Faleceu, anteontem, em Lisboa, com 72 anos, Carlos Aboim Inglez, membro do Comité Central do PCP e da Comissão Central de Controlo.
Muitas centenas de pessoas, entre as quais o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, e vários outros membros da direcção do Partido, passaram pela capela mortuária da Igreja de S. João de Deus, onde o seu corpo esteve em câmara ardente, prestando-lhe uma última homenagem. O seu funeral seguiu ontem, à hora do fecho da nossa edição, para o cemitério do Alto de S. João.
O Secretariado do CC do PCP, em nota à comunicação social, manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento deste «destacado militante e dirigente comunista» que «dedicou desde muito jovem a sua vida à causa dos trabalhadores e aos ideais do socialismo e da democracia».
Estudante do Curso de Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, empregado de livraria e delegado de propaganda médica, Carlos Aboim Inglez empenhou-se desde muito jovem na luta antifascista, desenvolvendo intensa actividade em colectividades populares e tornando-se dirigente do Movimento Associativo Estudantil, do Movimento da Paz e do MUD-Juvenil.
Membro do PCP desde 1946 e funcionário do Partido na clandestinidade desde 1953, assumiu diversas responsabilidades, tendo estado preso nas cadeias fascistas, durante dez anos. Tornou-se membro suplente do Comité Central em 1958 tendo passado a membro efectivo em 1974.
Foi membro do Executivo e do Secretariado da Direcção de Organização Regional de Lisboa e responsável pelo Sector Intelectual. Desde 1990 que era membro da Secção Internacional.
Aboim Inglez foi deputado à Assembleia da República e vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, e também deputado ao Parlamento Europeu.
Foi membro da Comissão Central de Controlo e Quadros e pertencia actualmente ao Comité Central e à Comissão Central de Controlo.
«Avante!» Nº 1472 - 14.Fevereiro.2002