Marcação de eleições vem dar ainda mais importância às lutas

As manifestações nacionais convocadas pela CGTP-IN para 28 de Março (jovens trabalhadores) e 5 de Abril (Lisboa, Porto e Coimbra) «ganham ainda maior importância» no novo contexto político nacional.

Intensificar a luta é determinante, para alcançar uma alternativa

A CGTP-IN defendeu «a intensificação da luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, por uma efectiva distribuição da riqueza por eles produzida, compatível com a recuperação e melhoria do poder de compra dos salários e pensões, a perspectiva de evolução nas carreiras e o reconhecimento das profissões, a regulação dos horários e a redução do tempo de trabalho, o fim da precariedade».

Num comunicado que emitiu no dia 13, pouco depois de conhecida a decisão do Presidente da República, sobre a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições legislativas para 18 de Maio, a confederação antecipou as linhas de intervenção sindical neste período.

Para a Intersindical Nacional, «o acto eleitoral tem de ser aproveitado, por quem trabalha e trabalhou, para derrotar esta política de direita e abrir as portas a uma alternativa, que garanta e eleve os direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e de todos os que vivem no nosso País». É necessária «uma política que recupere e desenvolva os valores e conquistas de Abril», «uma política que implemente soluções aos problemas crescentes, que afirme um novo modelo de desenvolvimento, soberano, que promova a produção nacional, o aumento geral e significativo de todos os salários, um sistema fiscal mais justo e a defesa e reforço do SNS, da Escola Pública, da Segurança Social e, entre outros, da habitação».

«No actual contexto, a Manifestação Nacional dos Jovens Trabalhadores, no dia 28 de Março em Lisboa e a Manifestação Nacional, em Lisboa, Porto e Coimbra no dia 5 de Abril, sob o lema “Mais salário e melhores pensões, defender os serviços públicos e as funções sociais do Estado - Segurança Social, saúde, educação, habitação”, ganham ainda maior importância», salientou a Inter.

O Governo PSD/CDS «aprofundou a política de privilégio para os grandes grupos económicos e financeiros». «Com o apoio da IL e do CH nas matérias fundamentais», o Governo «optou por uma política que não só não resolve, como agrava os problemas com que os trabalhadores e as suas famílias se debatem».

Este Governo «contou com o PS para viabilizar o seu Programa e o Orçamento do Estado para 2025» e prosseguiu uma política que «manteve e acrescentou mecanismos que contêm os salários, para aumentar a exploração, como é exemplo o Acordo Tripartido celebrado com patrões e a UGT».

 

Jovens na rua no dia 28

A manifestação que a CGTP-IN e a Interjovem promovem na sexta-feira, 28 de Março (Dia Nacional da Juventude), tem início marcado para as 15 horas, na Praça da Figueira. Sob o lema «Pelo teu salário, pela tua carreira, por uma vida digna», os jovens trabalhadores deverão depois seguir para junto da Assembleia da República.

Para permitir a ausência no trabalho e a participação na manifestação, vários sindicatos emitiram pré-avisos de greve.

«Razões não faltam» para participar nesta jornada, como se destaca no folheto de mobilização, distribuído nas últimas semanas em locais de trabalho de todo o País. São referidos os elevados níveis de precariedade (têm vínculos de trabalho precários um terço dos jovens com idade até 35 anos e dois terços dos que têm até 25 anos), os baixos salários (sete em cada dez jovens levam para cada um salário líquido de mil euro ou menos, sendo de 853 euros o salário médio dos jovens até 25 anos), os horários longos e desregulados e a falta de valorização das competências (levando milhares de jovens diplomados a procurarem trabalho noutros países).

A reforçar o apelo, são recordados alguns exemplos recentes de como vale a pena lutar.

 



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