Polícia esmaga protestos
Dois mortos e centenas de feridos, alguns em estado grave, é o balanço da repressão à contestação popular à alegada fraude eleitoral no Azerbaijão.
Os representantes da OSCE detectaram irregularidades graves
A Praça da Liberdade, em Baku, foi palco de violentos confrontos entre forças policiais e apoiantes do candidato derrotado, que acusam o filho do ex-presidente,
Heydar Aliev, de fraude eleitoral.
Após a divulgação dos resultados provisórios das eleições presidenciais na ex-República Soviética, milhares de pessoas encheram as ruas da capital do Azerbaijão, no passado dia 15, para contestar a eleição de Ilham Aliev, que obteve cerca de 80 por cento dos votos contra apenas 12 por cento do seu opositor, Issa Gambar.
O protesto convocado pelo principal partido da oposição foi brutalmente reprimido por unidades da polícia anti-motim, pára-quedistas e exército, cuja intervenção provocou a morte de duas pessoas e centenas de feridos, entre as quais uma criança de cinco anos que se encontra em estado de coma num hospital de Baku.
Segundo fontes no local citadas por agências internacionais, os manifestantes marchavam em direcção à sede da Comissão Eleitoral Nacional quando foram surpreendidos pelas forças da autoridade. Alguns dos presentes relataram ainda que os funcionários do hospital mais próximo da praça se recusaram a acolher os feridos, negando asilo aos manifestantes em fuga e dificultando a assistência médica.
A fraude e o poder do crude
Na manhã que antecedeu os protestos, o chefe da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Peter Eicher, leu um comunicado onde tece duras críticas ao acto eleitoral, classificando-o como não democrático.
Apesar da votação ter decorrido pacificamente, os representantes da OSCE no terreno detectaram posteriormente irregularidades graves nos 125 distritos eleitorais, facto que levou a organização a considerar que ouve falta de transparência e a acusar o partido de Aliev de manipulação eleitoral.
As críticas foram também dirigidas aos meios de comunicação social que, segundo a OSCE, providenciaram o favorecimento do candidato do poder, recentemente indigitado no cargo de primeiro-ministro devido à degradação do estado de saúde do seu pai.
Ilham Aliev foi nomeado presidente da companhia petrolífera do Azerbaijão logo depois da independência do país, em 1992, estabelecendo desde então acordos de exploração dos recursos naturais da república, outrora fornecedora de cerca de 80 por cento da energia da União Soviética, com as grandes multinacionais do sector.
Os investimentos nas margens do Mar Cáspio, orçados em milhares de milhões de dólares, parecem, desta forma, ficar assegurados pela perpetuação da dinastia Aliev.
Heydar Aliev, de fraude eleitoral.
Após a divulgação dos resultados provisórios das eleições presidenciais na ex-República Soviética, milhares de pessoas encheram as ruas da capital do Azerbaijão, no passado dia 15, para contestar a eleição de Ilham Aliev, que obteve cerca de 80 por cento dos votos contra apenas 12 por cento do seu opositor, Issa Gambar.
O protesto convocado pelo principal partido da oposição foi brutalmente reprimido por unidades da polícia anti-motim, pára-quedistas e exército, cuja intervenção provocou a morte de duas pessoas e centenas de feridos, entre as quais uma criança de cinco anos que se encontra em estado de coma num hospital de Baku.
Segundo fontes no local citadas por agências internacionais, os manifestantes marchavam em direcção à sede da Comissão Eleitoral Nacional quando foram surpreendidos pelas forças da autoridade. Alguns dos presentes relataram ainda que os funcionários do hospital mais próximo da praça se recusaram a acolher os feridos, negando asilo aos manifestantes em fuga e dificultando a assistência médica.
A fraude e o poder do crude
Na manhã que antecedeu os protestos, o chefe da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Peter Eicher, leu um comunicado onde tece duras críticas ao acto eleitoral, classificando-o como não democrático.
Apesar da votação ter decorrido pacificamente, os representantes da OSCE no terreno detectaram posteriormente irregularidades graves nos 125 distritos eleitorais, facto que levou a organização a considerar que ouve falta de transparência e a acusar o partido de Aliev de manipulação eleitoral.
As críticas foram também dirigidas aos meios de comunicação social que, segundo a OSCE, providenciaram o favorecimento do candidato do poder, recentemente indigitado no cargo de primeiro-ministro devido à degradação do estado de saúde do seu pai.
Ilham Aliev foi nomeado presidente da companhia petrolífera do Azerbaijão logo depois da independência do país, em 1992, estabelecendo desde então acordos de exploração dos recursos naturais da república, outrora fornecedora de cerca de 80 por cento da energia da União Soviética, com as grandes multinacionais do sector.
Os investimentos nas margens do Mar Cáspio, orçados em milhares de milhões de dólares, parecem, desta forma, ficar assegurados pela perpetuação da dinastia Aliev.