Para um distrito de Braga melhor é necessário um PCP mais forte

No dia 29, no pavilhão da Escola Secundária das Caldas das Taipas, em Guimarães, reuniram-se centenas de militantes do distrito de Braga – na sua XII Assembleia – para discutir o futuro da sua organização, da região e de quem lá vive e trabalha. Como fez notar Paulo Raimundo, também ali é preciso um Partido mais forte para que mais forte seja a luta por melhores condições de vida.

 


Uma certeza – uma de muitas, na realidade – resultou da XII Assembleia da Organização Regional de Braga (AORB) do PCP: as várias intervenções proferidas revelaram o conhecimento profundo que o Partido tem dos problemas, dos anseios, reivindicações e também das potencialidades daquela região minhota. Das praias de Esposende às serras de Terras de Bouro, os comunistas do distrito de Braga conhecem a sua região, conhecem as suas gentes, sabem quais são os problemas que estas enfrentam todos os dias – até porque também os sentem na pele – e sabem o que é preciso para os resolver. Aliás, demonstrativo dessa vontade de melhorar a vida na região foi o lema da própria assembleia: Por um distrito melhor, tomar a iniciativa com um Partido mais forte.

Análise profunda

O decorrer da própria assembleia foi um reflexo dessa vontade. Das cerca de 37 intervenções proferidas, ao longo dos trabalhos que ocuparam todo o dia, os 140 delegados presentes não avaliaram apenas os desenvolvimentos ocorridos desde a última assembleia, realizada em Abril de 2022. Discutiram, isso sim, as mais variadas questões: abordaram os baixos salários e a precariedade laboral, realidade com grande expressão no distrito; discutiram o sector agrícola, têxtil, de cutelarias e tantos outros, provando que aquele distrito, apesar de imensas potencialidades, é mais uma região do País em que os sucessivos governos abdicaram de apostar na produção; sobre a habitação, realidade e direito cada vez inacessível para a generalidade da população e, em particular, para os mais jovens.

Falou-se, igualmente, do direito à mobilidade e aos transportes públicos, realidade complicada numa região que continua por ver concretizada, à semelhança do que acontece no Porto e em Lisboa, a intermodalidade tarifária ou a construção da linha ferroviária directa entre Braga e Guimarães, de forma a fechar a malha ferroviária do quadrilátero no distrito.

De outros serviços, falou-se sobre a justiça, a água e a saúde, sublinhando a premência de travar uma nova entrega do Hospital de Braga ao sector privado, a construção do hospital de Barcelos ou a melhoria do hospital de Famalicão. Sobre a educação, trazidos pelos jovens da JCP, chegaram aprofundadas análises sobre o estado do ensino Secundário, profissional e Superior.

Sobre os desafios do futuro surgiram, naturalmente, questões ligadas à preparação necessária para os actos eleitorais que se aproximam e a importância de reforçar a CDU.

Partido mais forte para debelar desafios

Para melhorar a vida de quem vive e trabalha na região de Braga é necessário um Partido preparado, mais forte, interventivo e coeso. Foi também sobre isso que se debruçaram os delegados da XII AORB. Não descuidando a importância dos cerca de 100 militantes que se inscreveram desde a última assembleia, sublinhou-se a necessidade de levar esse esforço mais longe, assim como a responsabilização de novos quadros. Falou-se da quotização, da importância de criar e fazer funcionar mais células de empresa, de levar mais longe a difusão da imprensa partidária e de regularizar o funcionamento dos organismos.

Para além de Paulo Raimundo, na AORB participaram Belmiro Magalhães, da Comissão Política e responsável pela DORB, Margarida Botelho, do Secretariado, e Agostinho Lopes, da Comissão Central de Controlo.

 

Moções pela paz, Abril e o reforço da CDU

Durante os trabalhos da assembleia foram ainda aprovadas, por unanimidade, três moções: uma reafirmando a determinação do PCP na luta contra guerra e a escalada de confrontação militar e pela solução política dos conflitos internacionais. Outra referente à Revolução de Abril, à sua valorização, pelos direitos que com ela foram conquistados e às celebrações do seu 51.º aniversário que se aproximam rapidamente. Uma última sobre os actos eleitorais que se avizinham, em que se apelou ao reforço da CDU como único garante da melhoria das condições de vida do povo português.

 

Eleita nova DORB e Resolução Política aprovada

Momento alto e importante para a Organização Regional de Braga do PCP, a AORB foi o culminar de um longo processo de preparação e discussão que contou com a realização de 19 assembleias electivas e um largo conjunto de reuniões de organismos regionais e concelhios. Todas estas contaram com a participação de muitos militantes que contribuíram, de forma colectiva e individual, para a Proposta de Resolução Política aprovada, por unanimidade, no final da assembleia. É esta autêntica ferramenta de trabalho que deverá orientar os destinos daquela organização do Partido durante os próximos anos. Nela estão definidas prioridades, objectivos e uma profunda análise da situação política regional, com os seus mais recentes desenvolvimentos.

Momento de luta, debate e determinação para transformar o distrito e o País, a XII AORB foi também ocasião para eleger a nova Direcção da Organização Regional de Braga do PCP, composta por dezenas de militantes que aceitaram o precioso compromisso de dirigir aquela organização regional.

 

«Sucesso» na XII AORB

«Sucesso», foi assim que o Secretário-Geral descreveu a XII AORB, pelo seu processo de preparação, pela discussão travada, pela Resolução Política aprovada (ver caixa) e pelos muitos militantes envolvidos naquele que é um «importante momento da nossa vida partidária», com todo o «grande significado» que comporta para as «gentes do distrito».

Paulo Raimundo falava aos delegados e aos muitos convidados que participaram na AORB, sublinhando que depois de realizada e decisões tomadas, faltava o mais exigente: «pôr em pratica as conclusões junto dos seus principais interessados» que são os «trabalhadores, a população e a juventude». «Sabendo bem a exigência que isso comporta», continuou, a «verdade é que saímos hoje em melhores condições para levar por diante essa tarefa, para andar para a frente e reforçar este nosso Partido de 104 anos com um ideal que nos enche de orgulho».

Partido mais forte para engrossar caudal de luta

«Saímos da Assembleia em melhores condições para recrutar, responsabilizar mais quadros, alargar a nossa influência, aprofundar a intervenção nos locais de trabalho», afirmou. «Um Partido», acrescentou, «mais forte para que mais fortes sejam os direitos dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, de todos aqueles que precisam de uma vida melhor». «Um partido mais forte», insistiu, «para que mais forte seja a justa luta que aí está e que se vai reforçar».

O dirigente referia-se à luta dos trabalhadores, da qual não é alheio quem trabalha no distrito de Braga, e que se alarga ainda à defesa do SNS.

País não está melhor

«Onze meses de um Governo PSD/CDS, assente numa máquina de propaganda, que se portou como uma gestora dos interesses dos grupos económicos e onde nunca falharam, para lá do circo e da gritaria, o Chega, a IL e um PS que viabilizou até ao limite o Governo e a sua política», afirmou, acusando que são «todos responsáveis pela ilusão de que o País está melhor, pelo agravar dos problemas e o arrastar do País para a degradação da sua situação social, económica e política».

«O País, a vida de quem trabalha e de quem trabalhou não pode», advertiu, «continuar tal como está: com os sacrifícios para a maioria e um punhado de grupos económicos e multinacionais a concentrar e acumular mais riqueza».

Para o PCP, como sublinhou Paulo Raimundo, é urgente travar a «situação em que os salários não chegam ao final do mês», em que o custo de vida não pára de aumentar, em que a habitação se torna cada vez mais inacessível e em que se degradam o SNS e restantes serviços públicos.

A responsabilidade desta situação recai sobre os mesmos partidos de sempre e sobre a sua «política geradora de injustiças e desigualdades que empurra mais de dois milhões de pessoas, incluindo milhares de crianças, para a pobreza e que faz com que a maioria viva com dificuldades crescentes».

«Não basta derrubar o governo, é mesmo preciso derrotar uma política que, independentemente de quem a realize, não serve e não pode continuar. É negativa pelo que fez e pelo que ambiciona fazer», afirmou.

Paz sim, guerra não

Particular atenção do Secretário-Geral mereceram as questões ligadas à situação internacional do mundo, da guerra e da necessidade da paz: «esta é a força que não recua um milímetro na defesa da Paz. Connosco nem um cêntimo para a guerra, todo o dinheiro para as crianças, creches, idosos, lares, educação, saúde e habitação», exclamou.

 



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