«Valeo» quer ir para Marrocos
Prova da instabilidade que se vive no sector de cablagens automóveis, a multinacional francesa Valeo, à semelhança de outros grupos estrangeiros, aproveita a apatia e a inacção do Governo, deslocalizando-se para Marrocos, após ter usufruído de subsídios da União Europeia para se instalar em Portugal, encerrando a unidade de Santo Tirso depois de oito anos de lucros, à custa dos trabalhadores e do Estado português.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte, a administração reconheceu, no início do mês passado, a intenção de encerrar, justificada com a perda do contrato para um novo modelo automóvel da Seat.
Em Santo Tirso estão em causa 339 postos de trabalho – na maioria do género feminino - que vão engrossar a lista de mais de cem mil desempregados só no distrito do Porto. No passado mês de Julho já 150 trabalhadores tinham aceite a rescisão e todos os dias mais trabalhadores estão a aceitá-las, afirmou ao Avante!, o dirigente do STIEN, Daniel Sampaio que recordou ainda o facto de esta unidade há apenas dois anos, empregar mais de 800 trabalhadores.
Manobra enganadora
De acordo com aquele dirigente, a administração da unidade de Santo Tirso propôs rescisões acima dos valores convencionados por Lei – um salário por cada ano de trabalho -, ao ter passado a indemnização para dois salários por cada ano de actividade.
O facto de ser uma quantia considerável, «se tivermos em conta os baixos salários que auferem», está a levar as trabalhadoras a aceitar as rescisões por não se aperceberem de que o que parece muito não é nada, a médio ou longo prazo. Mais ainda num distrito onde escasseiam cada vez mais postos de trabalho, com a agravante de ficarem, assim que assinam, sem quaisquer direitos respeitantes ao subsídio de desemprego», afirmou Daniel Sampaio.
No dia 14, o sindicato teve uma audiência com o Presidente da Câmara de Santo Tirso, a quem foram expostas as preocupações dos trabalhadores, tendo a autarquia assumido o compromisso de defender a manutenção da unidade.
Cablinal comprometida
Na mesma situação e a motivar enorme apreensão está outra unidade do Grupo Valeo, desta feita em Viana do Castelo, a Cablinal, onde trabalham mais de 900 trabalhadores. Confrontados com a situação em Santo Tirso, a Comissão Sindical e o STIEN avançaram já com um requerimento dirigido à administração do Grupo, onde exigem esclarecimentos e ser consultados sobre a evolução provável da actividade da empresa, a sua situação económica e a evolução provável do emprego que, em caso de estar ameaçado, deve prever «eventuais medidas de antecipação».
Foi também solicitado um encontro com o presidente da autarquia de Viana do Castelo.
Toda esta instabilidade tem contribuído para mobilizar e unir os trabalhadores da Cablinal, que têm reforçado significativamente a sua sindicalização, demonstrando uma clara predisposição para não cederem às pressões patronais, condição indispensável para a defesa do emprego e da unidade, segundo o sindicato.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte, a administração reconheceu, no início do mês passado, a intenção de encerrar, justificada com a perda do contrato para um novo modelo automóvel da Seat.
Em Santo Tirso estão em causa 339 postos de trabalho – na maioria do género feminino - que vão engrossar a lista de mais de cem mil desempregados só no distrito do Porto. No passado mês de Julho já 150 trabalhadores tinham aceite a rescisão e todos os dias mais trabalhadores estão a aceitá-las, afirmou ao Avante!, o dirigente do STIEN, Daniel Sampaio que recordou ainda o facto de esta unidade há apenas dois anos, empregar mais de 800 trabalhadores.
Manobra enganadora
De acordo com aquele dirigente, a administração da unidade de Santo Tirso propôs rescisões acima dos valores convencionados por Lei – um salário por cada ano de trabalho -, ao ter passado a indemnização para dois salários por cada ano de actividade.
O facto de ser uma quantia considerável, «se tivermos em conta os baixos salários que auferem», está a levar as trabalhadoras a aceitar as rescisões por não se aperceberem de que o que parece muito não é nada, a médio ou longo prazo. Mais ainda num distrito onde escasseiam cada vez mais postos de trabalho, com a agravante de ficarem, assim que assinam, sem quaisquer direitos respeitantes ao subsídio de desemprego», afirmou Daniel Sampaio.
No dia 14, o sindicato teve uma audiência com o Presidente da Câmara de Santo Tirso, a quem foram expostas as preocupações dos trabalhadores, tendo a autarquia assumido o compromisso de defender a manutenção da unidade.
Cablinal comprometida
Na mesma situação e a motivar enorme apreensão está outra unidade do Grupo Valeo, desta feita em Viana do Castelo, a Cablinal, onde trabalham mais de 900 trabalhadores. Confrontados com a situação em Santo Tirso, a Comissão Sindical e o STIEN avançaram já com um requerimento dirigido à administração do Grupo, onde exigem esclarecimentos e ser consultados sobre a evolução provável da actividade da empresa, a sua situação económica e a evolução provável do emprego que, em caso de estar ameaçado, deve prever «eventuais medidas de antecipação».
Foi também solicitado um encontro com o presidente da autarquia de Viana do Castelo.
Toda esta instabilidade tem contribuído para mobilizar e unir os trabalhadores da Cablinal, que têm reforçado significativamente a sua sindicalização, demonstrando uma clara predisposição para não cederem às pressões patronais, condição indispensável para a defesa do emprego e da unidade, segundo o sindicato.