Paraguai resiste

Fortalecer a unidade para derrotar o golpe de Estado e fazer regressar as forças democráticas e progressistas ao poder foram as principais conclusões do Fórum Paraguai Resiste, que durante dois dias reuniu na capital, Assunção, centenas de delegados em representação de dezenas de organizações políticas e sociais.

Na iniciativa, os presentes condenaram o processo de destituição do presidente Fernando Lugo e responsabilizaram o grande capital nacional e multinacional, bem como a sua expressão político-partidária, pelo sucedido.

Durante o Fórum, alguns dos participantes deslocaram-se ao Panteão dos Heróis, onde o presidente golpista Federico Franco participava num acto oficial. Os protestos da multidão obrigaram Franco a refugiar-se num café próximo.

Dias antes, na Faculdade de engenharia da Universidade Nacional, Federico Franco foi recebido pelos estudantes com uma monumental vaia, manifestação que obrigou o mandatário golpista a interromper a visita.

A encerrar o Fórum e, posteriormente, em mensagem pública ao povo paraguaio, o presidente destituído, Fernando Lugo, reiterou que «não renunciaremos a construir o país que merecemos».

Até às eleições gerais, entretanto marcadas para dia 21 de Abril de 2013, devem continuar as movimentações sociais no Paraguai. A Federação Nacional Camponesa e mais três dezenas de organizações de trabalhadores agrícolas, indígenas e ambientalistas anunciaram que vão realizar acções de massas contra a utilização de sementes transgénicas, autorizada pelo governo de Franco logo após o golpe sob o aplauso do grande latifúndio associado às multinacionais do sector.

Já esta segunda-feira, trabalhadores do Ministério das Finanças foram violentamente reprimidos pelas forças policiais quando marchavam no centro de Assunção em defesa do pagamento das horas extraordinárias, que o governo de Franco rejeita.



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