Greve nacional na Colômbia contra repressão e exploração
Forças políticas e sociais da Colômbia apelaram a uma greve nacional a 21 de Outubro para denunciar a governação do presidente Iván Duque, caracterizada pela violência e pelo retrocesso económico, político e social.
Em comunicado assinado pelo Partido Comunista Colombiano, pela Marcha Patriótica, pela Força Alternativa Revolucionária do Comum e pelo Partido Comunista Colombiano, entre outras organizações, os subscritores propõem a mobilização em defesa de um país com justiça social, bem-estar e progresso.
A paralisação pretende denunciar a violência crescente no país sul-americano, com cerca de 64 massacres em 2020, o assassinato de centenas de líderes sociais, ex-guerrilheiros reincorporados, camponeses, indígenas, mulheres e pessoas LGTBI, às mãos de grupos paramilitares. E repudiar a brutalidade policial contra manifestações populares pacíficas, brutalidade que causou dezenas de vítimas.
Serão evocados os recentes assassinatos em Bogotá e Soacha de cidadãos que se manifestavam contra a violência policial e rejeitada a estigmatização do protesto social associando-o a «actos de vandalismo» como pretexto para criminalizar os manifestantes. A jornada denunciará também a não implementação do acordo de paz por parte do governo de Duque e a presença de tropas dos Estados Unidos da América como parte dos planos intervencionistas na Venezuela. Além disso, exigirá o fim do criminoso bloqueio económico contra Cuba e defenderá o princípio da autodeterminação dos povos.
No contexto da paralisação, será denunciado o agravamento da crise política, social e económica resultante da imposição de medidas autoritárias por parte do governo de Duque, com mais de 160 decretos da emergência económica e sanitária a pretexto da pandemia de COVID-19. Decretos esses que favorecem de maneira directa os interesses do sector financeiro e do grande capital, que recebem avultadas verbas, ao mesmo tempo que é recusada a possibilidade de um rendimento básico para a população vulnerável.
A greve repudiará o ataque contra direitos e conquistas do movimento sindical e popular, de política reaccionária do governo colombiano, que aumentou as taxas de desemprego em 25 por cento e do trabalho informal em 45 por cento, ampliando a exclusão e a pobreza.