A memória da luta dos trabalhadores mora doravante na Mundet Seixal
O Espaço Memória – Centro de Arquivo, Documentação e Audiovisual da CGTP-IN foi inaugurado a 1 de Outubro, dia em que a confederação completou 54 anos, na antiga fábrica da Mundet, no Seixal.
Pretende-se preservar a história e garantir a sua projecção no presente e no futuro
A inauguração, durante a tarde, contou com a presença do Presidente da República, que visitou as instalações.
O presidente da Câmara Municipal do Seixal felicitou a confederação pelo seu aniversário, notando que o País estaria muito pior, se não fosse o contributo da CGTP-IN. Paulo Silva destacou que a Mundet é um espaço carregado de simbolismo, referindo a presença, neste acto inaugural, de alguns antigos trabalhadores dessa corticeira, cujas lutas ajudaram a formar consciência social, nomeadamente, quando, após o 25 de Abril, assumiram a gestão operária.
Numa breve intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou o facto de se tratar de uma celebração dupla, pela abertura deste espaço e pelo aniversário da CGTP-IN. Abordou o património de luta dos trabalhadores portugueses, no Século XX, comentando que esta luta levaria ao nascimento da central e contribuiria para o 25 de Abril.
Luísa Amaro, na guitarra, e Gonçalo Lopes, no clarinete, começaram por executar obras de Carlos Paredes.
Raul Machado e António Inácio, antigos trabalhadores da histórica fábrica, agradeceram à CM do Seixal por «ter mantido a Mundet nossa» e à CGTP-IN por ter escolhido este local para o Espaço Memória. Recordaram como estes corticeiros estiveram na vanguarda da luta no sector e como, partindo da falência técnica, conseguiram recuperar a empresa.
Gonçalo Paixão, da Interjovem, lembrou como a juventude esteve sempre à frente, para o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, ao longo da história, quer durante o fascismo, quer na revolução, quer no presente.
Tiago Oliveira notou que este novo espaço «tem como objectivo preservar toda uma história de 54 anos, garantindo, ao mesmo tempo, a sua projecção no presente e no futuro». O Secretário-Geral da CGTP-IN dirigiu uma especial saudação a antigos dirigentes sindicais ali presentes, alguns dos quais tomaram parte na formação da Intersindical, em 1970.
O edifício e a sua história de luta vão agora receber um arquivo fotográfico, outro de história oral (entrevistas), colecções de gravações áudio e vídeo, o Jornal Alavanca e outros materiais bibliográficos, e um rico acervo museológico.
Uma significativa parte da intervenção foi dedicada ao actual momento político e sindical.
O PCP esteve representado por José Capucho, dos organismos executivos do Comité Central, e Miguel Madeira, do Comité Central.