Filmes de terror
Iraque a ferro e fogo. É esta a dramática imagem de um país lançado no caos por aqueles que lhe haviam prometido as mais radiosas tranquilidades e prosperidades sob a inestimável bandeira libertadora dos interesses norte americanos. Só a mais profunda das cegueiras permite ou explica ainda que alguns dos autores e cúmplices da guerra de ocupação continuem a falar em nome das prometidas transição pacífica e normalização democrática quando aos olhos de todos o que se vê é o caos, a destruição massiva de cidades, a violência ininterrupta de quem ocupa e a resposta de quem resiste, o rasto de morte semeado em cada dia pela cobarde nuvem de bombas saídas do nada.
A hipócrita encenação da transferência de poderes para uma baptizada autoridade iraquiana, comandada ao sabor das ordens ditadas pelas forças da coligação ocupante; a antiga e comprovada ligação do actual primeiro ministro aos interesses americanos de cujos serviços secretos foi agente e espião; a farsa da constituição de um tribunal para julgar Sadam atribuído a alguém (que a exemplo de outros membros da mesma família é procurado por corrupção e falsificação de moeda) que se sabe amigo íntimo de um dos homens forte da administração dos Estados Unidos, Dick Cheney; o anúncio da eminente aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de uma verba destinada á criação de «milícias amigas» — não são meros erros de casting. Por detrás de cada uma delas, e de muitas outras, esconde-se uma doutrina que tem na mentira, na traição ou no fomento ao terrorismo os elementos constituintes indispensáveis à sobrevivência e imposição de um sistema que faz da exploração e da guerra modo de conduta.
Não é improvável de todo que, apesar da distância, a dor e o drama de milhões de iraquianos — agravados nos últimos dias pelo súbito recrudescimento da actividade militar do exército dos EUA — estejam indissociavelmente ligados ao filme da disputa eleitoral entre Bush e Kerry. Um filme em que cada um tem como guião e argumento principais o de procurar — o primeiro impelido pela mão de Deus para limpar a Terra de infiéis e o segundo para tentar tarde e a más horas distanciar-se do explicito acordo dado à invasão do Iraque — sair do mesmo como melhor eleitoralmente lhe convier. Enquanto que, lá longe, um povo envolto numa espiral de terror que põe em causa a sua própria sobrevivência, é vitima de ter nascido e viver numa zona do planeta com um valor estratégico e um acervo de riquezas naturais incapazes da passar despercebidas e alimentar a voragem de rapina do imperialismo norte-americano.
A hipócrita encenação da transferência de poderes para uma baptizada autoridade iraquiana, comandada ao sabor das ordens ditadas pelas forças da coligação ocupante; a antiga e comprovada ligação do actual primeiro ministro aos interesses americanos de cujos serviços secretos foi agente e espião; a farsa da constituição de um tribunal para julgar Sadam atribuído a alguém (que a exemplo de outros membros da mesma família é procurado por corrupção e falsificação de moeda) que se sabe amigo íntimo de um dos homens forte da administração dos Estados Unidos, Dick Cheney; o anúncio da eminente aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de uma verba destinada á criação de «milícias amigas» — não são meros erros de casting. Por detrás de cada uma delas, e de muitas outras, esconde-se uma doutrina que tem na mentira, na traição ou no fomento ao terrorismo os elementos constituintes indispensáveis à sobrevivência e imposição de um sistema que faz da exploração e da guerra modo de conduta.
Não é improvável de todo que, apesar da distância, a dor e o drama de milhões de iraquianos — agravados nos últimos dias pelo súbito recrudescimento da actividade militar do exército dos EUA — estejam indissociavelmente ligados ao filme da disputa eleitoral entre Bush e Kerry. Um filme em que cada um tem como guião e argumento principais o de procurar — o primeiro impelido pela mão de Deus para limpar a Terra de infiéis e o segundo para tentar tarde e a más horas distanciar-se do explicito acordo dado à invasão do Iraque — sair do mesmo como melhor eleitoralmente lhe convier. Enquanto que, lá longe, um povo envolto numa espiral de terror que põe em causa a sua própria sobrevivência, é vitima de ter nascido e viver numa zona do planeta com um valor estratégico e um acervo de riquezas naturais incapazes da passar despercebidas e alimentar a voragem de rapina do imperialismo norte-americano.