Reorganização da FJCP – 1934-1935
Na década de trinta, o período 1934-1935 é um momento-charneira quer na história do movimento operário, quer no rumo do fascismo europeu.
Com os ventos favoráveis que sopravam dalém Pirenéus, o salazarismo assumia-se claramente como verdadeira ditadura política ao serviço do grande capital. Proibira os sindicatos livres, legislara sobre a greve e o "lock-out", instituíra a Câmara Corporativa, fundara a Associação Escolar Vanguarda (primeira organização fascista da juventude), inaugurara os processos eleitorais-farsa para a Assembleia Nacional e para a Presidência da República, proibira a actividade de partidos políticos e, seguindo o modelo hitleriano, passara a exigir aos trabalhadores da função pública a assinatura duma "declaração anticomunista".
É nessa conjuntura que, em Outubro de 1934, a Federação das Juventudes Comunistas iniciou o processo de reorganização, num período em que o número de jovens abatidos pela polícia não cessava de aumentar. Nas comemorações do “Dia Mundial da Juventude”, em 4 de Setembro de 1932, o jovem operário comunista Alfredo Ruas fora assassinado pela polícia no Largo de Alcântara, em Lisboa. Em 1933, três militantes da FJCP tinham falecido em consequência dos espancamentos na prisão: Joaquim Lopes Martins, Carlos Norberto e João Ferreira de Abreu, do CC da FJCP. E, na vaga repressiva que se seguiu ao 18 de Janeiro, registaram-se deportações em massa para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo (Junho/34).
Perante uma FJCP destroçada, era imperioso tomar medidas. Das quatro zonas do Comité Regional de Lisboa, só duas ainda funcionavam e, no país, apenas se conhecia a actividade da organização dos jovens comunistas no Barreiro, havendo uma informação remota de Beja e Silves. Em concreto, o trabalho político, de organização, de agitação, sindical e de solidariedade era praticamente nulo.
Por iniciativa do Comité Regional de Lisboa da FJCP, e com o apoio da direcção do PCP, em Abril de 1935, reuniu na Trafaria um Pleno, para ultrapassar o oceano de dificuldades. Aí se elegeu um Comité Central e se tomaram várias resoluções respeitantes ao trabalho futuro da FJCP: formação de comités locais; desenvolvimento das células de empresa; criação de células nas escolas nocturnas; criação do trabalho camponês; organização feminina; disciplinar o trabalho em todos os escalões; melhorar a compreensão do trabalho ilegal e promover o trabalho antimilitarista. Eleito o Secretariado da FJCP, constituído por: Álvaro Cunhal, Gilberto de Oliveira, Francisco Ferreira e Domingos dos Santos, os jovens comunistas ganharam novo ânimo e, até Setembro de 1935 sucedem-se as assembleias de reorganização: Pleno do Comité Local de Sintra, Almada, Torres Vedras e Peniche; campanha de agitação e propaganda nas "Festas da Cidade"; Conferência da Organização Regional de Lisboa (Junho) e Pleno Regional do Sado (Julho). Reactivou-se a imprensa da FJCP, as listas antifascistas nas associações de estudantes somam vitórias, nas eleições de representantes para o Senado Universitário, e ocorrem vários comícios nas escolas industriais Fonseca Benevides e Machado de Castro.
Culminando o trabalho de reorganização, retomam-se os contactos internacionais e uma delegação da FJCP, constituída por: Álvaro Cunhal, Gilberto de Oliveira e Domingos dos Santos, participa no VI Congresso da Internacional Comunista da Juventude, reunido em Moscovo de 25 de Setembro a 11 de Outubro de 1935.
A FJCP renascera das cinzas!
Com os ventos favoráveis que sopravam dalém Pirenéus, o salazarismo assumia-se claramente como verdadeira ditadura política ao serviço do grande capital. Proibira os sindicatos livres, legislara sobre a greve e o "lock-out", instituíra a Câmara Corporativa, fundara a Associação Escolar Vanguarda (primeira organização fascista da juventude), inaugurara os processos eleitorais-farsa para a Assembleia Nacional e para a Presidência da República, proibira a actividade de partidos políticos e, seguindo o modelo hitleriano, passara a exigir aos trabalhadores da função pública a assinatura duma "declaração anticomunista".
É nessa conjuntura que, em Outubro de 1934, a Federação das Juventudes Comunistas iniciou o processo de reorganização, num período em que o número de jovens abatidos pela polícia não cessava de aumentar. Nas comemorações do “Dia Mundial da Juventude”, em 4 de Setembro de 1932, o jovem operário comunista Alfredo Ruas fora assassinado pela polícia no Largo de Alcântara, em Lisboa. Em 1933, três militantes da FJCP tinham falecido em consequência dos espancamentos na prisão: Joaquim Lopes Martins, Carlos Norberto e João Ferreira de Abreu, do CC da FJCP. E, na vaga repressiva que se seguiu ao 18 de Janeiro, registaram-se deportações em massa para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo (Junho/34).
Perante uma FJCP destroçada, era imperioso tomar medidas. Das quatro zonas do Comité Regional de Lisboa, só duas ainda funcionavam e, no país, apenas se conhecia a actividade da organização dos jovens comunistas no Barreiro, havendo uma informação remota de Beja e Silves. Em concreto, o trabalho político, de organização, de agitação, sindical e de solidariedade era praticamente nulo.
Por iniciativa do Comité Regional de Lisboa da FJCP, e com o apoio da direcção do PCP, em Abril de 1935, reuniu na Trafaria um Pleno, para ultrapassar o oceano de dificuldades. Aí se elegeu um Comité Central e se tomaram várias resoluções respeitantes ao trabalho futuro da FJCP: formação de comités locais; desenvolvimento das células de empresa; criação de células nas escolas nocturnas; criação do trabalho camponês; organização feminina; disciplinar o trabalho em todos os escalões; melhorar a compreensão do trabalho ilegal e promover o trabalho antimilitarista. Eleito o Secretariado da FJCP, constituído por: Álvaro Cunhal, Gilberto de Oliveira, Francisco Ferreira e Domingos dos Santos, os jovens comunistas ganharam novo ânimo e, até Setembro de 1935 sucedem-se as assembleias de reorganização: Pleno do Comité Local de Sintra, Almada, Torres Vedras e Peniche; campanha de agitação e propaganda nas "Festas da Cidade"; Conferência da Organização Regional de Lisboa (Junho) e Pleno Regional do Sado (Julho). Reactivou-se a imprensa da FJCP, as listas antifascistas nas associações de estudantes somam vitórias, nas eleições de representantes para o Senado Universitário, e ocorrem vários comícios nas escolas industriais Fonseca Benevides e Machado de Castro.
Culminando o trabalho de reorganização, retomam-se os contactos internacionais e uma delegação da FJCP, constituída por: Álvaro Cunhal, Gilberto de Oliveira e Domingos dos Santos, participa no VI Congresso da Internacional Comunista da Juventude, reunido em Moscovo de 25 de Setembro a 11 de Outubro de 1935.
A FJCP renascera das cinzas!