Um mar de protestos no coração de Manhattan
Nos EUA, Nova Iorque foi a capital da paz no dia em que milhões de pessoas saíram à rua em todo o mundo exigindo o fim da ocupação do Iraque.
«As pessoas nos EUA reconhecem que foram enganadas por Bush»
Os protestos que assinalaram no sábado, 20 de Março, o primeiro aniversário da invasão do Iraque foram um sério aviso a Bush e seus aliados de que chegou a «hora da verdade».
A manifestação em Nova Iorque (ver texto em separado) excedeu largamente as expectativas dos organizadores. Mais de 100 000 pessoas marcharam entoando palavras de ordem como «Ocupação é um crime do Iraque à Palestina» e «Tragam as tropas para casa».
Partindo de dois pontos, a marcha percorreu 45 quarteirões até à baixa de Manhattan, voltando depois ao ponto de partida.
Segundo os promotores da iniciativa, as Coligações ANSWER (Act Now to Stop War & End Racism) e Unidade para a Paz e Justiça, as duas maiores organizações anti-guerra dos EUA, os manifestantes eram tão numerosos que a cabeça da manifestação quase se juntava com a cauda, pelos que os primeiros tiveram de parar durante um longo período quando regressavam ao local do início do desfile para permitir que a cauda da marcha pudesse prosseguir.
«Este mar de protesto no coração de Manhattan envia uma forte mensagem aos fazedores da guerra e às corporações que os apoiam», afirmou Mara Verheyden-Hilliard, da Aliança para a Justiça Civil e do comité executivo da ANSWER.
«As ruas de Nova Iorque encheram com pessoas unidas na oposição ao programa belicista, de conquista e imperial de Bush. Membros da comunidade árabe e muçulmana marcharam lado a lado com familiares de militares e com veteranos exigindo o fim da ocupação do Iraque», sublinhou Mara.
«A adesão à manifestação excedeu as nossas expectativas», afirmou Peta Lindsay, coordenador nacional da ANSWER estudantil e aluno da Universidade de Howard.
Segundo Lindsay, «as pessoas nos EUA reconhecem que foram enganadas pela administração Bush. Quando nos manifestámos aos milhões há um ano, afirmámos que a administração Bush estava a caminhar para a guerra não porque o Iraque representasse o alegado grave e iminente perigo para os Estados Unidos, mas antes do mais porque os EUA tinham ambições imperiais nesta estratégica e rica região de petróleo. Nós dissemos a verdade e Bush mentiu, e cada vez mais pessoas o reconhecem hoje».
«A manifestação liga as preocupações em relação ao Iraque com a Palestina», afirmou Waleed Bader, do Conselho Nacional dos Árabes Americanos, sublinhando que «a população do Médio Oriente luta contra a ocupação e exige o seu direito à auto-determinação».
Este cenário repetiu-se um pouco por todo o mundo, em resposta ao apelo dos movimentos anti-guerra norte-americanos e apoiado pelo Fórum Social Europeu, que se realizou em Paris no início de Novembro.
Itália
Segundo as agências internacionais, a maior manifestação foi a de Roma, com muitas centenas de milhar de pessoas desfilando pelas ruas da cidade exigindo o regresso imediato das tropas italianas no Iraque. No protesto participaram dirigentes de todos os partidos da oposição de centro-esquerda e dos principais sindicatos do país.
Espanha
O regresso dos soldados espanhóis, com ou sem intervenção da ONU no Iraque, já que se trata de uma ocupação ilegal, voltou a ser exigido nas ruas de Madrid e Barcelona, onde milhares de pessoas desfilaram dizendo «Não à guerra!», «Fim à ocupação!» e «Os mortos são nossos, a guerra é vossa!»
Os protestos decorreram por todo o país, de forma pacífica, com as palavras de ordem condenando a guerra no Iraque e os atentados de Madrid, que causaram 202 mortos e cerca de 1500 feridos.
Inglaterra
Em Londres, dois activistas do Greenpeace iludiram a vigilância policial e conseguiram subir à torre do Big Ben, no Parlamento, onde afixaram uma faixa dizendo «É hora da verdade».
«Queremos mandar uma mensagem clara para (o primeiro-ministro) Tony Blair de que nós e o povo britânico estamos cansados de meias-verdades e evasivas sobre o Iraque», afirmou Stephen Tindale, diretor-executivo do Greenpeace.
Os protestos na Grã-Bretanha (ver peça em separado) estenderam-se a várias cidades, deixando claro que as mentiras de Blair para justificar o alinhamento incondicional com Washington não foram esquecidas.
Japão
Mais de 120 000 pessoas, segundo a agência de notícias Kyodo, manifestaram-se nas principais cidades japonesas, incluindo Tóquio e Osaka, exigindo o fim da ocupação do Iraque e o regresso das tropas japonesas ali deslocadas.
Apesar da chuva intensa que caiu todo o dia em Tóquio, três dezenas de milhar de pessoas responderam ao apelo da World Peace Now, organização que reúne 51 grupos pacifistas, e concentraram-se no parque de Hibiya, na capital. Os manifestantes não se puderam aproximar da embaixada norte-americana, já que a polícia isolou as ruas que dão acesso ao local.
Dinamarca
Milhares de pessoas manifestaram-se também em várias cidades dinamarquesas, criticando o apoio do governo dinamarquês aos EUA e exigindo o fim da ocupação do Iraque o regresso das suas tropas a casa.
Em Copenhague, cerca de 2000 pessoas concentraram-se durante uma hora, seguindo depois até a sede do Parlamento, onde manifestantes com as mãos pintadas de vermelho deixaram suas digitais em várias estátuas e portas para simbolizar o sangue derramado na guerra.
Canadá
Milhares de pessoas manifestaram-se em Montreal e em outras grandes cidades canadianas. A maior concentração foi no Quebec, onde os pacifistas gritaram «não à diplomacia das armas», e reclamaram uma «mudança de regime nos Estados Unidos».
A iniciativa contou com a presença de um pequeno grupo de haitianos, que protestou contra o papel dos EUA na afastamento do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide do poder. Registaram-se ainda outras manifestações em Toronto e Ottawa.
França
Palavras de ordem contra Bush, Blair e Aznar fizeram-se ouvir no centro de Paris, onde cerca de 10 000 pessoas desfilaram em defesa da paz, bem como em várias cidades.
Na capital francesa, associações judias e pró-palestinianas desfilaram juntas contra a guerra no Iraque.
No cortejo, que partiu da Praça da Bastilha em direcção a Chatelet, participaram políticos e dirigentes de organizações humanitárias ostentando uma faixa onde se lia «Não à guerra, aos atentados terroristas, às violências contra os povos».
«Bush criminoso» e «Assassinos, Tropas fora do Iraque e justiça na Palestina», ou
«Ocupação é crime no Iraque e Palestina» foram algumas das palavras de ordem
gritadas e escritas em cartazes empunhados pelos manifestantes.
Croácia e Eslovénia
Mais de 10 000 croatas assinaram uma petição contra o possível envio de soldados do seu país para o Iraque, num protesto contra a guerra na Praça central de Ban Jelacic, em Zagreb. O actual governo, do conservador Ivo Sanader, anunciou recentemente a possibilidade de enviar tropas para Bagdad.
Também em Liubliana, na Eslovénia, centenas de pessoas desfilaram até a embaixada da Espanha em solidariedade às vítimas do atentado terrorista de Madrid de 11 de Março, e manifestando-se contra a guerra.
Realizaram-se ainda manifestações na Alemanha (ver texto nestas páginas), Rússia, Holanda, Síria, Iraque, Egipto, Jordânia, República Checa, Coreia do Sul, Filipinas, Tailândia, Austrália, Índia, Turquia, Bahrain, Hong-Kong, Nova Zelândia, África do Sul, entre outras.
No Yemen, onde as autoridades proibiram a manifestação, os partidos da oposição e membros dos sindicatos sentaram-se em frente ao Parlamento e aprovaram uma declaração de protesto contra o governo.
A manifestação em Nova Iorque (ver texto em separado) excedeu largamente as expectativas dos organizadores. Mais de 100 000 pessoas marcharam entoando palavras de ordem como «Ocupação é um crime do Iraque à Palestina» e «Tragam as tropas para casa».
Partindo de dois pontos, a marcha percorreu 45 quarteirões até à baixa de Manhattan, voltando depois ao ponto de partida.
Segundo os promotores da iniciativa, as Coligações ANSWER (Act Now to Stop War & End Racism) e Unidade para a Paz e Justiça, as duas maiores organizações anti-guerra dos EUA, os manifestantes eram tão numerosos que a cabeça da manifestação quase se juntava com a cauda, pelos que os primeiros tiveram de parar durante um longo período quando regressavam ao local do início do desfile para permitir que a cauda da marcha pudesse prosseguir.
«Este mar de protesto no coração de Manhattan envia uma forte mensagem aos fazedores da guerra e às corporações que os apoiam», afirmou Mara Verheyden-Hilliard, da Aliança para a Justiça Civil e do comité executivo da ANSWER.
«As ruas de Nova Iorque encheram com pessoas unidas na oposição ao programa belicista, de conquista e imperial de Bush. Membros da comunidade árabe e muçulmana marcharam lado a lado com familiares de militares e com veteranos exigindo o fim da ocupação do Iraque», sublinhou Mara.
«A adesão à manifestação excedeu as nossas expectativas», afirmou Peta Lindsay, coordenador nacional da ANSWER estudantil e aluno da Universidade de Howard.
Segundo Lindsay, «as pessoas nos EUA reconhecem que foram enganadas pela administração Bush. Quando nos manifestámos aos milhões há um ano, afirmámos que a administração Bush estava a caminhar para a guerra não porque o Iraque representasse o alegado grave e iminente perigo para os Estados Unidos, mas antes do mais porque os EUA tinham ambições imperiais nesta estratégica e rica região de petróleo. Nós dissemos a verdade e Bush mentiu, e cada vez mais pessoas o reconhecem hoje».
«A manifestação liga as preocupações em relação ao Iraque com a Palestina», afirmou Waleed Bader, do Conselho Nacional dos Árabes Americanos, sublinhando que «a população do Médio Oriente luta contra a ocupação e exige o seu direito à auto-determinação».
Este cenário repetiu-se um pouco por todo o mundo, em resposta ao apelo dos movimentos anti-guerra norte-americanos e apoiado pelo Fórum Social Europeu, que se realizou em Paris no início de Novembro.
Itália
Segundo as agências internacionais, a maior manifestação foi a de Roma, com muitas centenas de milhar de pessoas desfilando pelas ruas da cidade exigindo o regresso imediato das tropas italianas no Iraque. No protesto participaram dirigentes de todos os partidos da oposição de centro-esquerda e dos principais sindicatos do país.
Espanha
O regresso dos soldados espanhóis, com ou sem intervenção da ONU no Iraque, já que se trata de uma ocupação ilegal, voltou a ser exigido nas ruas de Madrid e Barcelona, onde milhares de pessoas desfilaram dizendo «Não à guerra!», «Fim à ocupação!» e «Os mortos são nossos, a guerra é vossa!»
Os protestos decorreram por todo o país, de forma pacífica, com as palavras de ordem condenando a guerra no Iraque e os atentados de Madrid, que causaram 202 mortos e cerca de 1500 feridos.
Inglaterra
Em Londres, dois activistas do Greenpeace iludiram a vigilância policial e conseguiram subir à torre do Big Ben, no Parlamento, onde afixaram uma faixa dizendo «É hora da verdade».
«Queremos mandar uma mensagem clara para (o primeiro-ministro) Tony Blair de que nós e o povo britânico estamos cansados de meias-verdades e evasivas sobre o Iraque», afirmou Stephen Tindale, diretor-executivo do Greenpeace.
Os protestos na Grã-Bretanha (ver peça em separado) estenderam-se a várias cidades, deixando claro que as mentiras de Blair para justificar o alinhamento incondicional com Washington não foram esquecidas.
Japão
Mais de 120 000 pessoas, segundo a agência de notícias Kyodo, manifestaram-se nas principais cidades japonesas, incluindo Tóquio e Osaka, exigindo o fim da ocupação do Iraque e o regresso das tropas japonesas ali deslocadas.
Apesar da chuva intensa que caiu todo o dia em Tóquio, três dezenas de milhar de pessoas responderam ao apelo da World Peace Now, organização que reúne 51 grupos pacifistas, e concentraram-se no parque de Hibiya, na capital. Os manifestantes não se puderam aproximar da embaixada norte-americana, já que a polícia isolou as ruas que dão acesso ao local.
Dinamarca
Milhares de pessoas manifestaram-se também em várias cidades dinamarquesas, criticando o apoio do governo dinamarquês aos EUA e exigindo o fim da ocupação do Iraque o regresso das suas tropas a casa.
Em Copenhague, cerca de 2000 pessoas concentraram-se durante uma hora, seguindo depois até a sede do Parlamento, onde manifestantes com as mãos pintadas de vermelho deixaram suas digitais em várias estátuas e portas para simbolizar o sangue derramado na guerra.
Canadá
Milhares de pessoas manifestaram-se em Montreal e em outras grandes cidades canadianas. A maior concentração foi no Quebec, onde os pacifistas gritaram «não à diplomacia das armas», e reclamaram uma «mudança de regime nos Estados Unidos».
A iniciativa contou com a presença de um pequeno grupo de haitianos, que protestou contra o papel dos EUA na afastamento do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide do poder. Registaram-se ainda outras manifestações em Toronto e Ottawa.
França
Palavras de ordem contra Bush, Blair e Aznar fizeram-se ouvir no centro de Paris, onde cerca de 10 000 pessoas desfilaram em defesa da paz, bem como em várias cidades.
Na capital francesa, associações judias e pró-palestinianas desfilaram juntas contra a guerra no Iraque.
No cortejo, que partiu da Praça da Bastilha em direcção a Chatelet, participaram políticos e dirigentes de organizações humanitárias ostentando uma faixa onde se lia «Não à guerra, aos atentados terroristas, às violências contra os povos».
«Bush criminoso» e «Assassinos, Tropas fora do Iraque e justiça na Palestina», ou
«Ocupação é crime no Iraque e Palestina» foram algumas das palavras de ordem
gritadas e escritas em cartazes empunhados pelos manifestantes.
Croácia e Eslovénia
Mais de 10 000 croatas assinaram uma petição contra o possível envio de soldados do seu país para o Iraque, num protesto contra a guerra na Praça central de Ban Jelacic, em Zagreb. O actual governo, do conservador Ivo Sanader, anunciou recentemente a possibilidade de enviar tropas para Bagdad.
Também em Liubliana, na Eslovénia, centenas de pessoas desfilaram até a embaixada da Espanha em solidariedade às vítimas do atentado terrorista de Madrid de 11 de Março, e manifestando-se contra a guerra.
Realizaram-se ainda manifestações na Alemanha (ver texto nestas páginas), Rússia, Holanda, Síria, Iraque, Egipto, Jordânia, República Checa, Coreia do Sul, Filipinas, Tailândia, Austrália, Índia, Turquia, Bahrain, Hong-Kong, Nova Zelândia, África do Sul, entre outras.
No Yemen, onde as autoridades proibiram a manifestação, os partidos da oposição e membros dos sindicatos sentaram-se em frente ao Parlamento e aprovaram uma declaração de protesto contra o governo.