«Guerra é o último recurso»
«A guerra é um último recurso, nós devemos agir pela paz de forma forte e unida», defendeu anteontem o presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, no Parlamento Europeu, num debate sobre as prioridades da nova presidência grega da União Europeia.
Prodi afirmou que a opinião pública europeia é «unânime: é absolutamente necessário afastar o espectro da guerra, o que nada tem a ver com a vontade igualmente forte de combater o terrorismo», acrescentando que os europeus estão «particularmente chocados e preocupados com tudo o que se perfila no horizonte».
Romano Prodi lembrou que os países europeus têm «uma presença importante» no Conselho de Segurança da ONU, onde a Alemanha e a Espanha estão representadas desde o passado dia 1, juntamente com a França e o Reino Unido, membros permanentes daquele organismo.
Minutos antes, o primeiro-ministro grego afirmou que a Grécia quer aproveitar a sua presidência da União Europeia para «trabalhar pela paz». «Esperamos que os esforços da ONU sejam coroados de êxito. A vontade da ONU deve ter uma prioridade absoluta», declarou Costas Simitis, exortando o Iraque a «respeitar as resoluções da ONU».
Franceses contra guerra
O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, afirmou na sexta-feira que a Alemanha «fará tudo» para evitar uma guerra e que em nenhuma situação as forças armadas alemãs actuarão contra o Iraque. Por seu lado, na terça-feira da semana passada, o presidente francês, Jacques Chirac, pediu aos militares franceses para se prepararem para «todas as eventualidades», em relação a uma eventual guerra contra o Iraque. No entanto, uma sondagem divulgada no final da semana passada revelou que 66 por cento dos franceses está contra uma intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque.
Se a ONU decidir aprovar uma operação armada, apenas 15 por cento dos inquiridos quer que a França seja integrada numa força multinacional. Apenas 15 por cento dos franceses defende uma participação do seu país numa operação militar aprovada pelas Nações Unidas, enquanto 39 por cento se mostra favorável quanto a um apoio diplomático. Vinte e dois por cento consideram que a França não só não deve participar como não deve apoiar uma possível operação. Por seu lado, 16 por cento dos inquiridos defende uma «condenação» de uma intervenção militar.