Meio milhão em Nova Iorque pela paz
Cerca de meio milhão de pessoas desfilou no domingo em Nova Iorque, bastião democrata, protestando contra a política de guerra e ódio seguida pelos EUA.
«Somos a maioria deste país e a maioria opõe-se a esta guerra»
Na véspera do início da Convenção Nacional Republicana, destinada a consagrar oficialmente Bush como candidato presidencial às eleições de 2 de Novembro, centenas de milhares de pessoas saíram à rua para contestar a política de guerra seguida por Bush no Iraque. O protesto constituiu igualmente um sério aviso ao candidato democrata, John Kerry, que se propõe não só continuar a intervenção norte-americana no Iraque como até vir a reforçá-la.
A marcha foi organizada pela coligação United for Peace and Justice (Unidade para a Paz e Justiça), que reúne mais de 300 grupos de diferentes tipos, com o objectivo de dar aos partidos uma mensagem clara contra a guerra e contra a administração Bush.
«Este é um momento histórico na vida deste país», afirmou à imprensa a coordenadora nacional da coligação, Leslie Cagan, pouco antes do início do desfile. Como as autoridades locais autorizaram a manifestação mas proibiram os organizadores de discursar, foi através das declarações aos órgãos de comunicação social que os responsáveis pelo evento puderam dar nota das sua motivações.
Maioria pela paz
A manifestação, encabeçada por conhecidas figuras públicas como o reverendo Jesse Jackson, o cineasta Michael Moore e o actor Danny Glovar, que ostentavam um grande cartaz onde se lia «Dizemos NÃO à política de Bush», avançou pela Sétima Avenida, em Manhattan, e terminou ao fim de três horas na praça Union Square, sem que se tivessem registado incidentes graves.
Segundo Moore, bem conhecido pelos seus documentários fortemente críticos de Bush, os norte-americanos devem «uma grande desculpa ao povo iraquiano pela enorme destruição» que lhes causaram.
«Somos a maioria deste país e a maioria opõe-se a esta guerra. A maioria quer que o governo de Bush se vá embora. A maioria nunca votou neste governo e a maioria diz: é o momento de tomar de novo o país nas nossas mãos», afirmou Moore.
No mesmo sentido se pronunciou Fernando Suárez del Solar, cujo filho morreu no Iraque. Falando em representação de um grupo de familiares de soldados, Solar lembrou que já tombaram nesta guerra 972 jovens norte-americanos e exigiu a Bush e ao Partido Republicano «que ponham fim à ocupação do Iraque e que tragam a nossas tropas para casa».
De acordo com os relatos das agências noticiosas, os protestos subiram de tom quando os manifestantes passaram junto de Madison Square Garden, local da Convenção Republicana, mas não se registaram problemas. A própria polícia reconheceu que as cerca de 2000 detenções ocorridas durante o evento se deveram a questões menores, como perturbação do trânsito, sem relação com a marcha.
Apologia da guerra
No mesmo dia em que se iniciava em Nova Iorque a Convenção Republicana, um soldado norte-americano morreu e dois ficaram feridos na explosão de
uma bomba artesanal à passagem da coluna militar em que seguiam, em Mossul,
no norte do Iraque, anunciou o exército dos Estados Unidos.
Ainda no domingo, uma viatura do consulado dos Estados Unidos em Jeddah, no oeste da Arábia Saudita, foi atingida por vários disparos, mas o ataque não fez vítimas, de acordo com um porta-voz da embaixada norte-americana em Riade.
Entretanto, em Nova Iorque, o ex-comissário da polícia da cidade na altura dos atentados de 11 de Setembro de 2001, Bernard Kerik, defendia o ainda presidente George W. Bush, afirmando que graças a ele o país está agora menos vulnerável.
A Convenção, que termina hoje com o discurso de Bush, apostou na exploração do nacionalismo, prestando homenagem «à coragem do país», e «às vítimas
sacrificadas» nos atentados.
Sob a égide do lema «Um mundo mais seguro, uma América mais optimista», os cerca de 5000 delegados republicanos, rodeados de medidas de segurança sem precedentes, reafirmaram o seu apoio à política belicista de Bush.
«O nosso país tomou a decisão certa e o povo norte-americano está agora mais seguro
porque nós e os nossos aliados colocámos um fim à ditadura brutal de Saddam
Hussein, travando a sua busca por armas nucleares, biológicas e químicas iniciada há
algumas décadas», afirma-se na plataforma eleitoral dos republicanos.
O facto de não existirem quaisquer armas de destruição maciça no Iraque é irrelevante. A guerra continua a ser a grande aposta dos candidatos à Casa Branca.
A marcha foi organizada pela coligação United for Peace and Justice (Unidade para a Paz e Justiça), que reúne mais de 300 grupos de diferentes tipos, com o objectivo de dar aos partidos uma mensagem clara contra a guerra e contra a administração Bush.
«Este é um momento histórico na vida deste país», afirmou à imprensa a coordenadora nacional da coligação, Leslie Cagan, pouco antes do início do desfile. Como as autoridades locais autorizaram a manifestação mas proibiram os organizadores de discursar, foi através das declarações aos órgãos de comunicação social que os responsáveis pelo evento puderam dar nota das sua motivações.
Maioria pela paz
A manifestação, encabeçada por conhecidas figuras públicas como o reverendo Jesse Jackson, o cineasta Michael Moore e o actor Danny Glovar, que ostentavam um grande cartaz onde se lia «Dizemos NÃO à política de Bush», avançou pela Sétima Avenida, em Manhattan, e terminou ao fim de três horas na praça Union Square, sem que se tivessem registado incidentes graves.
Segundo Moore, bem conhecido pelos seus documentários fortemente críticos de Bush, os norte-americanos devem «uma grande desculpa ao povo iraquiano pela enorme destruição» que lhes causaram.
«Somos a maioria deste país e a maioria opõe-se a esta guerra. A maioria quer que o governo de Bush se vá embora. A maioria nunca votou neste governo e a maioria diz: é o momento de tomar de novo o país nas nossas mãos», afirmou Moore.
No mesmo sentido se pronunciou Fernando Suárez del Solar, cujo filho morreu no Iraque. Falando em representação de um grupo de familiares de soldados, Solar lembrou que já tombaram nesta guerra 972 jovens norte-americanos e exigiu a Bush e ao Partido Republicano «que ponham fim à ocupação do Iraque e que tragam a nossas tropas para casa».
De acordo com os relatos das agências noticiosas, os protestos subiram de tom quando os manifestantes passaram junto de Madison Square Garden, local da Convenção Republicana, mas não se registaram problemas. A própria polícia reconheceu que as cerca de 2000 detenções ocorridas durante o evento se deveram a questões menores, como perturbação do trânsito, sem relação com a marcha.
Apologia da guerra
No mesmo dia em que se iniciava em Nova Iorque a Convenção Republicana, um soldado norte-americano morreu e dois ficaram feridos na explosão de
uma bomba artesanal à passagem da coluna militar em que seguiam, em Mossul,
no norte do Iraque, anunciou o exército dos Estados Unidos.
Ainda no domingo, uma viatura do consulado dos Estados Unidos em Jeddah, no oeste da Arábia Saudita, foi atingida por vários disparos, mas o ataque não fez vítimas, de acordo com um porta-voz da embaixada norte-americana em Riade.
Entretanto, em Nova Iorque, o ex-comissário da polícia da cidade na altura dos atentados de 11 de Setembro de 2001, Bernard Kerik, defendia o ainda presidente George W. Bush, afirmando que graças a ele o país está agora menos vulnerável.
A Convenção, que termina hoje com o discurso de Bush, apostou na exploração do nacionalismo, prestando homenagem «à coragem do país», e «às vítimas
sacrificadas» nos atentados.
Sob a égide do lema «Um mundo mais seguro, uma América mais optimista», os cerca de 5000 delegados republicanos, rodeados de medidas de segurança sem precedentes, reafirmaram o seu apoio à política belicista de Bush.
«O nosso país tomou a decisão certa e o povo norte-americano está agora mais seguro
porque nós e os nossos aliados colocámos um fim à ditadura brutal de Saddam
Hussein, travando a sua busca por armas nucleares, biológicas e químicas iniciada há
algumas décadas», afirma-se na plataforma eleitoral dos republicanos.
O facto de não existirem quaisquer armas de destruição maciça no Iraque é irrelevante. A guerra continua a ser a grande aposta dos candidatos à Casa Branca.