PT e coligação PSD/PP

Parceria promíscua

Vários nomes ligados aos partidos do Governo – incluindo familiares de célebres militantes e dirigentes do PSD – integram os quadros das empresas do grupo PT.
No boletim Notas Soltas, a célula do PCP nas Telecomunicações denuncia o que consideram ser uma «parceria promíscua com objectivos sinistros» aquela que se terá instituído entre a PT e a coligação governamental. Para a célula do PCP, a empresa tornou-se uma «Casa de Luxo para levas de comissários políticos dos partidos da direita e extrema-direita».
E avança com exemplos. A nomeação de Luís Delgado para presidente da Comissão Executiva da Lusomundo Media (holding que controla todos os órgãos de informação do Grupo PT) «dá a tudo isto a dimensão de grande escândalo», realça o PCP. Os comunistas consideram Delgado o «paradigma da voz do dono» e entendem que a sua nomeação tem como objectivo de procurar impor a «lei da rolha aos jornalistas daqueles órgãos de comunicação social, controlar as notícias menos favoráveis para o universo PT e branquear a acção política do Governo PSD/CDS-PP». Os comunistas lembram que o anterior titular do cargo agora ocupado por Delgado, Henrique Granadeiro, fez declarações que indicam ter sido pressionado para deixar o lugar.
Nesta holding constam ainda personagens como o eurodeputado do PSD João de Deus Pinheiro, o deputado do PSD Silva Peneda e Bettencourt Resendes. «A tudo isto junte-se o famoso chairman da PT, Ernâni Lopes, cujo paradeiro é desconhecido, e está tudo dito…», revelam os comunistas.
Noutras empresas do grupo acontece o mesmo. O sector das telecomunicações da DORL do PCP, avançou ao Avante! alguns outros nomes, que não fez constar no boletim. Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Gouveia, do PSD, ocupa o cargo de administrador não-executivo da PT Comunicações. Na mesma empresa, mas como administrativo, está o irmão do primeiro-ministro, João Alexandre de Santana Lopes, com vencimento muito acima do topo da carreira. Também o filho de Marcelo Rebelo de Sousa está como quadro superior da PT SGPS. Com apenas 23 anos, tem um vencimento de 7 mil euros por mês.

Outra vez de fora!

A célula do PCP das Telecomunicações lamenta que os trabalhadores da Portugal Telecom voltem a ser ignorados quando forem repartidos os lucros da empresa – que atingiram, no primeiro semestre do ano os 322,5 milhões de euros. Para os comunistas, «é obra» a obtenção de tão avultados lucros, mesmo «descontando os malabarismos e criatividade a que são sistematicamente sujeitos os dados financeiros e contabilísticos». No seu boletim Notas Soltas, a célula do PCP considera os que trabalhadores são os «principais obreiros de tais resultados» e rejeita que tudo seja da responsabilidade de Horta e Costa e da sua «proclamada sapiência». Esta argumentação, afirmam, serve, depois, de «justificação» para os prémios recebidos, e que são «quase obscenos».
Os comunistas do sector acusam a entrega da riqueza produzida aos grandes accionistas. «São muitos milhões para o BES, para a Telefonica espanhola, para os americanos da Brandes I.P., para o BPI, etc.» Para os «colaboradores» (como se chama, na empresa, aos trabalhadores), «talvez sobrem uns míseros euros, não obstante os elevados ganhos de produtividade».
Os clientes, podem apenas continuar a esperar serem dos que mais pagam na Europa pela utilização das telecomunicações, denuncia o PCP. E por um serviço cada vez pior, que se deteriora em razão da «falta de investimentos, do caos organizativo e da subcontratação».


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