PCP abstém-se na moção de censura do Chega
O PCP absteve-se na votação de uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo PSD/CDS, e discutida no dia 21.
Acercadeste sentido de voto, Paula Santos explicou que «são muitas as razões para censurar o Governo: baixos salários e pensões, ataque a direitos, degradação de serviços públicos, desinvestimento público, limitações ao aparelho produtivo, promoção da especulação, privatizações, défice produtivo». Mas lembrou que, sobre estas e outras matérias (inclusive a rejeição do programa de governo proposta pelo PCP no início da legislatura), o CH posicionou-se sempre ao lado do Executivo.
Assim, destacou, os comunistas abstiveram-se, não contribuindo para o objectivo do CH, com a moção, de «desviar as atenções dos casos em que está envolvido», mas, também, não calando «a denúncia das opções do Governo».
Também António Filipe reforçou que «o PCP não acompanha esta moção, vinda de onde vem, e vindo ao que vem, mas rejeita este Governo».
Nesse sentido, o PCP realizou, na sessão plenária de ontem, (já depois do fecho desta edição), uma interpelação ao Governo sobre política geral, centrada na degradação da situação social do País em consequência da política de direita por este levada a cabo.
A moção de censura foi rejeitada com a abstenção do Partido, votos a favor dos seus autores (e do antigo deputado do CH, Miguel Arruda), e votos contra das demais bancadas.