Estudantes do superior regressam aos protestos
Quarta-feira foi dia de protesto para os estudantes do ensino superior, com iniciativas simbólicas em Lisboa, Coimbra e Porto. O Governo é o visado.
A coligação PSD/CDS foi condenada à derrota pelos estudantes
A Alameda Universitária de Lisboa foi o local escolhido para um jogo de futebol simulado entre estudantes e ministros, que acabou com a vitória por 1-0 dos estudantes. Os ministros foram apresentados como espantalhos e, no fim, todos os alunos foram expulsos sem razão, numa alusão ao regime de prescrições.
«A Lei de Bases da Educação vai aprofundar ainda mais o fosso entre ensino politécnico e universitário e facilitar o financiamento das universidades privadas, quando se deveria investir no ensino público», declarou Miguel Tiago, dirigente associativo da Faculdade de Ciências. «Não há grande diferença entre a figura do espantalho e o Governo», salientou.
Em Coimbra, a coligação «Força Portugal» do PSD/CDS-PP foi «condenada» a perder as eleições para o Parlamento Europeu, num julgamento simbólico organizado pela associação académica. A sentença foi justificada pelo pretenso juiz, que referiu que a actual «política educativa impede o desenvolvimento do País».
Durão Barroso foi considerado culpado de não atribuir prioridade ao ensino superior e Paulo Portas de exercer uma «influência muito forte no Governo, desviando verbas para outras áreas».
Quatro réplicas de estádios do Euro 2004 enquadraram o julgamento, mostrando que as verbas resultantes das derrapagens orçamentais associadas a estas obras e da evasão fiscal seriam suficientes para sustentar o sector do ensino superior público em Portugal.
A Federação Académica do Porto organizou uma greve de zelo nas cantina para demonstrar que os equipamentos existente não são suficientes para dar resposta às necessidades dos alunos.
Invasão
Estava prevista para ontem a invasão da reunião do senado da Universidade de Coimbra. A decisão foi tomada na semana passada pelos estudantes, em assembleia magna, com o objectivo de impedir a ratificação por aquele órgão da aplicação do montante máximo da propina para o próximo ano lectivo, 852 euros.
O reitor, Seabra Santos, afirmou não pode impedir os estudantes de se manifestar. «Na altura certa tomaremos as medidas adequadas», acrescentou. Seabra Santos, no entanto, admitiu que o aumento do valor da propina «é muito significativo».
Miguel Duarte, presidente da Associação Académica de Coimbra, sublinhou que os estudantes procuram lutar contra a política do Governo e não criar conflitos com a reitoria. «Não está em causa termos mais ou menos dinheiro no bolso, mas uma reforma legislativa para a elitização do ensino superior público», afirmou.
A Assembleia Magna aprovou ainda várias acções de protesto, nomeadamente uma campanha com o lema «Estamos com Portugal» durante o Campeonato Europeu de Futebol, fazendo uma comparação com o investimento na construção de estádios para a iniciativa e o «estado calamitoso» do ensino superior público. Outras iniciativas passam pela exigência ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior que «explique quais os moldes de financiamento do segundo ciclo de formação proposto pela Declaração de Bolonha», a realização de um congresso do ensino superior público e organizar uma manifestação junto ao Parlamento Europeu em Setembro ou Outubro. «A ideia é reunir várias associações estudantis europeias, tentando defender que o ensino superior público é um pilar fundamental do Estado Social Europeu», explicou Berto Messias, membro da direcção-geral da AAC, à agência Lusa.
«A Lei de Bases da Educação vai aprofundar ainda mais o fosso entre ensino politécnico e universitário e facilitar o financiamento das universidades privadas, quando se deveria investir no ensino público», declarou Miguel Tiago, dirigente associativo da Faculdade de Ciências. «Não há grande diferença entre a figura do espantalho e o Governo», salientou.
Em Coimbra, a coligação «Força Portugal» do PSD/CDS-PP foi «condenada» a perder as eleições para o Parlamento Europeu, num julgamento simbólico organizado pela associação académica. A sentença foi justificada pelo pretenso juiz, que referiu que a actual «política educativa impede o desenvolvimento do País».
Durão Barroso foi considerado culpado de não atribuir prioridade ao ensino superior e Paulo Portas de exercer uma «influência muito forte no Governo, desviando verbas para outras áreas».
Quatro réplicas de estádios do Euro 2004 enquadraram o julgamento, mostrando que as verbas resultantes das derrapagens orçamentais associadas a estas obras e da evasão fiscal seriam suficientes para sustentar o sector do ensino superior público em Portugal.
A Federação Académica do Porto organizou uma greve de zelo nas cantina para demonstrar que os equipamentos existente não são suficientes para dar resposta às necessidades dos alunos.
Invasão
Estava prevista para ontem a invasão da reunião do senado da Universidade de Coimbra. A decisão foi tomada na semana passada pelos estudantes, em assembleia magna, com o objectivo de impedir a ratificação por aquele órgão da aplicação do montante máximo da propina para o próximo ano lectivo, 852 euros.
O reitor, Seabra Santos, afirmou não pode impedir os estudantes de se manifestar. «Na altura certa tomaremos as medidas adequadas», acrescentou. Seabra Santos, no entanto, admitiu que o aumento do valor da propina «é muito significativo».
Miguel Duarte, presidente da Associação Académica de Coimbra, sublinhou que os estudantes procuram lutar contra a política do Governo e não criar conflitos com a reitoria. «Não está em causa termos mais ou menos dinheiro no bolso, mas uma reforma legislativa para a elitização do ensino superior público», afirmou.
A Assembleia Magna aprovou ainda várias acções de protesto, nomeadamente uma campanha com o lema «Estamos com Portugal» durante o Campeonato Europeu de Futebol, fazendo uma comparação com o investimento na construção de estádios para a iniciativa e o «estado calamitoso» do ensino superior público. Outras iniciativas passam pela exigência ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior que «explique quais os moldes de financiamento do segundo ciclo de formação proposto pela Declaração de Bolonha», a realização de um congresso do ensino superior público e organizar uma manifestação junto ao Parlamento Europeu em Setembro ou Outubro. «A ideia é reunir várias associações estudantis europeias, tentando defender que o ensino superior público é um pilar fundamental do Estado Social Europeu», explicou Berto Messias, membro da direcção-geral da AAC, à agência Lusa.