Cento e quantos mil?

João Frazão

As pá­ginas desta edição do Avante! estão, se­gu­ra­mente (es­crevo antes delas se re­a­li­zarem e do fecho da edição), cheias de in­for­ma­ções sobre a Jor­nada Na­ci­onal «100 ac­ções para as 100 mil as­si­na­turas», que o Par­tido leva a cabo esta terça-feira, dia 14 de Ja­neiro, no âm­bito da acção «Au­mentar sa­lá­rios e Pen­sões. Para uma vida me­lhor!».

Mas não re­sisto a su­bli­nhar três as­pectos que ela re­vela.

O pri­meiro é que as cerca de 250 ac­ções que se re­a­lizam num só dia re­velam um Par­tido mo­bi­li­zado, di­nâ­mico, de­ter­mi­nado nas ta­refas que o Co­mité Cen­tral in­dicou, e que o Con­gresso re­a­firmou, como pri­o­ri­tá­rias. Cen­tenas de mem­bros do Par­tido a falar com muitos mi­lhares de pes­soas, a ouvir as suas pre­o­cu­pa­ções e a apelar à sua in­ter­venção e mo­bi­li­zação, seja com a as­si­na­tura, seja, também, com a sua acção e luta, em torno de cada uma delas.

O se­gundo é que esta acção re­vela um Par­tido que não se deixa dis­trair pelas muitas ma­no­bras do dia a dia e que está em­pe­nhado no que é cen­tral para a vida do nosso povo – sa­lá­rios, pen­sões, ser­viços pú­blicos, ha­bi­tação, cre­ches e jar­dins de in­fância. Um Par­tido que, não obs­tante as in­sis­tentes per­guntas sobre as mais que pro­vá­veis can­di­da­turas do se­nhor Melo ou do se­nhor Mendes a Pre­si­dente da Re­pú­blica, com que os me­ga­fones do cos­tume pro­curam en­treter os mais alhe­ados, se centra na exi­gência, isso sim, de me­lhores con­di­ções de vida para todos.

O ter­ceiro, e não menos im­por­tante, é que tendo iden­ti­fi­cado o ob­jec­tivo de al­cançar 100 mil as­si­na­turas até ao final de Março, e tendo ul­tra­pas­sado lar­ga­mente a meta in­ter­média a que se propôs até ao Con­gresso, o Par­tido não co­loca para si ne­nhum li­mite e, até ao mo­mento da sua en­trega, pros­se­guirá em­presa a em­presa, local de tra­balho a local de tra­balho, bairro a bairro, es­cola a es­cola, pro­pondo a cada um que tome po­sição e exija, com a sua as­si­na­tura, o au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões que, face ao in­com­por­tável custo de vida, aos lu­cros obs­cenos dos grupos eco­nó­micos e à ne­ces­si­dade de uma mais justa dis­tri­buição da ri­queza criada pelos tra­ba­lha­dores, é, in­con­tor­na­vel­mente, uma exi­gência na­ci­onal.

Ou seja, um Par­tido que não de­siste nem se desvia da luta por uma vida me­lhor!



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