Governo submete-se aos interesses da ANA e prolonga actividade da Portela
O Governo concordou entregar à ANA Aeroportos a construção do novo aeroporto de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete. Plataforma Cívica «BA6 Não» considera que esta é uma decisão «óbvia» que decorre das obrigações da concessionária.
Portugal não se deve «render» aos interesses da VINCI
Lusa
«Ao tentar fazer crer que a VINCI nos está a fazer uma espécie de favor, o Governo encontra aí a suposta justificação para dar, de brinde, aos franceses donos da ANA Aeroportos, mais 25 anos de concessão, que irão juntar largos milhares de milhões de euros aos já adquiridos com os iniciais 50 anos», salienta a Plataforma, antevendo a aceitação de «novos e maiores aumentos das taxas aeroportuárias».
«O que se espera e reclama é que não se perca mais tempo no lançamento da construção do NAL e que não se permita a dilatação, tanto ao gosto da VINCI, dos prazos e dos custos», acrescenta, frisando: «Portugal não se deve “render” aos exclusivos interesses da multinacional».
Concessão até 2092
No sábado, 18, o Conselho Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), reunido em Lisboa, manifestou preocupação pelo facto de o NAL estar a ser projectado para estar concluído em 2037 «com o compromisso de ter a Portela a funcionar até lá (mais 12 anos)» e «de prolongar a concessão da VINCI por mais 30 anos, ou seja, até 2092», com «um progressivo aumento das actuais taxas aeroportuárias para financiar esta construção».
Na Assembleia da República, Paula Santos, líder parlamentar do PCP, também acusou o Governo de estar empenhado em prolongar a actividade do Aeroporto Humberto Delgado e adiar a construção da infra-estrutura no Campo de Tiro de Alcochete, o que classificou de decisão «absolutamente inacreditável».
«Este prolongamento e o adiamento da concretização daquilo que é necessário causa-nos preocupação e, portanto, da parte do PCP, a nossa intervenção vai ser firme», garantiu, exigindo ao Governo que avance no processo de construção do NAL.