Garantir o emprego e direitos
Continua por saber a data e em que condições reabrirá a empresa Gartextil, encerrada há mais de um ano em moldes no mínimo estranhos e ainda hoje incompreensíveis.
O Governo não garante, como devia, a defesa da legalidade e dos direitos dos trabalhadores
Esta empresa da Guarda cessou a laboração depois de um processo que conduziu à sua entregue aos accionistas de uma outra empresa - a Carveste -, em condições extremamente favoráveis, como foi o caso do perdão da maior parte da dívida.
Desse quadro altamente favorável que presidiu à operação constou ainda o pagamento a longo prazo da dívida remanescente, bem como a drástica redução do capital social da empresa. O pagamento aos trabalhadores de apenas dez por cento dos salários e subsídios em atraso e, por outro lado, a atribuição de uma verba de cerca de meio milhão de contos, foram igualmente medidas tomadas em exclusivo beneficio dos accionistas da Carveste.
Seriamente prejudicados com toda a situação, pelo contrário, saíram os trabalhadores da empresa, que continuam sem saber que destino deu o Governo ao pedido de auditoria reclamada há meses num abaixo-assinado de mais de quatro mil assinaturas.
Igualmente preocupada com a situação está a bancada comunista que inquiriu já o Executivo, através do Ministério da Economia, no sentido de saber sobre as medidas urgentes a tomar no sentido da reabertura da Gartextil, sem perda de postos de trabalho e com garantia da salvaguarda dos direitos dos trabalhadores.
«Trata-se de uma empresa com enorme importância para o concelho e o distrito da Guarda e cujo encerramento tem graves consequências económicas e sociais», salienta no requerimento o deputado Bernardino Soares, presidente da bancada comunista, considerando, por isso, que o Executivo «não pode assistir impávido a esta situação, designadamente depois de anunciar um Plano de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos» de que se continuam à espera os resultados no «terreno concreto».
Ilegalidades na TARF, Guimarães
Motivos fortes para estarem descontentes com a administração da empresa e com o Governo têm também os trabalhadores da empresa Têxteis TARF, Lda, com sede no Lugar de Ribeiro de Barro, São Jorge de Selho, Guimarães.
Atravessando há alguns anos graves problemas de gestão, mesmo depois de ter sido contemplada com um investimento público, ao abrigo do PEDIP, na sequência do qual foi nomeado aquele que ainda é hoje o seu principal administrador, a empresa tem desde o início deste ano faltado às suas obrigações legais e contratuais para com os seus cerca de 250 trabalhadores, designadamente com salários sistematicamente em atraso e só liquidados depois de insistentes diligências.
A gota de água que levou os trabalhadores a decidirem-se por uma paralisação espontânea, num gesto de generalizada indignação e revolta, aconteceu depois do Verão, quando, regressados de férias, verificaram mais uma vez não terem sido cumpridos os compromissos para o pagamento dos salários e subsídios de férias em atraso. Em retaliação, como conta o deputado comunista Honório Novo em requerimento que dirigiu ao Governo sobre o assunto, o administrador que há meses incumpria a Lei veio invocá-la para mover processos disciplinares com vista ao despedimento de cerca de 70 trabalhadores.
«É uma decisão amoral, sem ética, de legalidade mais que duvidosa», considera o deputado do PCP, que não esconde o seu espanto pelo que considera ser a «passividade da Inspecção de Trabalho em repor a legalidade e a normalidade das relações laborais na TARF.
Desse quadro altamente favorável que presidiu à operação constou ainda o pagamento a longo prazo da dívida remanescente, bem como a drástica redução do capital social da empresa. O pagamento aos trabalhadores de apenas dez por cento dos salários e subsídios em atraso e, por outro lado, a atribuição de uma verba de cerca de meio milhão de contos, foram igualmente medidas tomadas em exclusivo beneficio dos accionistas da Carveste.
Seriamente prejudicados com toda a situação, pelo contrário, saíram os trabalhadores da empresa, que continuam sem saber que destino deu o Governo ao pedido de auditoria reclamada há meses num abaixo-assinado de mais de quatro mil assinaturas.
Igualmente preocupada com a situação está a bancada comunista que inquiriu já o Executivo, através do Ministério da Economia, no sentido de saber sobre as medidas urgentes a tomar no sentido da reabertura da Gartextil, sem perda de postos de trabalho e com garantia da salvaguarda dos direitos dos trabalhadores.
«Trata-se de uma empresa com enorme importância para o concelho e o distrito da Guarda e cujo encerramento tem graves consequências económicas e sociais», salienta no requerimento o deputado Bernardino Soares, presidente da bancada comunista, considerando, por isso, que o Executivo «não pode assistir impávido a esta situação, designadamente depois de anunciar um Plano de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos» de que se continuam à espera os resultados no «terreno concreto».
Ilegalidades na TARF, Guimarães
Motivos fortes para estarem descontentes com a administração da empresa e com o Governo têm também os trabalhadores da empresa Têxteis TARF, Lda, com sede no Lugar de Ribeiro de Barro, São Jorge de Selho, Guimarães.
Atravessando há alguns anos graves problemas de gestão, mesmo depois de ter sido contemplada com um investimento público, ao abrigo do PEDIP, na sequência do qual foi nomeado aquele que ainda é hoje o seu principal administrador, a empresa tem desde o início deste ano faltado às suas obrigações legais e contratuais para com os seus cerca de 250 trabalhadores, designadamente com salários sistematicamente em atraso e só liquidados depois de insistentes diligências.
A gota de água que levou os trabalhadores a decidirem-se por uma paralisação espontânea, num gesto de generalizada indignação e revolta, aconteceu depois do Verão, quando, regressados de férias, verificaram mais uma vez não terem sido cumpridos os compromissos para o pagamento dos salários e subsídios de férias em atraso. Em retaliação, como conta o deputado comunista Honório Novo em requerimento que dirigiu ao Governo sobre o assunto, o administrador que há meses incumpria a Lei veio invocá-la para mover processos disciplinares com vista ao despedimento de cerca de 70 trabalhadores.
«É uma decisão amoral, sem ética, de legalidade mais que duvidosa», considera o deputado do PCP, que não esconde o seu espanto pelo que considera ser a «passividade da Inspecção de Trabalho em repor a legalidade e a normalidade das relações laborais na TARF.