Greve geral na Bélgica por salários e pensões

Realizou-se uma greve geral na Bélgica, que culminou com uma manifestação em Bruxelas, contra o ataque aos salários, pensões e prestações sociais. A extrema-direita e os liberais querem impor a redução das remunerações e do investimento nos serviços públicos e aumentar as despesas para os armamentos e a guerra.

Extrema-direita e liberais belgas querem reduzir orçamento social e aumentar as despesas militares

As federações sindicais mais representativas da Bélgica levaram a cabo, na segunda-feira, 13, uma greve geral contra o ataque aos direitos sociais, incluindo o corte de três mil milhões de euros no sistema de pensões e prestações sociais: professores, trabalhadores dos transportes públicos, dos caminhos-de-ferro e dos aeroportos, incluindo pessoal de segurança e das bagagens, assim como guardas prisionais, carteiros, bombeiros e funcionários públicos participaram na greve.

O centro de Bruxelas foi palco de uma grande manifestação de protesto em que participaram dezenas de milhares de pessoas. A jornada visou a rejeição dos planos de cortes no orçamento social belga propostos por Bart De Wever, do partido de extrema-direita Nova Aliança Flamenga, e por George-Louis Bouchez, do partido liberal Movimento Reformista, que negoceiam a constituição de um novo governo federal com outras forças políticas belgas.

O plano para a formação de um novo governo prevê, entre outros gravosos aspectos, reduzir o valor do trabalho nocturno e das horas extraordinárias, atacar a indexação automática e congelar os salários, e aumentar o IVA, para além da eliminação da reforma antecipada. O ataque aos salários, às pensões, aos direitos sociais é acompanhado de medidas de ataque aos direitos sindicais e ao direito de manifestação. Estas forças políticas pretendem igualmente aumentar as despesas para os armamentos e a guerra.

As negociações para a formação de uma coligação governamental na Bélgica arrastam-se, com avanços e recuos, desde Junho de 2024, quando se realizaram eleições parlamentares. O processo de formação de governo na Bélgica demora, em geral, vários meses. Em 2000, prolongou-se por 541 dias. Hoje, o país é governado transitoriamente pelo executivo cessante, encabeçado por Alexander De Croo.

Raoul Hedebouw, presidente do Partido do Trabalho da Bélgica, apela à resistência contra o governo De Wever-Bouchez em formação e os seus planos anti-sociais, antidemocráticos e militaristas.

 



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