Produtividade na cauda da UE?
Gandas nabos! Ou gandas malandros? Ou será um bocadinho de ambas as coisas? Talvez a hipótese mais provável seja esta ultima! Com efeito, agora que todos veneramos no mais alto grau os dados fornecidos pelo Departamento de Estatísticas das Comunidades Europeias (o famoso depositário da Verdade mais conhecido por Eurostat), a sua cientificidade, ou não fosse ele europeu, temos que nos agachar perante as suas conclusões. E sendo subservientes às necessidades das mexerucas Burguesia e camada político-social do Bloco Central e respectivas excrecências, ainda mais temos que nos agachar - para melhor provar uma sentida adventícia adesão…
A primeira pessoa do plural parece que vem mesmo a calhar aos autores dos textos que vou lendo ou vou ouvindo ler na Comunicação Social deste nosso Burgo. Pois é. Desta vez é a produtividade dos serviços portugueses: na cauda da UE. E, claro, logicamente, são os salários a pagar a factura. Pois atão (raios, cá está o atão outra vez), não havera de ser? Dizem eles - ou a Diana Ralha que assina o artigo no Público de 13 de Maio - que se salvam os Correios e Telecomunicações, uma excepção, e quase a apanharmos os suecos, mas ainda um pouco longe dos luxemburgueses. Pelo menos, os carteiros suam e esforçam-se, vão privatizar os CTT?
Mas, mais adiante leio que os custos mais baixos de mão-de-obra foram registados, entre outros, no subsector dos transportes e telecomunicações (desculpem-me a insistência nas telecomunicações, mas eu sou empregado por este sector, dele sou profissional). E, quanto aos custos do trabalho nos Correios e Telecomunicações, nada. Como dizia o outro (o outro não é o autor destas linhas, senão ainda o incriminam!). Será que os custos do trabalho nos transportes são baixos o suficiente para mascarar custos não tão baixos nas telecomunicações? Será que os custos de trabalho nos Correios são tão altos que mascaram os baixos custos nas telecomunicações?
Ou será que estamos perante uma salganhada dos diabos? Nem quero crer. Pois tal levaria, por exemplo, a ter sido confundida a sigla dos CTT (Correios, Telégrafos e Telefones) com um seu antigo nome - de há uns anos atrás, de outro Mundo -, antes da separação dos subsectores dos Correios e das Telecomunicações e da integração desta parte - chamada então Telecom Portugal - com os TLP (Telefones de Lisboa e Porto), e também com a Marconi e outras empresas-partes, no todo que deu origem ao Grupo PT, à Portugal Telecom. Terá sido esta a confusão? Quero crer que sim. Contudo, os problemas não se ficam por aqui, nem pela autora do referido artigo.
Assim, no mesmo artigo, é dito que «o Eurostat calcula a produtividade do trabalho dividindo o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a custo dos factores, isto é, excluindo impostos indirectos, como o IVA, pelo total de horas trabalhadas». E acrescenta que o subsector da hotelaria e restauração nacionais são os mais baixos de toda a Europa, com apenas 5 Euros de valor acrescentado. Será que as nossas bicas são demasiado baratas ou será, então, que o número de bicas servidas por hora será mais baixo que no resto da Europa (o que quer que signifique resto da Europa, porque a Grécia não vem incluída na informação)? Quanto a estes «pormenores», nada nos é dito!
Eu bem vejo os especialistas portugueses em tirar bicas e, a mim parece-me que são rapidíssimos quando comparados com certas pasmaceiras que podem ser testemunhadas por aí fora. E não entendo que pela velocidade se possa melhorar muito a produtividade deste serviços de tirar bicas, mas se calhar sou muito parcial a favor dos nossos! De qualquer forma, se actuarem na outra variável, talvez os empresários dos cafés possam melhorar a produtividade dos seus empregados, isto é, o VAB por hora trabalhada! E isto poderia ser conseguido, em certas situações, até se os empregados passassem a servir menos bicas por hora!
Um problema poderia, no entanto, advir da prática de preços mais elevados. Isto, no caso dos preços das bicas passarem a ser demasiado elevados e, em consequência, os portugueses a prescindirem de parte das suas bicas. Eu tinha uma prima que ia depois do jantar com o marido ao café a Algés. E quando o marido encomendava, ela dizia, Eu não quero, pede só uma para ti. Chegada a bica do marido, ela, Vá, deixa-me dar um golinho! O total das receitas - e a produtividade - corre, assim, o perigo de baixar. Solução para aumentar a produtividade: mais dinheiro para o bolso da malta, não é? Ai as ciências da Economia e da Estatística!
E depois venham dizer-me que a informação dos meios de comunicação social, e ainda por cima os de referência, mais a das instituições públicas, são muito mais credíveis que os resultados das buscas na Internet…
A primeira pessoa do plural parece que vem mesmo a calhar aos autores dos textos que vou lendo ou vou ouvindo ler na Comunicação Social deste nosso Burgo. Pois é. Desta vez é a produtividade dos serviços portugueses: na cauda da UE. E, claro, logicamente, são os salários a pagar a factura. Pois atão (raios, cá está o atão outra vez), não havera de ser? Dizem eles - ou a Diana Ralha que assina o artigo no Público de 13 de Maio - que se salvam os Correios e Telecomunicações, uma excepção, e quase a apanharmos os suecos, mas ainda um pouco longe dos luxemburgueses. Pelo menos, os carteiros suam e esforçam-se, vão privatizar os CTT?
Mas, mais adiante leio que os custos mais baixos de mão-de-obra foram registados, entre outros, no subsector dos transportes e telecomunicações (desculpem-me a insistência nas telecomunicações, mas eu sou empregado por este sector, dele sou profissional). E, quanto aos custos do trabalho nos Correios e Telecomunicações, nada. Como dizia o outro (o outro não é o autor destas linhas, senão ainda o incriminam!). Será que os custos do trabalho nos transportes são baixos o suficiente para mascarar custos não tão baixos nas telecomunicações? Será que os custos de trabalho nos Correios são tão altos que mascaram os baixos custos nas telecomunicações?
Ou será que estamos perante uma salganhada dos diabos? Nem quero crer. Pois tal levaria, por exemplo, a ter sido confundida a sigla dos CTT (Correios, Telégrafos e Telefones) com um seu antigo nome - de há uns anos atrás, de outro Mundo -, antes da separação dos subsectores dos Correios e das Telecomunicações e da integração desta parte - chamada então Telecom Portugal - com os TLP (Telefones de Lisboa e Porto), e também com a Marconi e outras empresas-partes, no todo que deu origem ao Grupo PT, à Portugal Telecom. Terá sido esta a confusão? Quero crer que sim. Contudo, os problemas não se ficam por aqui, nem pela autora do referido artigo.
Assim, no mesmo artigo, é dito que «o Eurostat calcula a produtividade do trabalho dividindo o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a custo dos factores, isto é, excluindo impostos indirectos, como o IVA, pelo total de horas trabalhadas». E acrescenta que o subsector da hotelaria e restauração nacionais são os mais baixos de toda a Europa, com apenas 5 Euros de valor acrescentado. Será que as nossas bicas são demasiado baratas ou será, então, que o número de bicas servidas por hora será mais baixo que no resto da Europa (o que quer que signifique resto da Europa, porque a Grécia não vem incluída na informação)? Quanto a estes «pormenores», nada nos é dito!
Eu bem vejo os especialistas portugueses em tirar bicas e, a mim parece-me que são rapidíssimos quando comparados com certas pasmaceiras que podem ser testemunhadas por aí fora. E não entendo que pela velocidade se possa melhorar muito a produtividade deste serviços de tirar bicas, mas se calhar sou muito parcial a favor dos nossos! De qualquer forma, se actuarem na outra variável, talvez os empresários dos cafés possam melhorar a produtividade dos seus empregados, isto é, o VAB por hora trabalhada! E isto poderia ser conseguido, em certas situações, até se os empregados passassem a servir menos bicas por hora!
Um problema poderia, no entanto, advir da prática de preços mais elevados. Isto, no caso dos preços das bicas passarem a ser demasiado elevados e, em consequência, os portugueses a prescindirem de parte das suas bicas. Eu tinha uma prima que ia depois do jantar com o marido ao café a Algés. E quando o marido encomendava, ela dizia, Eu não quero, pede só uma para ti. Chegada a bica do marido, ela, Vá, deixa-me dar um golinho! O total das receitas - e a produtividade - corre, assim, o perigo de baixar. Solução para aumentar a produtividade: mais dinheiro para o bolso da malta, não é? Ai as ciências da Economia e da Estatística!
E depois venham dizer-me que a informação dos meios de comunicação social, e ainda por cima os de referência, mais a das instituições públicas, são muito mais credíveis que os resultados das buscas na Internet…