Escola de Tecnologia Informática e Gestão

Politécnico de Beja espera novas instalações

Os alunos de Informática e Gestão de Beja esperam há anos novas instalações. A JCP exige a concretização das promessas do Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

«As actuais infraestruturas mancham a qualidade do ensino público»

A Escola Superior de Tecnologia Informática e Gestão (ESTIG) de Beja não tem novas instalações porque o Piddac não prevê nenhuma verba para as obras. Esta situação arrasta-se há vários anos e a Organização do Ensino Superior de Beja da JCP considera que as actuais infraestruturas da instituição mancham a qualidade do ensino público.
Em comunicado, a organização condena a ministra da Ciência e do Ensino Superior e outros membros do Executivo por prometerem várias vezes a construção das novas instalações. «A demagogia política é a arma que este Governo utiliza para travar a luta, mas não resolve os problemas dos cerca de 1400 alunos, funcionários e docentes», considera, acrescentando que o repetido anúncio do início das obras pelo presidente do Instituto Politécnico de Beja «não chega. São necessárias outras prioridades e outra política.»
«Apesar de os estudantes da ESTIG terem cancelado as acções de contestação, recuando com as sucessivas promessas, lembramos que direitos não se pagam, conquistam-se», afirmam os jovens comunistas, anunciando que em breve o Grupo Parlamentar do PCP apresentará um requerimento ao Governo sobre as obras na instituição.

Tiques elitistas

«A política que o Governo, nomeadamente o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, tem seguido continua a não resolver os reais problemas da educação e dos estudantes. Encarar a educação como um negócio, mercantilizando o saber e retirando direitos que a escola de Abril trouxe aos jovens, é a tónica e o “tiquezinho” elitista e privatizador desta política», denuncia a JCP.
Para a organização, a luta dos estudantes conduziu ao veto da Lei de Bases do Sistema Educativo pelo Presidente da República, o que prova que «a luta vale a pena e pode obrigar o Governo e os seus aliados a recuar e que abre caminho para as necessárias mudanças de política».
A acentuada diferenciação entre as universidades e os institutos politécnicos merecem crítica, pois estes «continuam sem poder formar o seu corpo docente e produzir investigação e recebem menos dinheiro para o funcionamento e para a acção social escolar». «Querem fazer do sistema politécnico um ensino de segunda, mais barato», diz a JCP.
O Processo de Bolonha preocupa a organização por passar à margem dos Estados, dos estudantes e dos agentes educativos. «Avança com as promessas de uniformização e compatibilização de graus e da mobilidade de estudantes e professores, mas os estudantes defrontam-se com revisões curriculares “às três pencadas”, com o desinvestimento nos programas de intercâmbio e com a descaracterização do ensino superior português», especifica a organização de Beja.
Os jovens comunistas adiantam ainda que o Governo se «prepara para atacar fortemente» a acção social escolar, procurando transformá-la num sistema assistencialista e caritativo, passando progressivamente para a esfera dos privados. Exemplo disso é o facto de o número de bolsas atribuídas e os escalões de rendimentos não acompanharem o aumento das propinas. Ao mesmo tempo, aumentam os preços das cantinas e das residências e continuam a verificar-se atrasos na atribuição de bolsas de estudo.


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