Confrontos na Universidade de Coimbra
Hoje à noite realiza-se uma nova Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra, depois de há uma semana a propina máxima ter sido fixada e de um estudante ser preso.
«As pessoas podem ficar com medo de participar em manifestações»
Vários estudantes da Universidade de Coimbra ficaram feridos devido à intervenção do Corpo de Intervenção da PSP, na quarta-feira da semana passada. O objectivo dos alunos era interromper a reunião do Senado para evitar a fixação da propina máxima. A polícia procurou impedir a entrada na sala dos alunos não eleitos para o Senado, usando cassetetes e gás pimenta. Um estudante foi preso e a propina máxima foi aprovada.
A invasão da reunião foi decidida em Assembleia Magna alguns dias antes e cerca de 400 estudantes reuniram-se no edifício central do Pólo II da Universidade de Coimbra, na Faculdade de Ciências e Tecnologia. Uma das razões apontadas pelos alunos é que não compete a este órgão fixar as propinas, mas sim ao Governo, argumentando ainda que têm sido usados alguns mecanismos para contornar a luta estudantil, nomeadamente a votação por correspondência.
À porta da sala da reunião, polícias à paisana pediram a identificação aos estudantes que faziam parte do Senado, mas, tal como tinha sido decidido, ninguém se identificou. Os estudantes, ao serem impedidos de entrar na reunião, formam um cordão humano, surge o Corpo de Intervenção da PSP, mas decidem prosseguir e tentam entrar. Um aluno, João Alexandre, é empurrado, um polícia agride-o e ele esperneia para se libertar. É imobilizado no chão e detido. Libertado cerca de 24 horas, é obrigado como medida de coacção a termo de identidade e residência. A cada duas semanas tem de se apresentar na esquadra e é acusado de agressão à autoridade.
Desproporcionado, diz a JCP
Tiago Vieira, dirigente da Organização Regional de Coimbra da JCP, participou nos protestos e considera que a intervenção da PCP não se justificava e foi «completamente desproporcionada». «É inadmissível que se tivesse convocado a PSP, numa ingerência na vida interna da universidade», comenta.
O dirigente teme as consequências do que considera ter sido uma cobertura noticiosa deficitária: «Se não esclarecermos, as pessoas podem ficar com medo de participar em manifestações ou outros protestos por causa da atitude da polícia.»
«Ao chamar a PSP, o objectivo era fixar a propina máxima, mas, para o Governo, nada melhor podia haver do que uma repressão física que intimide os estudantes. Na verdade, isto é um pau de dois bicos, porque tanto pode ser um rastilho para a luta ou, se não se esclarecer o que ali se passou, as pessoas podem afastar-se por medo», sublinha Tiago Vieira, criticando ainda alguns radicalismos e comparações «aberrantes com o Maio de 68 ou o PREC, que no fundo servem os interesses do Governo».
«Neste momento é essencial esclarecermos as pessoas para acabar com este Executivo e com esta política repressiva usada para afastar os estudantes da sua luta. A sua necessidade de lutar aumenta, porque cada vez sentem mais dificuldades e a dureza destas leis. Este Governo não serve», acrescenta.
«Este pode ser um bom momento para a mobilização e para a luta, mas exige-se ainda mais dos comunistas para esclarecer e mobilizar», afirma Tiago Vieira. «A JCP não embarca em facilitismos. Pelo contrário, preocupamo-nos e empenhamo-nos e, ao mesmo tempo, temos a certeza da justiça da luta. Com os estudantes podemos vencer, com a sua consciência e persistência. E isso só é possível com a luta de massas, não com golpes ou lutas de gabinetes.»
A invasão da reunião foi decidida em Assembleia Magna alguns dias antes e cerca de 400 estudantes reuniram-se no edifício central do Pólo II da Universidade de Coimbra, na Faculdade de Ciências e Tecnologia. Uma das razões apontadas pelos alunos é que não compete a este órgão fixar as propinas, mas sim ao Governo, argumentando ainda que têm sido usados alguns mecanismos para contornar a luta estudantil, nomeadamente a votação por correspondência.
À porta da sala da reunião, polícias à paisana pediram a identificação aos estudantes que faziam parte do Senado, mas, tal como tinha sido decidido, ninguém se identificou. Os estudantes, ao serem impedidos de entrar na reunião, formam um cordão humano, surge o Corpo de Intervenção da PSP, mas decidem prosseguir e tentam entrar. Um aluno, João Alexandre, é empurrado, um polícia agride-o e ele esperneia para se libertar. É imobilizado no chão e detido. Libertado cerca de 24 horas, é obrigado como medida de coacção a termo de identidade e residência. A cada duas semanas tem de se apresentar na esquadra e é acusado de agressão à autoridade.
Desproporcionado, diz a JCP
Tiago Vieira, dirigente da Organização Regional de Coimbra da JCP, participou nos protestos e considera que a intervenção da PCP não se justificava e foi «completamente desproporcionada». «É inadmissível que se tivesse convocado a PSP, numa ingerência na vida interna da universidade», comenta.
O dirigente teme as consequências do que considera ter sido uma cobertura noticiosa deficitária: «Se não esclarecermos, as pessoas podem ficar com medo de participar em manifestações ou outros protestos por causa da atitude da polícia.»
«Ao chamar a PSP, o objectivo era fixar a propina máxima, mas, para o Governo, nada melhor podia haver do que uma repressão física que intimide os estudantes. Na verdade, isto é um pau de dois bicos, porque tanto pode ser um rastilho para a luta ou, se não se esclarecer o que ali se passou, as pessoas podem afastar-se por medo», sublinha Tiago Vieira, criticando ainda alguns radicalismos e comparações «aberrantes com o Maio de 68 ou o PREC, que no fundo servem os interesses do Governo».
«Neste momento é essencial esclarecermos as pessoas para acabar com este Executivo e com esta política repressiva usada para afastar os estudantes da sua luta. A sua necessidade de lutar aumenta, porque cada vez sentem mais dificuldades e a dureza destas leis. Este Governo não serve», acrescenta.
«Este pode ser um bom momento para a mobilização e para a luta, mas exige-se ainda mais dos comunistas para esclarecer e mobilizar», afirma Tiago Vieira. «A JCP não embarca em facilitismos. Pelo contrário, preocupamo-nos e empenhamo-nos e, ao mesmo tempo, temos a certeza da justiça da luta. Com os estudantes podemos vencer, com a sua consciência e persistência. E isso só é possível com a luta de massas, não com golpes ou lutas de gabinetes.»