Atrasos brutais na Linha do Oeste
Atraso sobre atraso, em 2025, continua-se sem saber quando terminarão as obras de modernização e electrificação da Linha do Oeste, face ao conjunto de incertezas existentes e que são evidentes.
O prazo para conclusão das empreitadas já teve vários adiamentos
O alerta é da Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO), após a Infra-estruturas de Portugal (IP) ter anunciado que a obra estaria pronta no segundo semestre deste ano. A informação foi confirmada pelo Gabinete do Secretário de Estado das Infra-estruturas, em reunião com a Comissão, no dia 9 de Janeiro.
Entretanto, as dúvidas subsistem quanto à conclusão das obras, quando se sabe que: entre Torres Vedras e Runa não foram feitas quaisquer obras de remodelação, com excepção da implantação dos postes de catenária; o apeadeiro de Runa ainda não foi remodelado; não arrancaram as obras de construção da subestação eléctrica de Runa que alimentará a Linha do Oeste, no troço Meleças/Caldas da Rainha.
A indefinição aumenta quando foi transmitido à CPDLO que, transitoriamente, a energia eléctrica na Linha do Oeste será garantida pela subestação da Amadora, que, para o efeito, será reforçada, o que trará novos custos. Contudo, não se sabe até onde chegará a energia eléctrica, se à Malveira, a Torres Vedras, ao Bombarral, e se a subestação da Amadora poderá fornecer energia eléctrica a todo o troço Meleças/Caldas da Rainha.
Ou seja, «não se garante» que concluída aquela obra, «os comboios eléctricos possam circular na totalidade do troço a Sul das Caldas da Rainha», informa a Comissão, antevendo que os comboios eléctricos só circularão em pleno no segundo semestre de 2026, «já que a sua chegada a Portugal só acontecerá no primeiro semestre do próximo ano. Até lá, continuarão a circular as “velhas” composições a diesel.»
Caldas da Rainha/Louriçal
Relativamente ao troço Caldas da Rainha/Louriçal, «confirma-se cada vez mais que a modernização e electrificação não deverá ver a luz do dia antes de 2030, num atraso brutal muito superior ao prazo inicialmente anunciado pela IP e pelo Governo». «Isto devido a uma fraca gestão e planeamento da IP e a falta de empenho dos sucessivos governos no lançamento do concurso para a execução, quando já existia verba prevista para a obra», acusa a CPDLO, que sempre defendeu que as obras de modernização e electrificação «deveriam ter sido projectadas e executadas em toda a Linha do Oeste, entre Meleças e o Louriçal e não dividindo o eixo ferroviário em dois, já que isso iria sempre causar maiores atrasos na sua conclusão».
Gratuitidade não deve ser só para a rodovia!
A CPDLO considerou «positivas» as recentes decisões tomadas pela OESTE-CIM, no sentido de concretizar descontos e garantir a gratuitidade no transporte colectivo rodoviário na área dos municípios da Comunidade. Contudo, «o direito aos descontos e à gratuitidade têm de ter carácter universal e não podem existir condições diferentes, consoante a região do País e de acordo com o local onde se reside», considera a Comissão, referindo que «não pode haver diferença de tratamento entre os utentes do comboio e do autocarro».