BRICS por uma ordem mundial mais justa e democrática
Os países que integramo BRICS, reunidos na cidade russa de Kazan, de 22 a 24 deste mês, aprovaram uma declaração final que resume os resultados da presidência rotativa da Rússia em 2024 e destaca as prioridades para o futuro.
O BRICS defende a admissão da Palestina como membro de pleno direito da ONU
O documento aborda quatro grandes temáticas: «Fortalecimento do multilateralismo para uma ordem mundial mais justa e democrática»; «Fortalecimento da cooperação para a estabilidade e a segurança mundial e regional»; «Aprofundamento da cooperação financeira e económica para um desenvolvimento mundial equitativo»; e «Ampliação dos intercâmbios humanitários para o desenvolvimento sócioeconómico».
A 16.ª Cimeira do BRICS – grupo de países integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o início deste ano, também por Emirados Árabes Unidos, Egipto, Etiópia e Irão – assinala na sua declaração «o surgimento de novos centros de poder, tomada de decisões políticas e crescimento económico, que podem assentar as bases» de uma ordem mundial mais justa, democrática e equilibrada.
Entre outros aspectos, o texto reitera a importância de continuar a fortalecer a solidariedade e a cooperação entre os países BRICS na base de interesses comuns e prioridades chaves e de continuar a melhorar a sua associação estratégica.
A declaração sublinha o significativo interesse do chamado “Sul Global” no BRICS e apoia a criação da categoria de «país parceiro do BRICS», considerando que a ampliação da associação do grupo com os países em desenvolvimento contribuirá para reforçar a cooperação internacional.
Questões em debate
Os BRICS reafirmaram o seu compromisso com a reforma integral das Nações Unidas, tendo em vista «reforçar a sua democratização e eficácia», assim como ampliar a presença dos países em desenvolvimento em todos os níveis da organização «para responder aos desafios globais urgentes». «Apoiamos as aspirações legítimas dos países em desenvolvimento de África, Ásia e América Latina, entre os quais os Estados do grupo BRICS, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular na ONU, incluindo o seu Conselho de Segurança», lê-se no texto.
Manifestaram-se ainda a favor da admissão da Palestina nas Nações Unidas como membro de pleno direito.
O uso das moedas nacionais nas transacções financeiras entre o BRICS e os seus parceiros comerciais; a rejeição das sanções ilegais; os conflitos no Médio Oriente, na Europa e na África do Norte; a não proliferação de armas e o desarmamento – foram outros entre os múltiplos assuntos debatidos na cimeira e consagrados na declaração final.