Luta pelo fim das portagens no Porto continua
O PCP realizou, no dia 1, cinco acções de protesto contra a manutenção das portagens na ex-SCUT do distrito do Porto. No dia 1 de Janeiro, entrou em vigor a lei aprovada em Maio de 2024 que pôs fim a 13 anos de portagens nestas vias em grande parte do País. As cinco ex-SCUT do distrito do Porto ficaram de fora.
Manutenção das portagens no Porto, para além de injustiça, é agora também descriminação
No passado sábado, uma marcha lenta na A4 (que terminou com uma tribuna pública em Matosinhos); três buzinões na A28 (em Vila do Conde), na A29 (Valadares, Vila Nova de Gaia) e na A41 (em Alfena, Valongo); e uma marcha lenta com buzinão que passou por Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, marcaram as principais vias ex-SCUT no distrito do Porto. À iniciativa aderiram vários automobilistas, o que confirmou o apoio a esta antiga e justa exigência do PCP.
«As portagens na região penalizam quem trabalha – os trabalhadores, as famílias e as pequenas empresas. É preciso garantir soluções de mobilidade que sirvam as populações. A luta pelo fim das portagens continuará», assegura a Comissão Concelhia da Póvoa de Varzim do PCP numa nota de imprensa de dia 2. Para o organismo comunista, a existência de taxas de portagens nas ex-SCUT constituiu um «rude golpe» no tecido económico da região e agravou as «já difíceis condições de vida» de todos aqueles que circulam nestas vias que, para lá de estruturantes, não têm alternativa.
Decorridos anos deste processo, em que só as concessionárias lucraram, a Assembleia da República reconheceu as portagens nas ex-SCUT como um «obstáculo ao desenvolvimento das regiões e um factor de agravamento das injustiças e desigualdades». No entanto, deixou de fora desta isenção a A28 (entre Matosinhos e Póvoa de Varzim), a A29 (Vila Nova de Gaia), e a A41/42 (Matosinhos, Maia, Valongo, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada).
Mantém-se a injustiça
«Ao contrário do que aconteceu no resto do País, mantêm-se as portagens, e as injustiças daí decorrentes, na região do Porto», afirmam os comunistas, lamentando que a população e as empresas da região continuem a ser injustamente afectados.
«A região do Porto está a ser discriminada negativamente em relação a todas as outras, num processo que confirma a hipocrisia de quem diz uma coisa na região e faz outra na Assembleia da República», acrescentam ainda, apelando a que a população e as empresas da região «não se resignem, que protestem e exijam o fim da injustiça».