Barreiro

Presidente da Câmara retira pelouros à CDU

O presidente da Câmara Municipal do Barreiro, o socialista Emílio Xavier, decidiu retirar os pelouros aos vereadores da CDU, por terem votado contra o Plano de Actividades e Orçamento de 2003.

A CDU do Barreiro acusa Emílio Xavier de falta de democracia

No dia 30 de Dezembro, os vereadores da CDU, na Câmara Municipal do Barreiro, foram informados por Emílio Xavier que iriam deixar de ter pelouros. Em causa está o facto de que os quatro vereadores da CDU, um deles sem nunca lhe ter sido atribuído pasta, terem votado contra o Plano de Actividades e Orçamento da autarquia para 2003.

Os eleitos da CDU do Barreiro, em nota enviada ao Avante!, na passada semana, acusaram, entretanto, Emílio Xavier de falta de democracia e incapacidade de conviver com a pluralidade de opiniões. «Desde o 25 de Abril de 1974 é esta a primeira vez que um presidente de Câmara, no concelho do Barreiro, retira pelouros a uma força política, por exercer o seu direito de oposição, na defesa do que consideram serem os interesses e necessidades da população».

A decisão do presidente, segundo os mesmos, «significa a vontade política de gerir com o PSD a Câmara Municipal», pois Emídio Xavier não criticou o desempenho dos vereadores da CDU na coordenação dos pelouros que lhes foram atribuídos.

Apesar das críticas, os eleitos da CDU asseguraram que, mesmo sem pastas, «exercerão uma oposição construtiva à gestão do PS na Câmara Municipal do Barreiro, não abdicando de exigir o cumprimento de promessas eleitorais e, sempre que os interesses da população o justifiquem, de apresentar propostas em todas as matérias e áreas de intervenção da Câmara».

Rui Ferrugem, que assumira os pelouros do vereador Carlos Maurício, que em Outubro renunciara ao mandato invocando razões pessoais, deixou de estar encarregue das áreas da Protecção Civil, do Ambiente e dos Espaços Verdes.

Carla Marina, por sua vez, ficou sem a responsabilidade do Abastecimento Público, dos Mercados, dos Cemitérios e do Centro de Informação Autárquica ao Consumidor e Joaquim Matias sem os Serviços Municipalizados de Transportes.

Rui Madeira, o quinto da lista da CDU, que em Outubro tomou o lugar de Carlos Maurício, não tinha pelouros atribuídos.

 

«Contam com a nossa oposição»

 

Justificando o voto desfavorável do Plano de Actividades e Orçamento, aprovado com os quatro votos do PS e um do PSD, os eleitos da CDU do Barreiro, entendem que estas «opções político-partidárias não configuram uma estratégia de desenvolvimento global para o concelho, não são as mais adequadas para contribuir, como deviam, para a melhoria da qualidade de vida da população do Barreiro» e por isso podem contar com a oposição da CDU.

A atribuição de 1,5 milhões de euros a colectividades sem qualquer critério, a redução da qualidade de serviços públicos, com o abastecimento de água e a limpeza, de actividades culturais e educativas, assim como a omissão de financiamento para o alargamento do cemitério de Vila Chã, são outros dos motivos invocados pelos eleitos da CDU para terem votado contra o documento.



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