Corridinho
Com o pretexto - ou a pretexto - do cumprimento da imposição de um défice orçamental abaixo dos três por cento, imposição que os grandes da União Europeia não cumprem, o Governo entrou no reino do vale-tudo. Na realidade, para este executivo da direita, o argumento da contenção da despesa pública cai que nem ginjas para entrar fundo na política que pretende realizar, fazendo pesar sobre os trabalhadores todos os sacrifícios e entregando aos grupos privados todas as benesses. Mesmo que os objectivos anunciados - nomeadamente o cumprimento da redução do défice - não sejam alcançados e que, a par do ataque feroz aos direitos dos trabalhadores, consubstanciado no Código Laboral já assinado por um Presidente da República que se tornou no melhor amigo que a política de direita já possuiu em Belém, o País tenha entrado numa profunda crise económica.
Os argumentos em apoio desta desastrosa política aparecem de todos os lados - menos do nosso, claro! - e não importa que se apresentem contraditórios. Na profusão de novidades, pouca gente acaba por notar as disparidades «informativas». Por exemplo: em 6 de Agosto, o insuspeito «Diário Económico» anunciava que, em Junho, o desemprego em Portugal registava a maior subida da zona euro, fixando-se em 7,3 por cento, a comparar com os 4,8 do mesmo mês do ano passado. Menos de uma semana depois, o «Público» avançava que a mesma taxa, agora relativa a Julho, caíra de 6,4 para 6,2 por cento, e falava já em empresas que «estão a corrigir o pessimismo do ano passado, tendo começado a recrutar pessoal». Entretanto, na semana passada, vários órgãos de comunicação adiantavam o argumento - certamente para facilitar ao Governo novas medidas contra os trabalhadores -, de que a existência do subsídio de desemprego é que estava a empatar o crescimento do emprego, já que os trabalhadores se quedavam satisfeitos com o estatuto de desempregados e a respectiva «remuneração». No dia seguinte, outra notícia: dados estatísticos provavam que mais de 60 por cento dos desempregados não tinham direito a subsídio, uma vez que o trabalho precário impera e não permite a quem trabalha menos de 6 meses seguidos o acesso a um subsídio, para além de ter de se contar entre os desempregados um grande número de jovens em busca do primeiro emprego.
Contradições? Sem importância para os ministros de Barroso, que prosseguem na corrida, antes que sejam corridos.
Os argumentos em apoio desta desastrosa política aparecem de todos os lados - menos do nosso, claro! - e não importa que se apresentem contraditórios. Na profusão de novidades, pouca gente acaba por notar as disparidades «informativas». Por exemplo: em 6 de Agosto, o insuspeito «Diário Económico» anunciava que, em Junho, o desemprego em Portugal registava a maior subida da zona euro, fixando-se em 7,3 por cento, a comparar com os 4,8 do mesmo mês do ano passado. Menos de uma semana depois, o «Público» avançava que a mesma taxa, agora relativa a Julho, caíra de 6,4 para 6,2 por cento, e falava já em empresas que «estão a corrigir o pessimismo do ano passado, tendo começado a recrutar pessoal». Entretanto, na semana passada, vários órgãos de comunicação adiantavam o argumento - certamente para facilitar ao Governo novas medidas contra os trabalhadores -, de que a existência do subsídio de desemprego é que estava a empatar o crescimento do emprego, já que os trabalhadores se quedavam satisfeitos com o estatuto de desempregados e a respectiva «remuneração». No dia seguinte, outra notícia: dados estatísticos provavam que mais de 60 por cento dos desempregados não tinham direito a subsídio, uma vez que o trabalho precário impera e não permite a quem trabalha menos de 6 meses seguidos o acesso a um subsídio, para além de ter de se contar entre os desempregados um grande número de jovens em busca do primeiro emprego.
Contradições? Sem importância para os ministros de Barroso, que prosseguem na corrida, antes que sejam corridos.