Milhares contra a Europa do capital
Muitos milhares de pessoas participaram na manifestação de sábado, o mais importante dos três protestos que marcaram o Conselho Europeu de Salónica, realizado entre os dias 19 e 21.
O dispositivo de segurança afastou os manifestantes da Cimeira
Medidas de segurança sem precedentes rodearam os 33 chefes de Estado e de Governo que se reuniram entre quinta e sexta-feira, em Porto Carra, a 150 quilómetros da cidade grega de Salónica, a segunda maior urbe do país, onde estava inicialmente prevista a realização da cimeira europeia, para a qual os Quinze convidaram para além dos dez candidatos, a Bulgária, Roménia e Turquia, bem como a Sérvia e Montenegro, Macedónia, Albânia, Bósnia-Herzegovina e Croácia.
Face às poderosas manifestações anunciadas, que terão juntado entre 50 e 100 mil activistas antimundialização capitalista, as autoridades gregas decidiram-se por uma mudança de local, colocando no terreno mais 15 mil polícias, 1100 elementos das forças especiais antimotim, apoiados por helicópteros Apache do exército. Junto do hotel da cimeira, foi instalada uma bateria antiaérea de mísseis, enquanto uma fragata, duas corvetas e 25 lanchas de patrulha costeira vigiavam a superfície das águas adjacentes. Mergulhadores inspeccionaram os fundos.
Apesar da dimensão dos protestos e da gravidade dos confrontos com a polícia, os dirigentes europeus reagiram, como já é costume, como se nada se tivesse passado, mostrando-se mais preocupados em andar para a frente com um projecto de Europa submetido aos interesses do grande capital, no qual os destinos dos povos são cada vez mais decididos por um número reduzido de países.
É esse o objectivo do texto de Constituição que os 15 estados membros mais os 10 candidatos adoptaram, sexta-feira, dia 20, como «documento base» para ser discutido e ultimado na próxima conferência intergovernamental, em Outubro.
A acentuação da vertente militarista foi outra das conclusões da cimeira, ficando o actual responsável pela política de segurança comum, Javier Solana, encarregado de fazer avançar a elaboração do «conceito estratégico europeu» para que seja aprovado no próximo mês de Dezembro.
Para tanto, é preciso haver acordo quanto ao aumento das despesas militares, tendo a este propósito declarado o presidente francês que não é «de forma alguma hostil» à ideia de excluir as despesas militares do cálculo do défice público, limitado pelo pacto de estabilidade na zona euro.
Sobre o Iraque, ocupado pelos norte-americanos, os dirigentes europeus limitaram-se a expressar o vago desejo de um estado «próspero e estável, dotado de um governo representativo e de uma sociedade civil próspera». Já quanto ao médio oriente, intimaram o Hamas e «outros grupos terroristas» a declarar cessar fogo imediato e, embora não tenha anunciado sanções contra a organização, os Quinze não descartaram recorrer a tal possibilidade nos próximos dias.
Defraudando expectativas criadas, o Conselho Europeu acabou por não aprovar a contribuição de mil milhões de euros por ano para o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, tuberculose e paludismo, compromisso que fora anunciado na recente cimeira dos G8. Em vez de fixar um montante concreto, as conclusões da cimeira limitam-se a aludir a uma «contribuição elevada para o financiamento do fundo».
Sem acordo ficou a reforma da PAC proposta pelo comissário Fischler, cujas negociações deverão ser reiniciadas estas semana.
Face às poderosas manifestações anunciadas, que terão juntado entre 50 e 100 mil activistas antimundialização capitalista, as autoridades gregas decidiram-se por uma mudança de local, colocando no terreno mais 15 mil polícias, 1100 elementos das forças especiais antimotim, apoiados por helicópteros Apache do exército. Junto do hotel da cimeira, foi instalada uma bateria antiaérea de mísseis, enquanto uma fragata, duas corvetas e 25 lanchas de patrulha costeira vigiavam a superfície das águas adjacentes. Mergulhadores inspeccionaram os fundos.
Apesar da dimensão dos protestos e da gravidade dos confrontos com a polícia, os dirigentes europeus reagiram, como já é costume, como se nada se tivesse passado, mostrando-se mais preocupados em andar para a frente com um projecto de Europa submetido aos interesses do grande capital, no qual os destinos dos povos são cada vez mais decididos por um número reduzido de países.
É esse o objectivo do texto de Constituição que os 15 estados membros mais os 10 candidatos adoptaram, sexta-feira, dia 20, como «documento base» para ser discutido e ultimado na próxima conferência intergovernamental, em Outubro.
A acentuação da vertente militarista foi outra das conclusões da cimeira, ficando o actual responsável pela política de segurança comum, Javier Solana, encarregado de fazer avançar a elaboração do «conceito estratégico europeu» para que seja aprovado no próximo mês de Dezembro.
Para tanto, é preciso haver acordo quanto ao aumento das despesas militares, tendo a este propósito declarado o presidente francês que não é «de forma alguma hostil» à ideia de excluir as despesas militares do cálculo do défice público, limitado pelo pacto de estabilidade na zona euro.
Sobre o Iraque, ocupado pelos norte-americanos, os dirigentes europeus limitaram-se a expressar o vago desejo de um estado «próspero e estável, dotado de um governo representativo e de uma sociedade civil próspera». Já quanto ao médio oriente, intimaram o Hamas e «outros grupos terroristas» a declarar cessar fogo imediato e, embora não tenha anunciado sanções contra a organização, os Quinze não descartaram recorrer a tal possibilidade nos próximos dias.
Defraudando expectativas criadas, o Conselho Europeu acabou por não aprovar a contribuição de mil milhões de euros por ano para o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, tuberculose e paludismo, compromisso que fora anunciado na recente cimeira dos G8. Em vez de fixar um montante concreto, as conclusões da cimeira limitam-se a aludir a uma «contribuição elevada para o financiamento do fundo».
Sem acordo ficou a reforma da PAC proposta pelo comissário Fischler, cujas negociações deverão ser reiniciadas estas semana.