Ecco tenta deslocalizar fábrica portuguesa
Ilda Figueiredo deslocou-se à fábrica de calçado Ecco, na sexta-feira, encontrando-se com os trabalhadores para dar conta das suas iniciativas no PE relacionadas com a ameaça de desemprego de 180 operários.
A eurodeputada enviou uma pergunta à Comissão Europeia sobre a situação da empresa e a defesa dos postos de trabalho dos 180 trabalhadores, em meados de Dezembro. A Ilda Figueiredo perguntou se são conhecidas outras reestruturações acompanhadas de despedimentos em empresas do mesmo grupo noutros países da União Europeia, bem como se a Comissão tem conhecimento da evolução económica e financeira do grupo. Por outro lado, Ilda Figueiredo questionou a Comissão Europeia sobre as acções a desenvolver em Portugal para evitar o agravamento do desemprego.
Na sua intervenção à porta da empresa, situada em São João de Ver, Santa Maria da Feira, a eurodeputada comunista apelou à unidade dos trabalhadores e à resistência às pressões que nos últimos dias tem vindo a ser feitas para que estes aceitem o despedimento por «mútuo acordo». Ilda Figueiredo referiu a intenção da empresa de deslocalizar a produção, após terem recebido avultadas somas de fundos nacionais e estrangeiros, sem que sofra qualquer penalização por isso.
Migalhas vs lucros
Na ocasião, foi distribuído um panfleto aos trabalhadores em que a Direcção Regional de Aveiro do PCP sublinha que «vale a pena a luta pelos postos de trabalho» e que «não é legítima a argumentação da empresa ao invocar a crise mundial». «Aliás, muitos trabalhadores estão agora a ser chamados para trabalhar aos domingos e nas férias de Natal, o que deita por terra essa argumentação», especifica o texto.
Para o PCP, «esta atitude da Ecco não é mais do que a intenção descarada de deslocalizar sectores da produção para países onde o nível de exploração dos trabalhadores é ainda maior do que em Portugal. A defesa dos postos de trabalho é o caminho As migalhas que a Ecco agora tem para distribuir, depois de acumular lucros enormes ao longo dos anos, não garantem o futuro aos trabalhadores.»
Recorde-se que a administração portuguesa da multinacional dinamarquesa informou, através de uma circular, que iria encerrar um pavilhão, afectando cerca de 180 trabalhadores e pressionando-os para se despedirem. Nesta fábrica trabalham cerca de mil pessoas.