A guerra continua
O presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou no início do mês que «as principais operações de combate no Iraque chegaram ao fim», e que agora as forças anglo-americanas estão ocupadas «em garantir a segurança e reconstruir o país».
Bush falava no porta-aviões Abraham Lincoln, atracado perto da Califórnia, longe de qualquer contestação, perante uma plateia militar adestrada para aplaudir.
Através das palavras de Bush ficou-se a saber que «nas imagens de estátuas a serem derrubadas testemunhámos a chegada de uma nova era» no Iraque, e que os EUA têm «o poder de libertar uma nação, destruindo o seu governo».
Bush disse ainda que «a batalha do Iraque é uma vitória na guerra contra o terror», iniciada em 11 de Setembro de 2001 e que «ainda continua». A mensagem não podia ser mais clara: «Do Paquistão às Filipinas e ao Corno de África estamos a caçar os assassinos da Al’Qaeda».
O anúncio de que no futuro outros países poderão ser «libertados» e o facto de Bush não ter decretado formalmente o fim da guerra são elucidativos. Os EUA propõem-se continuar a agir ao arrepio das mais elementares regras do direito internacional, onde e quando muito bem entenderem.
«Excelente trabalho»
No mesmo dia do discurso de Bush, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld também anunciou o fim das «principais operações de combate» no Afeganistão. Cerca de 18 meses após a queda dos Taliban, os americanos não falam em abandonar país. O mesmo se passa em relação ao Iraque, onde Rumsfeld desfilou a semana passada como o grande vencedor da guerra.
Enquanto Rumsfeld elogiava em Bagdad o «excelente trabalho» dos soldados, na cidade vizinha de Falluja as tropas norte-americanas voltavam a matar manifestantes - pelo menos dois -, tal como já havia sucedido em 28 de Abril, quando abriram fogo sobre 150 jovens, matando 15 adolescentes e ferindo outros 70.
«Vocês não vieram para conquistar nem para ocupar, mas para libertar, e o povo iraquiano sabe disso», disse Rumsfeld.
O povo iraquiano - que ainda se lembra da visita do secretário de Estado efectuada em 1983, enquanto enviado de Ronald Reagan para apoiar Saddam Hussein na guerra contra o Irão -, está esclarecido, e todos os dias se manifesta contra a ocupação americana.
Bush falava no porta-aviões Abraham Lincoln, atracado perto da Califórnia, longe de qualquer contestação, perante uma plateia militar adestrada para aplaudir.
Através das palavras de Bush ficou-se a saber que «nas imagens de estátuas a serem derrubadas testemunhámos a chegada de uma nova era» no Iraque, e que os EUA têm «o poder de libertar uma nação, destruindo o seu governo».
Bush disse ainda que «a batalha do Iraque é uma vitória na guerra contra o terror», iniciada em 11 de Setembro de 2001 e que «ainda continua». A mensagem não podia ser mais clara: «Do Paquistão às Filipinas e ao Corno de África estamos a caçar os assassinos da Al’Qaeda».
O anúncio de que no futuro outros países poderão ser «libertados» e o facto de Bush não ter decretado formalmente o fim da guerra são elucidativos. Os EUA propõem-se continuar a agir ao arrepio das mais elementares regras do direito internacional, onde e quando muito bem entenderem.
«Excelente trabalho»
No mesmo dia do discurso de Bush, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld também anunciou o fim das «principais operações de combate» no Afeganistão. Cerca de 18 meses após a queda dos Taliban, os americanos não falam em abandonar país. O mesmo se passa em relação ao Iraque, onde Rumsfeld desfilou a semana passada como o grande vencedor da guerra.
Enquanto Rumsfeld elogiava em Bagdad o «excelente trabalho» dos soldados, na cidade vizinha de Falluja as tropas norte-americanas voltavam a matar manifestantes - pelo menos dois -, tal como já havia sucedido em 28 de Abril, quando abriram fogo sobre 150 jovens, matando 15 adolescentes e ferindo outros 70.
«Vocês não vieram para conquistar nem para ocupar, mas para libertar, e o povo iraquiano sabe disso», disse Rumsfeld.
O povo iraquiano - que ainda se lembra da visita do secretário de Estado efectuada em 1983, enquanto enviado de Ronald Reagan para apoiar Saddam Hussein na guerra contra o Irão -, está esclarecido, e todos os dias se manifesta contra a ocupação americana.