Matança de Fallujah não é obra da resistência

O ataque de sábado contra uma esquadra de Fallujah, que causou a morte de 23 polícias, não é obra da resistência iraquiana, afirma um comunicado divulgado esta semana pelos «Mujaidines de Fallujah», movimento que reúne os grupos da guerrilha islamita da cidade.
«Nós, os Mujaidines de Fallujah, afirmamos não ter qualquer ligação com esta operação cobarde efectuada por canalhas, sem lei nem fé, que querem sujar a nossa reputação», lê-se no comunicado, citado pela Lusa.
Segundo o movimento, «a matança selvagem cometida por esta gentalha, que libertou 80 criminosos, cuja maioria é composta por marginais, criminosos, pessoas sem moral, nada tem a ver com a religião».
Afirmando que tais ataques são levados a cabo por «estrangeiros», o texto garante que semelhantes actos nada têm a ver «com a jihad para Deus, mas sim com a jihad para o diabo», pois a «verdadeira jihad visa atacar os norte-americanos sem causar prejuízo nas cidades, porque derramar o sangue de um muçulmano é mais grave aos olhos de Deus do que destruir a Kaaba» (o monumento mais sagrado dos muçulmanos, em Meca).
Os «Mujaidines de Fallujah» afirmam-se ainda dispostos a colocar-se ao lado dos seus «irmãos da polícia» para «afastar qualquer ataque que vise um serviço governamental».
A própria polícia iraquiana acredita que o ataque de sábado foi obra de estrangeiros que pretendem desestabilizar a região. Entre os assaltantes mortos figuravam dois libaneses.

Ocupação vai continuar

Entretanto, enquanto continua a discussão sobre como se deve efectuar a prometida «transferência de poder» para os iraquianos, os EUA já fizeram saber, através do seu pretor no Iraque, Paul Bremer, que a ocupação militar norte-americana vai continuar seja qual for a forma de governo que se vier a formar.
«Os Estados Unidos vão permanecer em solo iraquiano até que se complete o trabalho no Iraque», disse Bremer, sublinhando que «a presença americana no Iraque não acabará em 30 de Junho.»
De acordo com Bremer, está ainda fora de questão a realização de eleições antes de Novembro. Até essa data, Bush vai estar muito ocupado a tentar a sua reeleição, numa campanha em que o Iraque é um dos temas centrais.


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