A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) rejeitou um pedido de detenção formulado pelo governo golpista da Bolívia contra o ex-presidente Evo Morales. Considerou que as acusações dos delitos de sedição e terrorismo contra o líder do Movimento para o Socialismo (MAS), refugiado desde 2019 na Argentina, têm uma conotação política e são infundadas.

A acusação lançada pelo governo golpista boliviano procura vincular o ex-chefe do Estado a pretensos delitos de terrorismo, financiamento de terrorismo e sedição, por alegadamente ter planeado o bloqueio de cidades mediante mobilizações populares. A denúncia baseia-se num vídeo que atribui a Evo Morales o incitamento a bloqueios de cidades bolivianas, quando efectivamente se tratava de mobilizar a legítima resistência popular em defesa da democracia face ao violento golpe antidemocrático, orquestrado pelos EUA e as forças mais reaccionárias da Bolivia.

Debate presidencial

Organizado pela Federação de Associações Municipais da Bolívia, realizou-se no domingo, 4, o primeiro debate televisivo entre os candidatos às eleições presidenciais de 18 de Outubro próximo.

O candidato do MAS, Luís Arce, que lidera as sondagens, evidenciou a sua experiência como ministro da Economia dos governos de Evo Morales e um dos artífices do modelo de desenvolvimento na Bolívia entre 2006 e 2019, interrompido pelo golpe de Estado.

Luís Arce defendeu o imposto sobre grandes fortunas do país, a substituição de importações pela produção nacional, a criação de emprego e a garantia de pagamento de prestações sociais.