Contra a pobreza
Na próxima semana, 47 mil educadores dão início ao plano de combate ao analfabetismo na Venezuela. A oposição ao presidente Hugo Chávez está contra.
É preciso atacar a pobreza nas suas causas estruturais
«É uma pena que se saiba no mundo da existência de um grupo de venezuelanos que se opõe a que os seus compatriotas aprendam a ler e a escrever», afirmou Chávez, no domingo, ao denunciar a campanha contra o Plano Robinson de alfabetização em massa lançado pelo seu governo na passada quinta-feira.
A oposição ao regime, secundada pela generalidade da imprensa de direita, aponta a participação de especialistas cubanos em educação no referido plano como a «prova» de que o governo bolivariano se propõe adoptar um regime idêntico ao de Cuba.
Falando no seu popular programa «Alô presidente», transmitido pela rádio e televisão, Chávez aconselhou os seus opositores a mudar de estratégia, porque o «disco riscado» da «cubanização» e «comunismo» já deu o que tinha a dar.
Argumentando com a experiência de Cuba em planos de alfabetização, designadamente em África e na América Latina, Chávez fez notar que cada amigo da Venezuela ajuda o país em função das suas possibilidades, e que tal como o Brasil ajudou a colmatar a escassez de combustíveis durante a tentativa de golpe no passado recente, também Cuba está disposta a contribuir para a melhoria das condições de vida dos venezuelanos através do combate ao obscurantismo.
«O povo venezuelano reconhece a agradece o esforço de Cuba neste modelo de integração a partir de baixo, dos povos, para combater males como o analfabetismo», afirmou o presidente, para quem esta iniciativa se integra na estratégia global de combate à pobreza.
«É preciso atacar a pobreza nas suas causas estruturais, não se trata de usar paninhos quentes nem maquilhagem. É preciso ir ao fundo das causas históricas. Como combater a pobreza? Com uma linha geral estratégica, pois não há maneira de acabarmos com ela se não dermos poder aos pobres, e o primeiro de todos os poderes é o conhecimento», disse Chávez.
Carta de Fidel
Também o presidente cubano, Fidel Castro, denunciou a «campanha suja» da direita venezuelana contra «o nobre propósito de erradicar o analfabetismo» na Venezuela.
Numa carta a Hugo Chávez, datada de 20 de Junho, Fidel refere o «desprezo e repugnância» que tal campanha lhe merece, e lembra que «a modesta» cooperação de Cuba «se baseia fundamentalmente em detalhes de carácter técnico relacionados com o emprego dos meios audiovisuais na educação, cujos resultados são assombrosos».
Lembrando que, em 1961, Cuba «foi o primeiro país do hemisfério a erradicar o analfabetismo», Fidel manifesta-se convicto de que hoje, como então, «nada pode ser mais estratégico» do que o programa de alfabetização acelerada.
«Ao longo da história, a ignorância foi o aliado inseparável e essencial dos exploradores e dos opressores», afirma o presidente cubano, que cita a propósito a frase de Martí: «Ser culto é o único modo de ser livre».
Segundo Fidel, «Cuba jamais teria podido resistir a mais de 40 anos de bloqueio, agressões e ameaças mortais sem a educação». A educação, garante, é a «arma invencível» dos cubanos, que se orgulham de não haver analfabetos no país, nem uma única criança sem escola, e de terem o ensino universitário generalizado com sedes nos 169 municípios do país.
«Não ofendem Cuba, antes a honram, os que afirmam que ensinar a ler e a escrever é cubanizar os venezuelanos», escreve ainda Fidel, saudando Chávez pela «coragem de iniciar a batalha que tirará das trevas milhões de homens».
A oposição ao regime, secundada pela generalidade da imprensa de direita, aponta a participação de especialistas cubanos em educação no referido plano como a «prova» de que o governo bolivariano se propõe adoptar um regime idêntico ao de Cuba.
Falando no seu popular programa «Alô presidente», transmitido pela rádio e televisão, Chávez aconselhou os seus opositores a mudar de estratégia, porque o «disco riscado» da «cubanização» e «comunismo» já deu o que tinha a dar.
Argumentando com a experiência de Cuba em planos de alfabetização, designadamente em África e na América Latina, Chávez fez notar que cada amigo da Venezuela ajuda o país em função das suas possibilidades, e que tal como o Brasil ajudou a colmatar a escassez de combustíveis durante a tentativa de golpe no passado recente, também Cuba está disposta a contribuir para a melhoria das condições de vida dos venezuelanos através do combate ao obscurantismo.
«O povo venezuelano reconhece a agradece o esforço de Cuba neste modelo de integração a partir de baixo, dos povos, para combater males como o analfabetismo», afirmou o presidente, para quem esta iniciativa se integra na estratégia global de combate à pobreza.
«É preciso atacar a pobreza nas suas causas estruturais, não se trata de usar paninhos quentes nem maquilhagem. É preciso ir ao fundo das causas históricas. Como combater a pobreza? Com uma linha geral estratégica, pois não há maneira de acabarmos com ela se não dermos poder aos pobres, e o primeiro de todos os poderes é o conhecimento», disse Chávez.
Carta de Fidel
Também o presidente cubano, Fidel Castro, denunciou a «campanha suja» da direita venezuelana contra «o nobre propósito de erradicar o analfabetismo» na Venezuela.
Numa carta a Hugo Chávez, datada de 20 de Junho, Fidel refere o «desprezo e repugnância» que tal campanha lhe merece, e lembra que «a modesta» cooperação de Cuba «se baseia fundamentalmente em detalhes de carácter técnico relacionados com o emprego dos meios audiovisuais na educação, cujos resultados são assombrosos».
Lembrando que, em 1961, Cuba «foi o primeiro país do hemisfério a erradicar o analfabetismo», Fidel manifesta-se convicto de que hoje, como então, «nada pode ser mais estratégico» do que o programa de alfabetização acelerada.
«Ao longo da história, a ignorância foi o aliado inseparável e essencial dos exploradores e dos opressores», afirma o presidente cubano, que cita a propósito a frase de Martí: «Ser culto é o único modo de ser livre».
Segundo Fidel, «Cuba jamais teria podido resistir a mais de 40 anos de bloqueio, agressões e ameaças mortais sem a educação». A educação, garante, é a «arma invencível» dos cubanos, que se orgulham de não haver analfabetos no país, nem uma única criança sem escola, e de terem o ensino universitário generalizado com sedes nos 169 municípios do país.
«Não ofendem Cuba, antes a honram, os que afirmam que ensinar a ler e a escrever é cubanizar os venezuelanos», escreve ainda Fidel, saudando Chávez pela «coragem de iniciar a batalha que tirará das trevas milhões de homens».