Plano de Reestruturação para a Carris

Objectivo é privatizar

O chamado «Programa de Reestruturação «Carreira Séc. XXI» para a Carris tem como objectivo a destruição da empresa e a sua privatização.

A redução do défice é feita à custa dos trabalhadores e dos utentes

Para tanto, acusa a Célula do PCP na Carris, encomenda-se «estudos à medida», cria-se «Unidades de Negócio», adjudica-se a privados trabalhos antes feitos na empresa, destrói-se postos de trabalho, procura-se alienar e vender património para negociatas imobiliárias.
Para o PCP, os resultados do 1º semestre de 2004, confirmam as críticas que há muito vem a fazer. De facto, comparando os resultados deste semestre com o semestre homólogo de 2003, verifica-se uma redução no défice na ordem dos 3,9 milhões de euros. Não à custa do aumento das receitas, da diminuição dos custos com as estruturas de direcção e dos montantes auferidos por estas e pelo Conselho de Administração ou das mordomias que usufruem. Fazem-no à custa da redução dos custos de pessoal – que se cifra na ordem dos 9,9 milhões de euros -, para o que recorrem aos «despedimentos encapotados» (chamados de rescisões), através de pressões psicológicas, da repressão e do incumprimento ilegal e arbitrário de direitos consignados nos Acordos de Empresa.
Simultaneamente, prosseguem os cortes da política de oferta de transportes – constantes alterações e cortes no número de viaturas e aumento do tempo de espera dos utentes, alterações de percursos e encurtamento de carreiras ou mesmo supressão -, deixando os utentes sem meios de transporte em algumas zonas da cidade e da periferia, a partir de determinadas horas e aos fins-de-semana. Opções, dizem os comunistas, que se traduzem, naturalmente, por uma cada vez maior insegurança e descontentamento, empurram os utentes para o transporte individual ou beneficiam outros operadores privados.
Entretanto, o Governo e a CA atribuem à Carris Indemnizações Compensatórias injustas e inferiores às obrigações de serviço público, sendo que em 2004 estas foram de 16,2 milhões de euros contra os 19,5 milhões entregues em 2003.
Também por força das opções tomadas ao nível da oferta, verificou-se uma ligeira quebra nos proveitos tarifários (0,3 milhões de euros), registando-se, no que respeita às receitas, uma redução de 300 mil euros, que não tem em linha de conta o aumento verificado de 3,9 por cento. Ou seja, a perda real de receitas situa-as em quase meio milhão de euros (447,030), o que não impediu a aquisição de e novas viaturas Mercedes no valor de 45 mil contos.
Assim, diz a célula do PCP, o caminho para a defesa dos interesses dos trabalhadores e da empresa é, mais uma vez, a luta e unidade dos trabalhadores.

As propostas do PCP

Para uma «Carris com futuro», os comunistas propõem aos trabalhadores e aos utentes:
- trabalhar no sentido de obrigar a parar imediatamente a ofensiva privatizadora em curso;
- estabelecer um Plano de Acção de Curto e Médio e Longo Prazo, que adapte a oferta da rede da Carris às alterações entretanto verificadas na procura e no sistema de transportes públicos da cidade e da periferia;
- cumprimento dos direitos das Organizações Representativas dos Trabalhadores, no sentido de assegurarem medidas transparentes e rigorosas nos pagamentos das verbas concedidas a gestores e pessoal dirigente da empresa, em equidade com o que se pratica relativamente aos trabalhadores;
- Assunção pelo Governo da dívida do estado para com a Carris e dotação dos meios técnicos e financeiros necessários aos cumprimento das obrigações de serviço público que a lei obriga;
- respeito pelos direitos dos trabalhadores, manutenção dos postos de trabalho e melhoria dos salários e condições de trabalho.


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