Países árabes apresentam plano para reconstrução da Faixa de Gaza
O Egipto acolheu no dia 4 uma cimeira extraordinária da Liga Árabe sobre a Palestina, da qual emanou uma declaração e um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza, que prevê a sua conclusão até 2030 e a permanência da população palestiniana naquele território.
A primeira fase do plano, com a duração de seis meses, será centrada na remoção de escombros, minas e explosivos e na construção de habitações temporárias para mais de um milhão e meio de pessoas. Da segunda fase consta a construção de infra-estruturas básicas e habitações permanentes e da terceira um porto comercial e um aeroporto.
Várias organizações palestinianas valorizaram as conclusões da reunião e o Secretário-Geral da ONU, presente no Cairo, manifestou apoio ao plano. Por seu lado, EUA e Israel reagiram à iniciativa árabe insistindo na saída da população palestiniana da sua terra.
Na declaração final da cimeira salienta-se aquela que é a «prioridade estratégica» dos países árabes: uma paz justa que garanta todos os direitos ao povo palestiniano, o que inclui «o seu direito à liberdade, um Estado independente e soberano no seu solo nacional baseado na solução de dois estados, e o direito ao regresso dos refugiados palestinianos.» O futuro Estado palestiniano, salienta-se na declaração, deverá ser constituído nas fronteiras anteriores a Junho de 1967 e ter Jerusalém Oriental como sua capital. Os Estados árabes garantem que convocarão no futuro uma conferência internacional para o estabelecimento do Estado da Palestina.
Dias antes da cimeira, um conjunto de partidos comunistas em países árabes apelaram aos participantes para que rejeitassem o plano norte-americano, que prevê a expulsão dos palestinianos da Faixa de Gaza, e a intenção de Israel de desmantelar a agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA). Os comunistas defendem que os Estados árabes resistam às agressões de Israel, forcem as tropas israelitas a retirar de imediato e a levantar o bloqueio à Faixa de Gaza, e apelam a que cessem a política de «normalização» de relações com Israel. O reconhecimento do direito do povo palestiniano à resistência é também salientado.
Este apelo foi subscrito pelo Partido Comunista Jordano, a Tribuna Progressista do Baréin, o Partido Comunista do Iraque, o Partido Comunista da Síria (Unificado), o Partido Comunista Sudanês, o Partido Comunista Libanês, o Partido do Povo da Palestina, o Partido Comunista Egípcio e o Partido do Progresso e Socialismo de Marrocos.