A heroína
Jessica Lynch é uma jovem norte-americana de 19 anos.
O facto mais notório da sua ainda curta existência foi ter integrado os serviços de manutenção das forças expedicionárias dos EUA que, há poucos meses, atacaram, invadiram e ocuparam o Iraque sob o pretexto de descobrir e neutralizar arsenais de destruição maciça e, de caminho, aniquilar a ditadura presidida por Saddam Hussein.
Nada distinguiria Jessica Lynch dos mais de 100 mil compatriotas que com ela foram expedidos para a antiga Babilónia, não fora a circunstância, provável mas fortuita, de haver sido feita prisioneira durante a invasão.
Os serviços de propaganda do governo norte-americano aplicaram-se a fundo no «caso Jessica Lynch» e tentaram torná-lo exemplar, para que os EUA e todo o mundo vissem, duma penada, tanto a bravura em combate dos expedicionários norte-americanos, como a competência e eficácia da máquina de guerra norte-americana em os proteger.
Foi assim que soubemos duas coisas, sempre via serviços de informação militares dos EUA.
Primeiro, que Jessica Lynch havia sido feita prisioneira pelas tropas de Saddam «após aguerrido combate», tendo sido levada para local desconhecido «onde a estariam a torturar».
Segundo – e aqui tivemos o privilégio de ver tudo filmado em directo -, que o exército dos EUA havia desencadeado uma fulminante operação de resgate da jovem prisioneira, libertando-a, pela força das armas, das garras do inimigo onde se encontraria ferida e politraumatizada.
E lá vimos as tropas norte-americanas a entrar de rompante, aos berros e de armas em punho, numas instalações hospitalares onde pegaram na jovem acamada e a transportaram, desembestados em gritos e correria, para um helicóptero todo operacional.
Muito bem e nos conformes.
Só que era tudo mentira.
As televisões e órgãos de informação «civis» que, apesar de tudo, ainda por lá andam, acabaram por descobrir e revelar a verdadeira história.
A jovem Jessica Lynch perdeu-se no deserto quando integrava uma coluna de abastecimentos e teve um grave acidente de viação. Foi encontrada por iraquianos, que a transportaram para um hospital onde lhe salvaram a vida. Tentaram depois devolvê-la ao exército dos EUA, mas não o conseguiram, porque a ambulância onde a transportavam foi recebida a tiro pelos nervosos marines. Assim sendo, regressaram com ela ao hospital, de onde a «operação resgate» a tirou aos berros e numa correria que, obviamente, não encontrou qualquer resistência porque só por lá havia civis pacíficos e desarmados. Os mesmos, repita-se, que haviam salvo a jovem «prisioneira».
Tudo isto acabou dito e denunciado ao mundo inteiro, deixando a administração Bush com mais um embaraço para resolver, no atoleiro do Iraque.
Mas não resolveu.
Evidenciando que a sua linha central de actuação na questão iraquiana é a fuga para a frente, a mesma administração Bush prepara-se agora para fazer regressar a casa a jovem Jessica Lynch como «heroína da América», montando um espectáculo onde insiste publicamente na monumental fraude do resgate fingido duma prisioneira que nunca o foi.
Os mais de 100 mil expedicionários norte-americanos que, angustiados, estão a ver o seu almejado regresso a casa sucessivamente adiado pelas dificuldades em controlar o Iraque, olham atónitos para este regresso encenado da colega Jessica e sentem-se mais ou menos… «Lynchados».
Quanto ao mundo, é melhor que não demore muito tempo a rir de mais esta palhaçada dirigida pela administração Bush.
E se despache a ver que tudo isto já é demencial.
O facto mais notório da sua ainda curta existência foi ter integrado os serviços de manutenção das forças expedicionárias dos EUA que, há poucos meses, atacaram, invadiram e ocuparam o Iraque sob o pretexto de descobrir e neutralizar arsenais de destruição maciça e, de caminho, aniquilar a ditadura presidida por Saddam Hussein.
Nada distinguiria Jessica Lynch dos mais de 100 mil compatriotas que com ela foram expedidos para a antiga Babilónia, não fora a circunstância, provável mas fortuita, de haver sido feita prisioneira durante a invasão.
Os serviços de propaganda do governo norte-americano aplicaram-se a fundo no «caso Jessica Lynch» e tentaram torná-lo exemplar, para que os EUA e todo o mundo vissem, duma penada, tanto a bravura em combate dos expedicionários norte-americanos, como a competência e eficácia da máquina de guerra norte-americana em os proteger.
Foi assim que soubemos duas coisas, sempre via serviços de informação militares dos EUA.
Primeiro, que Jessica Lynch havia sido feita prisioneira pelas tropas de Saddam «após aguerrido combate», tendo sido levada para local desconhecido «onde a estariam a torturar».
Segundo – e aqui tivemos o privilégio de ver tudo filmado em directo -, que o exército dos EUA havia desencadeado uma fulminante operação de resgate da jovem prisioneira, libertando-a, pela força das armas, das garras do inimigo onde se encontraria ferida e politraumatizada.
E lá vimos as tropas norte-americanas a entrar de rompante, aos berros e de armas em punho, numas instalações hospitalares onde pegaram na jovem acamada e a transportaram, desembestados em gritos e correria, para um helicóptero todo operacional.
Muito bem e nos conformes.
Só que era tudo mentira.
As televisões e órgãos de informação «civis» que, apesar de tudo, ainda por lá andam, acabaram por descobrir e revelar a verdadeira história.
A jovem Jessica Lynch perdeu-se no deserto quando integrava uma coluna de abastecimentos e teve um grave acidente de viação. Foi encontrada por iraquianos, que a transportaram para um hospital onde lhe salvaram a vida. Tentaram depois devolvê-la ao exército dos EUA, mas não o conseguiram, porque a ambulância onde a transportavam foi recebida a tiro pelos nervosos marines. Assim sendo, regressaram com ela ao hospital, de onde a «operação resgate» a tirou aos berros e numa correria que, obviamente, não encontrou qualquer resistência porque só por lá havia civis pacíficos e desarmados. Os mesmos, repita-se, que haviam salvo a jovem «prisioneira».
Tudo isto acabou dito e denunciado ao mundo inteiro, deixando a administração Bush com mais um embaraço para resolver, no atoleiro do Iraque.
Mas não resolveu.
Evidenciando que a sua linha central de actuação na questão iraquiana é a fuga para a frente, a mesma administração Bush prepara-se agora para fazer regressar a casa a jovem Jessica Lynch como «heroína da América», montando um espectáculo onde insiste publicamente na monumental fraude do resgate fingido duma prisioneira que nunca o foi.
Os mais de 100 mil expedicionários norte-americanos que, angustiados, estão a ver o seu almejado regresso a casa sucessivamente adiado pelas dificuldades em controlar o Iraque, olham atónitos para este regresso encenado da colega Jessica e sentem-se mais ou menos… «Lynchados».
Quanto ao mundo, é melhor que não demore muito tempo a rir de mais esta palhaçada dirigida pela administração Bush.
E se despache a ver que tudo isto já é demencial.