Num momento em que se agudiza a agressão de Israel sobre o povo palestiniano, as primeiras palavras de solidariedade couberam à actriz Maria João Luís, que apresentou, a que se seguiu Ilda Figueiredo, do CPPC, que afirmou como prioridade a defesa da Palestina e do seu povo, «vítima de um genocídio». Já Carlos Almeida alertou para as intenções colonialistas e de limpeza étnica de Israel, expressas, por exemplo, nos ataques ao Líbano.

Do palco, foi igualmente vincada a solidariedade com outros povos, como o cubano, venezuelano ou sarauí (cujo representante em Portugal esteve presente).

Programação musical
O Coro Lopes-Graça abriu uma programação musical que aliou a cultura à luta contra a guerra, executando músicas do cancioneiro deste brilhante compositor, com destaque para «Canto de Paz».

De Porto Alegre, no Brasil, Udi Fagundes trouxe uma clara mensagem contra a guerra, rendendo homenagens a Chico Buarque e João Gilberto.

Alexandre Monteiro, José Baião e Zé Pinho tocaram conhecidas músicas de intervenção, contando com versos, por António Pais, de «As portas que Abril abriu».

A companhia de dança Handala Dabke PT mostrou um exemplo da cultura palestiniana, com actuações da tradicional dança dabke.

Com o actor André Gago, a poesia ganhou vida, com destaque para os versos de «Bilhete de identidade», do palestiniano Mahmoud Darwish.

Aliando a alegria da música a uma forte mensagem política, Sahid Apsara e Dub Fx (a que se juntou G Ras) animaram os presentes com as suas canções.

Por fim, actuou o Coro dos Anjos, com músicas como «Oliveira pequenina» (árvore que cresce tanto em Portugal como na Palestina).

Cordão-humano pela Palestina
Ainda antes do concerto, e no caminho para o Fórum Lisboa, centenas de pessoas participaram num cordão humano, que partiu da Estação de Roma-Areeiro e demonstrou a solidariedade com um dos mais humanos gestos que existem – dar a mão a outro.

Nesta iniciativa, João Oliveira, deputado ao PE, afirmou que é urgente o «cessar-fogo imediato na faixa de Gaza, uma solução de Paz no Médio Oriente e o respeito pelos direitos do povo palestiniano». O membro da Comissão Política do PCP avançou, ainda, medidas necessárias no plano da UE, seja a pressão política sobre Israel, seja «suspendendo o acordo de associação UE-Israel e pondo fim a mecanismos de financiamento, como o Programa Horizonte».

A luta pela Paz continua
Também o Projecto Ruído, entre os dias 24 e 30, promoveu uma Semana do Desarmamento, sob o lema «Menos armas, mais futuro», com acções de contacto em escolas e uma tribuna pública no Porto.

Já o CPPC organizou outro Concerto pela Paz no dia 27, em Loulé, e irá realizar, em Novembro, concertos no Seixal, dia 3, e Silves, dia 24. Também foi anunciado o 4.º Encontro pela Paz, a decorrer no Seixal, no dia 31 de Maio de 2025.