O projecto da CDU é o melhor para o concelho de Arraiolos
Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP, participou, quinta-feira, na apresentação pública de Jorge Macau como candidato da CDU a presidente da Câmara Municipal de Arraiolos (CMA).
«É necessário uma acção firme do Poder Local e das populações»
A apresentação decorreu na sala do Multiusos de Arraiolos, onde estiveram mais de uma centena de pessoas. Margarida dos Loios Condeço, da Juventude CDU, foi a primeira a intervir, tendo afirmado ser uma «honra» ali estar «enquanto jovem, mulher, trabalhadora, residente em Arraiolos, democrata e activista pela paz», reconhecendo na CDU «o espaço onde melhor se criam as condições para uma vida melhor; de luta, de afirmação e continuação dos valores de Abril; de intervenção plural e de envolvimento democrático».
Chamou para junto de si Sílvia Pinto, a actual presidente da CMA, Noel Moreira, do Executivo da Direcção da Organização Regional de Évora e responsável pela Comissão Concelhia de Arraiolos, Patrícia Machado, da Comissão Política do Comité Central do PCP e responsável pela Direcção da Organização Regional de Évora, Afonso Luz, do Conselho Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes», Jorge Macau e Paulo Raimundo.
Afonso Luz começou por valorizar a «obra feita» pela CDU no concelho de Arraiolos, uma força política que «tem uma estratégia de desenvolvimento, com uma visão e um projecto virado para o futuro, a que é necessário dar continuidade». «A confiança que a população do concelho sempre tem dado à CDU e às forças políticas que lhe antecederam, FEPU e APU, é a demonstração evidente do reconhecimento do excelente trabalho realizado pelos seus eleitos», recordou o ecologista.
Sobre o candidato, sublinhou que «reúne todas as condições» para ser o próximo presidente da CMA, tendo em conta a sua «profunda ligação às gentes e às tradições» do concelho, e «a sua participação activa no movimento associativo e o seu percurso na autarquia», o que lhe confere «as competências necessárias para enfrentar os desafios que se colocam ao município». «Enquanto vereador e, ultimamente, como vice-presidente da CMA, demonstrou uma capacidade ímpar de trabalho em prol do desenvolvimento sustentável do concelho», reforçou.
Trabalho, honestidade e competência
Seguiu-se Jorge Macau, que manifestou ser «uma honra integrar este colectivo que se pauta pelo trabalho, honestidade e competência», sendo a CDU «a força política que melhor conhece os problemas e aspirações das populações que vivem e trabalham no concelho de Arraiolos».
Na sua intervenção – bastante aplaudida e com momentos emocionantes – o candidato frisou que o Poder Central «não se pode demitir das suas responsabilidades» e, para isso, «é necessário uma acção firme do Poder Local e das populações». «O processo de descentralização de competências realizado no presente mandato veio dar-nos razão: os recursos humanos e financeiros transferidos são insuficientes. Trata-se de uma forma airosa de transferir os problemas para as autarquias», criticou.
Outro problema prende-se com a Saúde, com uma situação «dramática» no concelho de Arraiolos, onde «apenas existe um médico de família e muitas vezes não existe consulta aberta». «Somos dos poucos concelhos que não assumimos estas competências e assim continuaremos até que sejam colocados os médicos necessários à prestação dos cuidados de saúde, direito que nos assiste», reclamou, assumindo: «Continuaremos a luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde, com o Movimento de Utentes do concelho de Arraiolos e com a população».
Jorge Macau deu ainda a conhecer algum do trabalho realizado neste mandato, como o Parque de Feiras e zona envolvente ao Multiusos; a continuação da regeneração urbana em Vimieiro; o início da regeneração urbana em Igrejinha; a criação da zona de lazer na Albufeira do Divor; a remodelação dos parques infantis de Ilhas, Santana do Campo, Carrascal e Aldeia da Serra e início de procedimento de remodelação do parque infantil de Arraiolos; o Centro Comunitário nas Ilhas; a remodelação e adaptação do casão para multiusos em S. Pedro da Gafalhoeira; a remodelação do largo de Santa Clara, em Sabugueiro; o melhoramento no recinto de festas em Santana do Campo e em Igrejinha; os arruamentos em Vale do Pereiro; o arrelvamento dos campos de futebol em Vimieiro e S. Pedro Gafalhoeira, entre outros.
Quase a terminar, deixou ainda uma palavra de gratidão a Sílvia Pinto, que agora termina um ciclo de 12 anos como presidente de Câmara de Arraiolos.
Presentes – entre muitos outros – estiveram também Maria da Graça Nascimento, primeira candidata da CDU às eleições para a Assembleia da República pelo círculo de Évora.
«Demagogia» e «hipocrisia» nas eleições de 18 de Maio
«Arraiolos continua a precisar de uma CDU mais forte» e de «um povo mobilizado, próximo e capaz de garantir o desenvolvimento às pessoas a quem nos dirigimos», afirmou Paulo Raimundo, recordando, por exemplo, que esta força «não desistiu da luta pela reposição das freguesias».
Mas esta «marca», de trabalho, honestidade e competência, «também nos caracteriza no plano nacional», frisou o Secretário-Geral do PCP, apontando para as próximas eleições legislativas de 18 de Maio. «O que vai estar em causa são dois projectos distintos, um de submissão e ao serviços dos grupos económicos e das multinacionais», com vários partidos onde se possa votar, e outro, a CDU, «pelos salários, pelas pensões, pelos direitos das crianças, pelo acesso ao SNS, pelo direito do acesso à habitação, pela paz», esclareceu.
Na intervenção que encerrou a sessão, Paulo Raimundo disse ainda ser «triste»perceber que nesta fase «tudo se promete», até o que foi «chumbado» pelas «mãos de alguns». Como exemplo da «demagogia» e da «hipocrisia», aludiu aos lucros da banca, mais precisamente às comissões bancárias.
«Os mesmos que chumbaram as propostas do PCP para pôr os lucros da banca a pagar o aumento das taxas de juro, vêm agora apresentar propostas semelhantes», criticou, desafiando-os: «Querem mesmo pôr a banca a suportar os aumentos das rendas, os aumentos das prestações, a vida difícil dos micro, pequenos e médios empresários? Então acompanhem a proposta do PCP. Acabe-se, de uma vez por todas, com as comissões bancárias». Para o dirigente comunista, as comissões bancárias são um «autêntico assalto aos bolsos de cada um» e, caso fossem extintas, representariam «2,5 mil milhões de euros» de transferências para os contribuintes. «É comissão por ter cartão, é comissão porque não tem cartão, é comissão porque tem conta aberta, é comissão porque não fechou a conta, é comissão pela comissão. Autêntico roubo e assalto nos bolsos de cada um», frisou.
Como explicou, estes 2,5 mil milhões de euros oriundos das comissões bancárias são «metade dos lucros totais da banca» e representam 1% do Produto Interno Bruto.