Campanha de contactos na Covilhã

Confiança no Partido e novas inscrições

Mariana Morais
O concelho da Covilhã tem 31 freguesias espalhadas numa das encostas da Serra da Estrela. Numa noite de Abril, um grupo de camaradas conversou sobre a acção de contactos e falou das suas experiências.
Embora a campanha ainda não esteja terminada, o balanço já é positivo. A boa recepção e as novas inscrições dão ânimo para levar a tarefa até ao fim. Maria de Jesus Bernardino, Vítor Reis Silva, Defki, Ramiro Venâncio, Catarina Pereira e António Calado dizem que esta tarefa os fez conhecer melhor a organização do Partido.
Maria de Jesus Bernardino considera que «embora tenhamos arrancado já bastante tarde e ainda falte cerca de trinta por cento da organização por contactar, o balanço da campanha é positivo». E destaca que têm sido bem recebidos pelos camaradas. «Toda a gente nos manda entrar. Isso, e as novas inscrições no Partido, reconforta-nos e dá-nos força.»
Já Ramiro Venâncio recorda que na Comissão de Freguesia do Tortosendo, «não sabíamos bem qual a aceitação que iríamos ter». Mas, afirma, «ao vermos que os camaradas eram receptivos e que, ao entrarmos nas suas casas, tínhamos oportunidade de contactar com outros familiares que não eram militantes e assim alargávamos o nosso contacto com outras pessoas, entusiasmámo-nos e num mês contactámos a organização quase toda».
«Ao contactarmos os militantes estes ficam mais ganhos para desempenharem tarefas», afirma António Calado. Neste momento, destaca, «só falta preencher doze fichas e a campanha não está já concluída porque temos outras tarefas, entre elas manter o Centro de Trabalho a funcionar».

Audácia e ousadia

Vítor Reis Silva considera que o mais importante nesta acção é o contacto directo com os militantes. «Embora isso exija esforço e disponibilidade, há boas surpresas», afirma. Em Unhais da Serra «pensávamos ter muita dificuldade na actualização dos dados e a verdade é que temos um bom núcleo de camaradas com quem podemos contar. É importante irmos a casa dos camaradas, conhecermos as suas famílias. E, se soubermos ser audazes e ousados nas questões que colocamos às pessoas, podemos convidá-las a integrar esta grande família que é o Partido».
Defki entende mesmo que esta acção já devia ter sido feita há mais tempo e de forma regular. «Talvez anualmente, ou de dois em dois anos», avança. «As pessoas ficam muito contentes por o Partido lhes bater à porta e ir ter com eles. Dissemos-lhes que, quando estivermos mais perto das eleições para o Parlamento Europeu, vamos voltar para lhes entregarmos os nossos documentos. E os camaradas ficaram contentes por saberem que daqui a dois meses voltamos lá.»
A campanha de contactos ainda não terminou. Mas, na Covilhã, podem-se tirar já algumas conclusões. Por um lado, os militantes contactados ficam satisfeitos por verem aparecer gente do Partido a dizer que conta com eles. Por outro lado, o estado de espírito dos camaradas que participam na campanha é de que vale a pena o esforço feito e o que falta fazer porque hoje conhecem a organização como não conheciam antes.

Os jovens na campanha

Catarina Pereira considera que «para mim, enquanto jovem, foi muito positivo participar na campanha. Aprendi muito com os camaradas que contactei, todos eles mais velhos do que eu. Conheci uma camarada que é minha vizinha e eu nem sabia que havia camaradas na minha rua. É uma camarada com mais de oitenta anos, viúva, o marido dela também era camarada. Nós não chegamos ao pé dos camaradas, preenchemos a ficha e vamos embora. É preciso falar com as pessoas, conhecer a vida delas. No caso desta camarada, conhecemo-nos naquele momento mas parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Era como se fossemos amigas, contou-me casos da sua vida e eu senti que ela confiava em mim porque sabia que eu sou sua camarada e isso bastava. Acho muito importante a participação de jovens na campanha, porque aquilo que passa para fora, nos órgãos de comunicação social, é que o nosso Partido é um Partido velho. Assim, os camaradas que têm estado desligados vêem que há jovens no Partido. Mostramos que o Partido tem sangue novo e isso dá outra força».

O Partido da Liberdade

Vítor Reis Silva conta que «em Unhais da Serra houve um camarada que brincou um bocado com a gente. Nós começámos por lhe dizer que ele constava nos nossos ficheiros como sendo militante do Partido e ele foi dizendo que tinha realmente um Partido e que esse partido era o partido da Liberdade. Como ele não nos conhecia, e nós também não o conhecíamos, pensámos, inicialmente, que estávamos a perder tempo, que ele não iria preencher a ficha de contacto e nos mandaria embora. Então dissemos-lhe “pronto amigo, está bem, paciência, já que você diz que o seu único partido é o partido da Liberdade e não abre mais o jogo, vamos embora”. Quando já estávamos a sair, ele chamou-nos e disse “venham cá, então o Partido da Liberdade não é o PCP? Eu sou do PCP e até o Álvaro Cunhal já esteve na minha casa”».


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