para a maior mistificação que se prepara e que consiste em inculcar que quem votar «não» está a querer que Portugal saia do processo de integração europeia.
Por fim, o PR acaba de declarar na Áustria que «ficaria muito feliz» se, no prazo de 10 ou 20 anos, se avançasse para «uma confederação ou talvez mesmo uma federação de Estados-nação».
Deixando de lado que o PR faz por ignorar os vastos e crescentes elementos de federalismo que marcam o rumo actual da «construção europeia, é altura de observar que na Europa totalmente federal por que ele ambiciona não só é duvidoso que se pudesse continuar a falar de «Estados-nação» como é absolutamente seguro que não teria qualquer justificação a existência do cargo de Presidente da República Portuguesa, bastando, à moda de qualquer Estado dos E.U.A, a eleição de um qualquer governador.
Pois é, a cada um a sua felicidade. Já nós ficaríamos bem mais felizes se tivéssemos um Presidente da República Portuguesa que tivesse um módico de espírito crítico face aos rumos e à evolução em curso da «construção europeia» e que não confundisse uma intensa cooperação e articulação entre estados e nações com a perversa e artificial criação de um super Estado europeu e as decorrentes subordinação e diluição nacionais.
Recapitulando, registe-se a este respeito que o Presidente da República anunciou há tempos o estranho e singular propósito de intervir activamente em defesa do «sim» num provável referendo sobre a dita «Constituição europeia», o que, para além de questionáveis aspectos do domínio legal e ético, parece sinalizar uma encenação de «dramatização» que consideramos muito reprovável.
Depois, num texto (que não queremos adjectivar) publicado no «Público» a propósito da assinatura da chamada «Constituição europeia» – dia que considerou insuperavelmente de «festiva responsabilidade» –, veio explicar que com o aventado referendo «poderemos assim reafirmar claramente que ele (o projecto europeu) continua a fazer parte das opções fundamentais da nossa democracia e que o nosso futuro passa por esta Europa, em contínuo aperfeiçoamento». Acontecendo que, com esta afirmação, o Presidente da República não só atribui um sentido e finalidade unívocos ao referendo como, de caminho, dá a sua própria contribuição para a maior mistificação que se prepara e que consiste em inculcar que quem votar «não» está a querer que Portugal saia do processo de integração europeia.
Por fim, o PR acaba de declarar na Áustria que «ficaria muito feliz» se, no prazo de 10 ou 20 anos, se avançasse para «uma confederação ou talvez mesmo uma federação de Estados-nação».
Deixando de lado que o PR faz por ignorar os vastos e crescentes elementos de federalismo que marcam o rumo actual da «construção europeia, é altura de observar que na Europa totalmente federal por que ele ambiciona não só é duvidoso que se pudesse continuar a falar de «Estados-nação» como é absolutamente seguro que não teria qualquer justificação a existência do cargo de Presidente da República Portuguesa, bastando, à moda de qualquer Estado dos E.U.A, a eleição de um qualquer governador.
Pois é, a cada um a sua felicidade. Já nós ficaríamos bem mais felizes se tivéssemos um Presidente da República Portuguesa que tivesse um módico de espírito crítico face aos rumos e à evolução em curso da «construção europeia» e que não confundisse uma intensa cooperação e articulação entre estados e nações com a perversa e artificial criação de um super Estado europeu e as decorrentes subordinação e diluição nacionais.