«Direito à saúde não é um negócio» afirma acção nacional do PCP

Mais de 95 mil as­si­na­turas foram já re­co­lhidas no âm­bito da acção na­ci­onal Au­mentar Sa­lá­rios e Pen­sões, para uma vida me­lhor. São mi­lhares de pes­soas que se juntam ao PCP para exigir, para lá de uma vida me­lhor, mais e me­lhores ser­viços pú­blicos, o cum­pri­mento do di­reito à ha­bi­tação e di­reito a uma vaga na creche para todas as cri­anças.

Só o SNS ga­rante o di­reito de todos à saúde, sem olhar à car­teira e à do­ença


«O direito à saúde não é um negócio!», assinala um dos vários panfletos que está a ser distribuído no âmbito da acção nacional Au­mentar Sa­lá­rios e Pen­sões, para uma vida me­lhor. «É isso», alerta o texto do panfleto, «que o Governo PSD/CDS quer fazer: reduzir serviços públicos a favor do lucro privado, à custa da vida das pessoas». O Governo não está só neste objectivo, conta «com o apoio de Chega e IL», para «prosseguir e aprofundar opções do anterior Governo do PS».

Ape­lando a que o povo por­tu­guês «não se deixe en­ganar», o PCP prova de forma con­creta que a atenção do sector pri­vado da do­ença se li­mita apenas ao lucro e não à saúde das pes­soas. São os casos dos partos, das ci­rur­gias e do tra­ta­mento de do­enças on­co­ló­gicas que, quando pre­vistas com­pli­ca­ções ou o lucro é co­lo­cado em risco, os utentes são en­vi­ados para o SNS. O mesmo para re­a­lizar exames com­par­ti­ci­pados, muitas vezes atra­sados pro­po­si­ta­da­mente para dar pri­o­ri­dade aos que são pagos di­rec­ta­mente pelos utentes. Ou ainda com as ur­gên­cias – abertas, mas sem a obri­gação de pos­suir o mesmo nú­mero de mé­dicos e en­fer­meiros a que o SNS está obri­gado.

«A saúde pri­vada só trata quem quer, en­quanto quer e pelo preço que de­cide», afirma o Par­tido. É o lucro a prin­cipal pre­o­cu­pação deste sector e o mesmo se de­pre­ende quando este se li­mita ao tra­ta­mento da do­ença, des­pre­zando a pre­venção e a pro­moção da saúde. O que o povo e o País pre­cisam é que «todos sejam tra­tados e aten­didos no tempo certo, com qua­li­dade e hu­ma­ni­dade.

Porquê de­fender o SNS?

Porque «só o SNS ga­rante o di­reito à saúde para todos, em todas as es­pe­ci­a­li­dades, por todo o País», ex­plica o PCP no pan­fleto.

Faltam cui­dados de saúde à po­pu­lação porque o «Go­verno PSD/​CDS, como o an­te­rior do PS, não va­lo­riza as car­reiras dos tra­ba­lha­dores da saúde para os fixar no SNS». O seu único ob­jec­tivo é «ar­ranjar ne­gócio para os pri­vados». Quer en­tregar 800 mil utentes sem mé­dico de fa­mília aos grupos eco­nó­micos, em vez de con­tratar mais pro­fis­si­o­nais; ameaça os hos­pi­tais pú­blicos de terem que pagar as ci­rur­gias em atraso aos pri­vados, mas não dá meios para au­mentar a sua ca­pa­ci­dade; não in­veste em novos equi­pa­mentos, mas gasta cada vez mais a pagar exames ao pri­vado.

«Hoje iludem com o “di­reito de es­colha” e com a con­versa de que “não in­te­ressa quem presta o ser­viço”», tudo para jus­ti­ficar o «ataque ao SNS, re­tirar pro­fis­si­o­nais e es­va­ziar a sua ca­pa­ci­dade». No fim, o que so­braria era a «ne­gação do di­reito à saúde para todos e em igual­dade de cir­cuns­tân­cias».

Ou­tras pre­o­cu­pa­ções

A par do pan­fleto es­pe­cí­fico sobre a saúde estão a ser dis­tri­buídos, di­a­ri­a­mente e por todo o País, ou­tros fo­cados em ques­tões como a ha­bi­tação, as cre­ches e o tra­balho noc­turno, por turnos e la­bo­ração con­tínua.

 



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