Língua portuguesa e internet
Os estatutos - as bylaws - de um organismo mundial (global) que superintende aos destinos da Internet, agora revistos (as), depois da sua primeira reforma, foram, como é costume nestes casos, escritos e fixados, após debate, em inglês. Também nestes casos usualmente, em paralelo, ou quase logo a seguir, tais estatutos seriam escritos em línguas como o francês ou, talvez, o alemão, e ainda o espanhol - que os nuestros hermanos não costumam deixar ficar estas coisas ao deus dará. Neste caso, o que aconteceu foi que tais novos estatutos foram aprovados quase em finais de 2002 e em Maio já a versão em português aí estava!
(O organismo a que nos referimos atrás - não me lembro se já a ele me tinha referido antes - é o ainda recente ICANN, a Internet Corporation for the Assigned Names and Numbers. O ICANN é uma Instituição sem fins lucrativos com sede na Califórnia, baseada num protocolo de entendimento com o Estado norte-americano. O ICANN tem funções de garante técnico da estabilidade da Internet, incluindo nas áreas do registo dos nomes de domínios e na atribuição dos números IP, Internet Protocol. O seu órgão de administração é constituído por membros de todos os continentes. Para mais informação pode ser consultado o sítio www. icann.org.)
Disse versão em português e não versão portuguesa porque a versão é brasileira. E ao escrever que a versão em língua portuguesa já aí estava queria dizer que ela já estava na Net, no ciberespaço. O desprevenido cidadão português poderá achar estranho, ou talvez já não ache, que os portugueses não tenham nada a ver com isto. Talvez ache mesmo que o ministro português que se dirigiu em inglês a uma reunião internacional - ao invés dos outros ministros de países de língua portuguesa que o fizeram em português - actuou bem, pois deste modo todos souberam como falava bem aquela língua, fazendo-se assim entender muito melhor.
Três grandes línguas
Indo mais adiante agora: parece - para mim é uma certeza - que a terceira língua em que os estatutos do ICANN aparecerão, e dentro de não muito tempo, será o espanhol. Disse o espanhol, que é como geralmente se diz por cá. Mas, no país dos tradutores, que é a Argentina, diz-se castelhano. Não vai exactamente dar ao mesmo, mas para o efeito é semelhante, porque para além do inglês e do português, o castelhano ou espanhol é a outra das três «grandes» línguas do continente americano… e dizem que a sua importância nos EUA está a crescer tanto que, um destes dias, o inglês poderá passar à segunda posição neste país!
É claro que não esqueci a implantação do francês no Quebeque, bem como noutros pontos da América, nem os idiomas das línguas dos descendentes dos povos que habitavam o continente americano antes de os europeus aí aportarem e antes de tais povos terem sido dizimados. Mas de facto, o inglês, o espanhol e o português são de longe os mais falados como primeira língua. E como curiosidade, penso eu que bastante interessante, registe-se ainda que os estatutos do ICANN estão a ser traduzidos para espanhol directamente da versão em português e não através do original inglês (uma fonte fidedigna espanhola mo disse).
Como se vê já não só os portugueses que aguentam, ou acham que não tem de ser aguentada a passada. Os espanhóis também parecem estar em situação semelhante (e, como podem ver não há aqui nenhum miserabilismo português que acha serem os seus objectivos de cume os europeus, ou mesmo os espanhóis… já não seria nada mau! - diz-se comummente). De facto, na Europa fala-se é a língua inglesa, para coisas como estas e para outras muitas coisas para as quais é próprio usar uma língua franca. Na América, no caso da Internet, [talvez] haja três línguas francas a caminho: o espanhol, o inglês e o português!
Quando na Net apareceu a notícia da disponibilidade da tradução para português dos respectivos estatutos, apareceu-me pela mão de um mexicano que é um dos principais dirigentes do ICANN. E ele parecia muito satisfeito e elogioso, sem quaisquer sinais de mesquinhice invejosa. Mais, juntava uma notícia escrita em castelhano, na qual, bem cosido no interior do seu tecido, era empregue o termo lusoparlantes, sem aspas nem em itálico. E tal, a propósito de referir que a versão em língua portuguesa iria facilitar o debate na área dos lusoparlantes (espero que essa área inclua os lusitanos) das questões relacionadas com o governo da Internet.
A propósito (e sem esquecer um Bem Hajam aos amigos brasileiros), no meu processamento de texto, em português de Portugal, o termo lusoparlantes é sublinhado automaticamente a vermelho!
(O organismo a que nos referimos atrás - não me lembro se já a ele me tinha referido antes - é o ainda recente ICANN, a Internet Corporation for the Assigned Names and Numbers. O ICANN é uma Instituição sem fins lucrativos com sede na Califórnia, baseada num protocolo de entendimento com o Estado norte-americano. O ICANN tem funções de garante técnico da estabilidade da Internet, incluindo nas áreas do registo dos nomes de domínios e na atribuição dos números IP, Internet Protocol. O seu órgão de administração é constituído por membros de todos os continentes. Para mais informação pode ser consultado o sítio www. icann.org.)
Disse versão em português e não versão portuguesa porque a versão é brasileira. E ao escrever que a versão em língua portuguesa já aí estava queria dizer que ela já estava na Net, no ciberespaço. O desprevenido cidadão português poderá achar estranho, ou talvez já não ache, que os portugueses não tenham nada a ver com isto. Talvez ache mesmo que o ministro português que se dirigiu em inglês a uma reunião internacional - ao invés dos outros ministros de países de língua portuguesa que o fizeram em português - actuou bem, pois deste modo todos souberam como falava bem aquela língua, fazendo-se assim entender muito melhor.
Três grandes línguas
Indo mais adiante agora: parece - para mim é uma certeza - que a terceira língua em que os estatutos do ICANN aparecerão, e dentro de não muito tempo, será o espanhol. Disse o espanhol, que é como geralmente se diz por cá. Mas, no país dos tradutores, que é a Argentina, diz-se castelhano. Não vai exactamente dar ao mesmo, mas para o efeito é semelhante, porque para além do inglês e do português, o castelhano ou espanhol é a outra das três «grandes» línguas do continente americano… e dizem que a sua importância nos EUA está a crescer tanto que, um destes dias, o inglês poderá passar à segunda posição neste país!
É claro que não esqueci a implantação do francês no Quebeque, bem como noutros pontos da América, nem os idiomas das línguas dos descendentes dos povos que habitavam o continente americano antes de os europeus aí aportarem e antes de tais povos terem sido dizimados. Mas de facto, o inglês, o espanhol e o português são de longe os mais falados como primeira língua. E como curiosidade, penso eu que bastante interessante, registe-se ainda que os estatutos do ICANN estão a ser traduzidos para espanhol directamente da versão em português e não através do original inglês (uma fonte fidedigna espanhola mo disse).
Como se vê já não só os portugueses que aguentam, ou acham que não tem de ser aguentada a passada. Os espanhóis também parecem estar em situação semelhante (e, como podem ver não há aqui nenhum miserabilismo português que acha serem os seus objectivos de cume os europeus, ou mesmo os espanhóis… já não seria nada mau! - diz-se comummente). De facto, na Europa fala-se é a língua inglesa, para coisas como estas e para outras muitas coisas para as quais é próprio usar uma língua franca. Na América, no caso da Internet, [talvez] haja três línguas francas a caminho: o espanhol, o inglês e o português!
Quando na Net apareceu a notícia da disponibilidade da tradução para português dos respectivos estatutos, apareceu-me pela mão de um mexicano que é um dos principais dirigentes do ICANN. E ele parecia muito satisfeito e elogioso, sem quaisquer sinais de mesquinhice invejosa. Mais, juntava uma notícia escrita em castelhano, na qual, bem cosido no interior do seu tecido, era empregue o termo lusoparlantes, sem aspas nem em itálico. E tal, a propósito de referir que a versão em língua portuguesa iria facilitar o debate na área dos lusoparlantes (espero que essa área inclua os lusitanos) das questões relacionadas com o governo da Internet.
A propósito (e sem esquecer um Bem Hajam aos amigos brasileiros), no meu processamento de texto, em português de Portugal, o termo lusoparlantes é sublinhado automaticamente a vermelho!