Carlos Carvalhas no debate mensal

Combater o terrorismo em todas as suas formas

O Secretário-Geral do PCP afirmou na Assembleia da República a necessidade de combater sem equívocos o terrorismo, em qualquer das suas formas, seja o da Alquaeda seja o terrorismo de Estado, como é o que resulta da política criminosa conduzida por Sharon em Israel.
Estava-se no debate mensal com o Primeiro-Ministro, fez ontem oito dias, onde o combate ao terrorismo foi eleito como tema de fundo mas onde veio igualmente a lume como questão política central o apoio do Governo português à guerra de ocupação do Iraque.
Realce, neste plano, merece a exigência feita por Carlos Carvalhas de regresso imediato da GNR do Iraque (foi, aliás, o único a fazê-la), enquanto Ferro Rodrigues expressou o desejo de que o processo de transição naquele país seja assumido pelas Nações Unidas e, pela sua parte, Durão Barroso afirmou manter tudo o que disse e fez o seu Governo em matéria de apoio à intervenção militar levada a cabo pelos EUA.
Explicitando o seu ponto de vista sobre o conceito de terrorismo de Estado, ao qual deve ser dado combate com a mesma firmeza que a outras formas de terrorismo, Carlos Carvalhas incluiu nele casos como o de um governo que faz «guerras preventivas» ou situações em que um «governo premeditadamente decide que as suas Forças Armadas e serviços secretos assassinem tal ou tal dirigente ou bombardeiem campos de refugiados e populações e que depois chamam eufemisticamente danos colaterais, matando milhares de civis, homens, mulheres e crianças inocentes e impulsionando novas espirais de violência».
Por isso, para o dirigente comunista, combater o terrorismo implica também «condenar sem equívocos a política criminosa praticado por Sharon», o que até agora não foi feito pelo Governo português, revelando, assim, ter dois pesos e duas medidas.
«Combater o terrorismo é também combater os factores que o alimentam: entre eles a frustração e a humilhação dos povos, o seu desespero, a sua dominação, a miséria, a complacência para com os off shores, as lavagens de dinheiro e os negócios sórdidos das armas, a substituição do direito internacional pelo direito do Governo americano bombardear um País numa guerra ilegal e ilegítima na base da mentira das armas de destruição maciça que até hoje nem o Senhor Primeiro Ministro, nem o Senhor Blair, nem o senhor Bush, nem o Senhor Aznar», salientou o líder comunista, antes de indagar, dirigindo-se directamente a Durão Barroso, se não tinha aproveitado o encontro que tivera na véspera com Tony Blair para lhe falar da monumental mentira engendrada - as armas de destruição maciça – como pretexto para deitarem as mãos às riquezas petrolíferas do Iraque.
Defendendo a necessidade de ter no plano interno «forças de segurança motivadas» - «o que passa também por honrar os compromissos eleitorais de Paulo Portas», observou -, Carlos Carvalhas falou depois da importância de olhar igualmente para outro tipo de terrorismo.
Referia-se o Secretário-Geral do PCP ao que apelidou de terrorismo social, exemplificando-o da seguinte forma: «o terrorismo da Bombardier – Sorefame com as centenas de famílias que ficam sem emprego, com o Governo a acordar tarde e a más horas, o terrorismo das políticas neo liberais, das baixas reformas, dos baixos salários que alimentam a pobreza».
E prosseguiu: «o terrorismo de políticas que condenam no século XXI em Portugal um milhão de cidadãos à extrema pobreza e à fome 200 mil cidadãos. 200 mil cidadãos passam fome em Portugal sem um sobressalto do Governo que se reclama de modernidade, dos telemóveis, do Euro, dos estádios, das auto estradas que anuncia TVG’s.»


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