«Relatório Draghi» não serve interesses dos povos

Face ao declínio da União Europeia, um estudo encomendado pela Comissão Europeia ao italiano Mario Draghi propõe como «solução» a fuga para diante, insistindo no aprofundamento do neoliberalismo, do militarismo e do federalismo.

Relatório Draghi dá voz às multinacionais e aos monopólios mas não serve aos interesses dos povos

O «Relatório Draghi» revela os planos da União Europeia (UE) para «acelerar a transferência da riqueza do trabalho para o capital, para favorecer as multinacionais, para concentrar poder de decisão na UE e acentuar os desequilíbrios entre as grandes potências europeias e os países periféricos, para acentuar o militarismo», denunciou João Oliveira, deputado do PCP no Parlamento Europeu, intervindo a 17, em Estrasburgo.

Segundo o eleito comunista, «em vez de apontar soluções para a melhoria dos salários, das pensões, da habitação ou dos direitos laborais e sociais, em vez de identificar medidas para apoiar as Pequenas e Médias Empresas e os sectores produtivos, o “Relatório Draghi” põe a competitividade num pedestal e em nome dela quer privatizar a Segurança Social e entregar as pensões à roleta da especulação dos fundos de pensões internacionais; propõe a suspensão das regras da concorrência para criar grandes grupos monopolistas nas telecomunicações, na energia, na produção de equipamento militar; promove o negócio da doença e os lucros das multinacionais farmacêuticas». E propõe que «sejam os povos a pagar a factura de 800 mil milhões de euros anuais dessa política».

Para João Oliveira, «este relatório dá voz às multinacionais e aos monopólios, mas não serve aos interesses dos povos».

 



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