As mudanças sociais estão permanentemente a verificar-se e na actual fase do capitalismo, ao contrário do que alguns têm defendido, não eliminaram a luta de classes, defendeu Francisco Lopes no espaço da imprensa partidária, domingo à tarde. Pelo contrário, defendeu, o que se verifica é a agudização da luta, tanto a nível internacional, como no nosso país, e uma maior polarização da sociedade, entre o grande capital e a massa de assalariados, mantendo a classe operária um peso significativo.
Fernando Marques apresentou um quadro das alterações mais sensíveis verificadas nos últimos anos, particularmente no mundo do trabalho, onde aumenta a mão-de-obra feminina e cresce o número de jovens que não encontra emprego de acordo com as suas qualificações. Têm grande peso os 450 mil imigrantes registados em Portugal.
Foi salientada a necessidade de contrariar o perigo de transformação das diferenças étnicas em lutas raciais, reforçando os laços de classe que unem os trabalhadores de todas as nacionalidades. Foi apontado o facto de não ser coincidente a condição de explorado e a consciência desta condição. A par da diminuição do proletariado agrícola, foi referido o facto de surgirem nos serviços condições de trabalho muito mais próximas das da classe operária.