Agressão imperialista à Síria

Obama eleva ameaça

O presidente dos EUA pondera atacar a Síria se as armas químicas «se moverem ou forem utilizadas». Barack Obama considera perigoso o arsenal «cair nas mão erradas».

Tal como no Iraque, as armas químicas voltam a ser argumento

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A ameaça de uma acção militar foi feita segunda-feira durante uma conferência de imprensa. «Deixámos muito claro que para nós há algo decisivo, e isso é se as armas químicas caírem nas mãos das pessoas erradas», disse Obama.

O presidente dos EUA explicou que uma intervenção das forças armadas norte-americanas é uma forte hipótese, embora tenha advertido que a volatilidade da situação pesará na tomada de uma decisão. Não obstante, garantiu, o uso ou movimentação do arsenal químico terá sempre «sérias consequências».

Com esta declaração, Washington admite publicamente que as armas químicas detidas pela Síria podem vir a ser o pretexto para passar a uma outra fase da agressão, argumento, recorde-se, já usado na invasão e ocupação do Iraque.

É sintomático que o novo enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, tenha desempenhado semelhante missão no Afeganistão e Iraque antes das agressões imperialistas, e que ao assumir o actual cargo tenha destacado a elevada probabilidade de… falhar na pacificação do conflito.

A semana passada, um alto responsável militar do chamado Exército Sírio Líbio (ESL) admitiu que se as potências ocidentais não elevarem o auxílio nos combates em curso contra o governo sírio, terão de recorrer à ajuda da Al-Qaeda. A acção da organização terrorista na Síria foi recentemente admitida pelo chefe dos serviços secretos norte-americanos, James Clapper.

Informações divulgadas pela AFP e Reuters indicam que ESL acolhe cada vez mais jihadistas de diversos matizes e oriundos do Norte de África, Médio Oriente e Ásia.

Esta semana, os jornais Sunday Times e Bild noticiavam que os serviços secretos da Grã-Bretanha e Alemanha apoiam os grupos armados na antecipação das movimentações do exército regular sírio.

Estrategicamente, Obama não explicou quais considera serem as «pessoas erradas», mas a prática está a demonstrar que o imperialismo não escolhe companhias nem regateia meios no seu objectivo.



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